capítulo 08

275 37 16
                                    

Mark narrando...

Não, isso não podia esta acontecendo, a garçonete provavelmente não tinha procurado direito. Eu queria poder acreditar que era apenas um engano, mas eu sabia que não era, já que a mulher já tinha abandonado uma criança o que a impede de abandonar outra?

- Você está bem? - Perguntou a garçonete e olhei para ela totalmente assustado. - Você está branco, venha! Venha se sentar. - Ela disse preocupada e me guiou ainda com Malia nos meus braços completamente alheia, sentei na "mesa" encostado a vitrine, de lá dava pra ver perfeitamente o movimento da rua e da entrada do prédio onde fazia o curso, mas aquilo era o de menos que me interessava naquele momento.

- Obrigado. - Agradeci a moça que me entregou um copo de água, Malia estava sentada sobre a mesa e me olhava o tempo inteiro.

- Você pode ficar até se sentir melhor, qualquer coisa é só me chama. - Falou e volto ao balcão para atender alguns clientes que tinha acabado de entrar.

- Nos temos uma ótima mãe pequena! - Falei deitando a cabeça no meu braço sobre a mesa olhando para a pequena que riu, provavelmente não entendendo o significado daquela frase.

Eu não sabia onde aquela mulher estava com a cabeça de deixar a própria filha com ele que morava em outro morro, e ainda por cima um desconhecido, apesar que ela era minha mãe, ela não me conhecia, não sabia nada sobre mim, o que era mais estranho. A preocupação veio logo a tona, Malia era filha do chefe do outro morro a qual é inimigo de Etrom, isso não vai prestar, eu não queria ser o motivo pra uma guerra entre morro. E não tem em hipótese alguma Etrom deixar Malia entra no morro, e muito menos não tem a menor chance de ir levar a irmã para o pai dela. Para qualquer lugar que eu olhe tudo dava errado.

Escutei um gritinho animado e acabei sorrindo, Malia estava batendo na messa enquanto balbucia, apertei o seu nariz de leve e ela deu outro gritinho. Desviei o olhar para fora e vi um cara de casaco de couro preto, com um capacete ele estava olhando para vitrine da cafeteria, para onde eu e Malia estava para ser exato, ele estava numa moto parado no acostamento o que era estranho, segurava algo nas mãos a qual não deu para ver.

Meu celular começou a tocar e peguei o aparelho esquecendo um pouco o estranho de lá fora, era o meu pai... Nunca tive um receio até hoje, mas naquele momento aquele sentimento veio a tona me fazendo pensa no que vou fazer, resolvi atender antes que deixe meu pai ainda mais preocupado do que provavelmente já estava.

- Pai?

- Mark, onde você está? Seu irmão me ligo dizendo que você não foi para o curso! Então me diga onde você está que eu vou te buscar... Mark você está chorando?

Era exatamente aquilo, eu estava chorando, eu não sabia o que fazer, sabe aquele sentimento de incerteza, que não importa pra onde você veja tudo está escuro, é assim que estava me sentindo, agora sozinho e no escuro. Para falar a verdade eu nunca fiz uma coisa que eu realmente quisesse, sempre fiz o que as pessoas esperavam de mim, eu sempre fiz tudo que pudesse orgulhar meu pai. Talvez eu me importasse mais do que eu pensava para as opiniões alheias.

- Filho, por favor me diga onde você está!

- Estou na cafeteria de frente ao curso, Pai aquela mulher apareceu de novo...

- O quê? Espere aí eu já estou indo.

Me interrompeu e simplesmente desligou, eu suspirei olhando para o aparelho em minhas mãos e tentei limpar as lágrimas até conseguir parar de chorar igual uma criança que fica sem seu doce, ok. Esse exemplo foi uma merda... Malia colocou suas pequenas mãozinha sobre a minha e me olhava parecendo triste. Não entendia muito sobre crianças, porem parecia que Malia sentiu tudo o que eu estava sentindo era um pouco assustador, e não ajudou em nada quando os olhinhos dela começou a encher de lágrimas.

Dono do Morro (ABO LGBT)Onde histórias criam vida. Descubra agora