sonhos enigmáticos

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  Eu estava de volta a sala de jogos, meus irmãos não estavam comigo, as luzes piscavam enquanto eu observava os arredores. Eu fui em direção a porta e a puxei, ela se abriu e eu saí da sala, os seguranças não estavam lá.Caminhei pelos corredores e vi que estava tudo vazio.

- Olá?- eu disse percebendo que estava completamente sozinha.

  Andei pelos corredores enquanto procurava algo ou alguém que estivesse por lá. A maioria das salas estavam vazias.

- Pelo visto eu realmente estou sozinha.

  Fui em direção a sala de exames, mas parei ao escutar um som de vozes vindo da sala, eu olhei pela janela da porta e vi papai conversando comigo. Eu estava me vendo, então aquilo era uma lembrança?

  Eu estava amarrada na cadeira e papai se aproximava com uma seringa. Eu me lembrava daquele dia, eu havia desmaiado depois dele retirar meu sangue para fazer os exames, eu empurrei a porta e entrei na sala.

- Por que você tinha que ser tão insistente em tentar fugir de agulhas? - dizia papai enquanto guardava o frasco de sangue em um compartimento estranho - mesmo assim você continua sendo fascinante.

  Ele caminhou até meu corpo desacordado na cadeira e se abaixou.

- Mesmo sendo a mais teimosa você ainda consegue ser a mais poderosa entre seus irmãos- ele retirou uma mecha de cabelo do meu rosto - se ao menos suas emoções fossem mais fáceis de controlar.

  Mais poderosa? Do que ele estava falando? Eu estava longe de ser a mais poderosa dali, eu nem sabia controlar meus poderes como meus irmãos, eu era praticamente inútil comparada a eles.

  Papai se levantou eu foi até o armário que ficava do outro lado da sala. Ele o abriu enquanto eu me aproximava para ver o que havia dentro, me espantei ao ver que haviam várias coleiras ali, cada uma com um número diferente. Haviam números que eu nunca havia visto, percebi que tinham alguns cartões com nomes, série b, série especial e série principal.

- Você é tão forte que foi capaz de destruir o 2b. E ainda foi capaz de se esquecer de tudo logo após ter feito isso.- ele se virou olhando para meu corpo desacordado - Pelo visto Oscar estava certo sobre seu poder. É realmente Divino!

  Ele pegou uma das coleiras e a deixou em cima da mesa, papai pegou um pequeno controle e se aproximou de mim retirando a coleira antiga, então ele pegou a outra e a colocou em meu pescoço.

- Minha criança, você fica tão linda dormindo, isso só prova que os soníferos da agulha estão funcionando bem- disse papai desamarrando meu corpo da cadeira e me pegando no colo.

  Eu o segui para fora da sala e ele simplesmente desapareceu.

- bizarro - eu disse enquanto voltava a andar- que diabos de lugar estranho é esse. Esse não é o laboratório que eu conheço.

  As luzes começaram a piscar novamente por um caminho, algo dizia que era pra lá que eu deveria ir, segui em direção as luzes que piscavam e me deparei com uma sala. Encostei na porta e ela se abriu, adentrei a sala, ela estava vazia exceto por uma criança.

- Ichika?- assim como papai ela parecia não me ver.

Me aproximei dela, ela estava em pé no meio da sala

- Oscar, você sabe que isso é perigoso, se o papai descobrir.

- Ele não vai descobrir- dizia uma voz masculina.

  Me virei e lá estava Oscar... Papai havia dito algo sobre ele estar certo sobre meu poder, ele entrou na sala e se aproximou de Ichika.

- Oscar, nós sabemos de mais, se papai souber sabe-se lá o quê ele irá fazer com a gente.

- Ichika, eu deixei que você vesse a visão para me ajudar, não para ficar me dizendo quão perigoso isso pode ser.

- Independentemente do que ela fez, ela ainda é nossa irmã, não podemos deixar o papai assumir o controle dos poderes dela.

- De quem vocês estão falando? - eu disse baixinho.

  Ichika se virou me olhando e disse:

- Você sabe, estamos falando de você, Jeanne.

  Me espantei ao ouvir aquilo. Que espécie de pesadelo era aquele?

- Conseguem me ver?

- Jeanne, você precisa descobrir a verdade, sobre nós e sobre si mesma.- disse o garoto com um sorriso.

-Como assim?- eu disse voltando a olhar para Ichika.

- Você vai saber.

- Como? Como eu vou saber? Ichika eu preciso que você me diga como! - as luzes se apagaram e o silêncio se espalhou pela sala.

- Ichika? Oscar? - as luzes se ascenderam novamente - Eles sumiram
         
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  Eu acordei com um pulo, senti o suor frio escorrendo pela minha testa, que sonho estranho foi aquele? O relógio no meu criado mudo marcava 2:30 da manhã. Eu deveria voltar a dormir, mas, já havia perdido o sono.

  Me levantei e fui até minha escrivaninha, liguei o abajur e comecei a desenhar, desenhei o compartimento estranho de meu pai tentando analizar o objeto, ele tinha uma espécie de runas estranhas desenhadas nele, me perguntava o quê elas significavam.

  Eu fiquei desenhando até às 09:00 da manhã, estava guardando meus materiais quando escutei uma batida na porta, quando atendi o doutor estava lá.

- Bom dia Jeanne- ele parecia tranquilo - poderia me acompanhar por favor?- eu afirmei com a cabeça e o segui até sua sala.

- Aconteceu algo? - eu perguntei assim que adentramos a sala.

- Sim, sente-se primeiro, gostaria de falar com você.- eu me sentei para que ele prosseguisse - Bom, eu gostaria da sua ajuda, quero que você cuide do meu filho e da amiga dele.

- Você me chamou pra ficar de babá?

- Bom, é claro que você será bem recompensada se fizer isso, você está vivendo aqui sob minha proteção, mas acredito que você queira suas próprias coisas também, se você fizer o que eu te peço eu irei lhe pagar uma boa quantia.

  Eu arqueei minha sombrancelha enquanto o encarava. Ele estava tentando me subornar? Que doidera.

- Okay. Eu aceito seus termos, mas me diga, qual a idade deles?

- Eles tem nove anos.

- Nove? Bom eles são bem jovens.

- Você fala como se fosse uma velha.

- Eu dormi por 500 anos. Sou bem mais velha que todos desse laboratório.

- É por isso que eu estou te confiando essa tarefa. Bom prepare-se eles chegarão em breve.

CalamityOnde histórias criam vida. Descubra agora