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            Mais alguns dias passaram-se e finalmente chegou o dia do casamento de Jin Ling e Ouyang Zizhen. A finalização do feito seria naquela noite em Lanling e tudo estava organizado com toda pompa possível para um líder do clã Jin. O salão da Torre de Carpa estava ornamentado com tecidos vermelhos e símbolos, havia muita bebida e envelopes também vermelhos para dinheiro fosse depositado e dado aos noivos. Na entrada da seita, no pátio principal e dentro do salão havia uma fonte construída adornada em ouro, prata e talvez jades, sua arquitetura era bela e conforme a água realizava seu trajeto um som rítmico era emitido deixando o ambiente mais calmo. Também havia incenso e muitas flores, exigência do ômega, estava tudo lindo.

           Já no quarto perfumado Jiang Cheng observava seu sobrinho andar de um lado para o outro em um profundo nervosismo. Jin Ling tinha o queixo apoiado na mão e o braço era mantido erguido pelo outro apoiado em sua barriga, as vezes vermelhas contrastando com o dourado o deixava ainda mais bonito e esvoaçava cada vez que ele se movia dando a volta.

– Dá para parar? Se não queria casar nem começasse com isso.

– Eu quero me casar! Quanta besteira tio. – O jovem resmungou descontente.

– Se seu noivo sentir essa animação é capaz dele desistir. – Jiang Cheng provocou vendo o sobrinho bufar e cruzar os braços.

         Duas batidas na porta os alertaram da presença de outra pessoa, rapidamente o noivo a abriu vendo ninguém menos que JingYi ali, ele tinha um olhar triste e parecia cabisbaixo.

– Olá Jin Ling. – Disse se curvando.

– Oi JingYi. Fico feliz por ter vindo. Entre. – Pediu olhando do amigo para o tio.

             O Lan era um ator e tanto, era óbvio os efeitos do convívio com Wei Wuxian.

– Lá fora está tudo pronto, o A-Yuan está com o Zizhen e outros ômegas. Eu vou lá daqui a pouco. – JingYi comentou erguendo um envelope com dinheiro.

           Obviamente que tanto tio como sobrinho reviraram os olhos, embora aquilo fosse uma tradição dos casamentos, a ideia de desistir pelo dinheiro seria burrice considerando que a seita Lanling Jin era uma das mais ricas que existiam dentre o mundo da cultivação.

– Enfim, eu vou indo também que o Wei Wuxian acabe com toda bebida do casamento. – O líder de Yunmeng declarou erguendo-se e ajeitando suas roupas, apanhou a espada e sorriu para o sobrinho. – Apesar dessa escolha sem noção alguma, espero que você seja feliz A-Ling. Você e sua mãe são iguaizinhos, pelos deuses.

– Obrigado tio, eu acho. – Jin Rulan agradeceu sem saber exatamente se era uma crítica ou um elogio.

          Os jovens se curvaram diante de Jiang Cheng que rapidamente saiu do quarto os deixando a sós, ele na verdade acreditava que o Lan iria tentar convencê-lo a desistir daquela ideia, era mais que óbvio que entre Zizhen e Jin Ling não existia nada além de uma grande amizade.

          Este contou até 60 e depois abriu a porta observando os guardas que passavam de um lugar para o outro.

– Ei, podem parar de rondar meu quarto feito loucos, alguém vá procurar Fada e traga ele até aqui.

           Ele gritou e depois encostou a porta, nem demorou para Lan Sizhui aparecesse ali com o cachorrinho em seu encalço.

– Você sabe que é uma sacanagem fazer isso com meu pai, não é? Sério, vocês não podem soltar Fada para aumentar a confusão. – O ômega reclamou enquanto fazia carinho nas orelhinhas do animalzinho.

– A-Yuan, assim que Hanguang Jun olhar para Fada, não terá mais problema alguém para o mestre Wei. Só precisamos distrai-los. – JingYi comentou dando de ombros. – Além que sempre é engraçado.

            Sons de passos ecoaram pelo lado de fora e eles se entreolharam.

– Rápido Sizhui esconda-se na sala do espelho. – Jin Ling pediu chamando Fada com um estalar de dedos.

– Que espelho? – O ômega indagou confuso.

         O Jin segurou o outro pela mão e o puxou até um grande espelho, claramente o fez ultrapassar o falso vidro e se esconder entre as várias prateleiras junto com o cãozinho.

          Assim que saiu foi bem o tempo de Wei Wuxian bater na porta e entrar em seguida mesmo sem permissão.

– Ei, eu não te dei autorização para entrar. – Jin Rulan reclamou apontando para Wuxian que trazia consigo uma jarra de bebida.

– Blá, blá, blá, eu tô dentro. – Ele apenas falou entregando a jarra para JingYi.

         Os jovens olharam um para o outro sem entender nada de nada e com um tanto de preocupação, estaria o plano deles descoberto?

– Por favor, não se façam de burros. Eu não nasci ontem garotos, sério que estão tentando enganar justo a mim? Wei Wuxian? O Patriarca Yiling? Antes de armar um plano certifiquem-se de que estão sozinhos. – Wei Ying comentou erguendo a mão e mostrando um bonequinho de papel.

          Os dois amigos bufaram e não acreditaram que esqueceram de que estava lidando com a segunda maior Maria Fifi do mundo da cultivação. Não bastando isso, Wei andou até o Lan que engoliu seco e sentiu o primeiro apanhar algo de dentro da sua manga.

– Deveria certificar as dobras de sua roupa de vez em quando. – O mais velho falou retirando um papel que tinha alguns símbolos desenhados.

– Sabia que existem fantasmas curiosos? Esse aqui era um espião, eu o prendi com um dos meus talismãs e assim que percebi que tinha alguma armação no ar, eu quis saber obviamente.

– Sabia que é feio ficar ouvindo as conversas alheias? – JingYi provocou.

– Sabia que metade das coisas que vocês vão fazer é proibida pelas regras do clã Lan? Vamos ver quantas regras você vai ter que copiar? – Wei respondeu com direito a um sorriso meio assustador.

– Eu nem quero pensar nisso. – A-Yi comentou bebendo um gole do vinho.

             Fingindo olhar sem um ponto específico, Wei andou ao redor dando uma olhada e enfiou a cabeça através do espelho vendo tudo quieto, claro que Jin Ling e JingYi vieram puxar o Patriarca Yiling de volta.

– Filho, eu te dou 5 segundos para sair daí. 1...2...3... – Antes do quarto número Sizhui saiu envergonhado.

          Claro que ele não era burro, então trouxe Fada na sua cola. Consequentemente Wei foi parar do outro lado do quarto.

– Não vão usar essa coisinha ai para me assustar de forma alguma. Isso também não vai te livrar de ter que copiar as regras, meu próprio filho... que traição. – Wei falou fazendo seu típico drama.

         Uma batida na porta e Jin Ling empurrou pai, filho e cachorro tudo espelho a dentro. Bem na hora que Jiang Cheng entrou no quarto e viu que os dois pareciam chocados com o seu retorno.

– Tudo bem por aqui? – Perguntou sentindo o cheiro de confusão no ar e olhou para a jarra na mão do Lan. – Onde arrumou isso? Antes que eu quebre as pernas dos dois, é melhor me contar o que diabos está acontecendo!

         No mesmo instante um grito se manifestou e Wei correu de dentro do cômodo do espelho e se atirou no líder de Yunmeng escondendo do animal ao lado do filho.

– Lan Sizhui, você estáde castigo!

Bu Wang (Zhuilingyi)Onde histórias criam vida. Descubra agora