Capítulo 01

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Aviso: é só pra sofrer

Era a primeira vez tentando algo assim

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Era a primeira vez tentando algo assim. O máximo que sabia sobre isso foi o que a médica comentou brevemente, alem dos trechos em tantos filmes onde o personagem em seu limite emocional se rendia a uma visita, mas não se entregando logo de início.

Naquele momento ela entendia. Era intimidador.

Observando a sala de fora, não se sentia segura a falar abertamente sobre seus sentimentos e vida particular diante daquelas pessoas. Ela sabia precisar, mas não estava preparada o suficiente para ir fundo naquele momento. Queria apenas sondar e observar para quem sabe então tentar tratar o assunto mais tarde.

— Oi? — chamou Elena, no centro da roda de cadeiras, onde todas as outras pessoas se viraram para olhar a mulher parada na porta. — Seja bem-vinda. Venha, junte-se a nós.

De maneira tímida Gizelly entrou se aproximando. Ela sentou na única cadeira vazia e observou os rostos ao redor, mas logo desviou o olhar, não querendo se prender a nenhum deles.

Estava nervosa o suficiente para apertar os próprios dedos.

Ouviu a mulher ao lado se apresentar e percebeu que assim como ela, era sua primeira vez. Sentiu-se menos deslocada.

Ouviu os relatos e desabafos, mas foram poucos. assim como ela, nem todos estavam dispostos a se abrir naquele encontro.

Observou então do lado oposto, uma jovem mulher que parecia não dar muita atenção ao que ouvia. Ela observava as paredes, o teto, ou mesmo o chão, até parar seus olhos em Gizelly que rapidamente desviou o próprio olhar e se concentrou no relato de outra pessoa que falava.

No final Gizelly pensou que foi rápido até e um tanto indolor. Falou apenas o próprio nome, idade e sobre estar alí pela primeira vez. Nada muito esclarecedor.

Saiu do predio pela lateral, onde sabia haver um caminho que dava num beco próximo a rua em que morava.

Era quase quatro da tarde. O clima fresco e o céu estava limpo.

— Gostou? — perguntou a mulher ao lado, caminhando no mesmo ritmo que ela. — Foi a primeira vez, né? Você vai voltar?

— E-eu não sei — falou desviando o olhar, mantendo o ritmo dos passos tranquilos, observando a calçada a frente.

— Se eu fosse você voltaria.

Gizelly estava incomodada com a aproximação e aparente intromissão da estranha.

— O café é ótimo. A Elena é bem simpática e faz sentir acolhida. E as pessoas parecem legais, apesar dos pesares.

— Percebeu tudo isso enquanto olhava as paredes? — A outra sorriu e Gizelly fez o mesmo.

— Foi um pouco desconfortável.

— Sim, foi — concordou.

— Para onde vai agora?

AgostoOnde histórias criam vida. Descubra agora