Entrando no Inferno

Lúcifer antes de cair

                       Capítulo 4

- Você é de qual cidade? - Allef me pergunta enquanto dirigi pela pista vazia e escura.

- Sou… de uma cidade bem pequena, não irá conhecer - falo não dando muito detalhes, aliás não confio nele inteiramente.

Sorri fraco. A ironia não?! Estou no carro dele indo para uma suposta casa suspeita, mas seriamente, não estou aguentando de cansaço.

Comecei a ver de longe uma casa enorme com muros altos e jardins grandioso.

- Chegamos - ele diz alegremente.

- A-Aqui é a sua outra casa? - falo abismada. Eu sabia que ele parecia ter dinheiro e é todo elegante, mas não sabia que era tão rico a esse ponto.

- Sim, fique tranquila. Está tudo arrumado - diz tranquilo.

- Ha sim - essa era uma das minhas menores preocupações.

Entramos pelo grande portão e paramos em frente a casa. Ele desligou o carro e eu desci de uma vez.

Era um carro bem caro e bonito, não queria o sujar mais do que já tinha feito.

- Vamos entrar, você parece cansada e precisa relaxar - Allef entra na frente e eu logo atrás.

Ele chama por alguém e logo uma jovem mulher de cabelos negros e olhos acinzentados aparece, ela era muito linda e peculiar.

- Sim, senhor?! Precisa de algo? - Ela diz enquanto pega o casaco dele.

Ela me olha logo atrás dele e arregala os olhos, ele entra na minha frente tampando minha visão sobre o que conversavam.

Vi que ela assentiu muitas vezes e estava com as bochechas vermelhas, veio até mim e pegou minha mochila com todas as minhas coisas.

- Ah! Não precisa, pode deixar que eu levo comigo - falo segurando forte.

- Ela irá levar a um quarto para você, eu logo irei embora, espero que se sinta a vontade coma, beba e durma. - sua voz saia meio autoritária o que me faz dar passos para trás. - Só fique a vontade ele loga sorri.

- Por aqui senhorita - a bela moça que no caso é a empregada me ajuda a ir ao quarto.

Subimos por uma escada bem grande e passamos por vários cômodos lindos e várias portas.

- Você deve ter muito trabalho com essa casa - falo olhando em volta.

Ela simplesmente fica quieta como se ela fosse abrir a boca e algo ruim aconteceria, a olhei fixamente.

- Está bem? - pergunto preocupada.

Apenas continua andando e para em um quarto com porta preta e larga. Ela abre a porta e um lindo quarto se revela.

As paredes estavam em um cinza-escuro que deixava o lugar elegante e sofisticado, tinha uma lareira em frente a uma cama que cabia uns 10 corpos meus.

Passei as mãos por cima da coberta que estava em um lindo tom de preto veludo, parecia que eu estava passando as mãos por uma nuvem de tão suave que o toque era.

Tinha alguns quadros e uma televisão enorme no canto com uma pequenininha máquina que provavelmente era para fazer a TV entrar no teto.

Um grande closet que provavelmente estava vazio, um banheiro que quando fui me limpar… Meu deus era lindo.

Uma banheira enorme e logo ao lado um box com vários tipos de chuveiros, uma pia linda de mármore negro e um espelho enorme em cima da pia e outro espelho que dava no chão ao teto entre a banheira e o closet.

Após ficar babando pelo cômodo, tomei banho e coloquei um short de pijama que roubei de meu pai, uma camisa grande que ia até metade das coxas e uma meia branca.

Estava confortável, fiz um coque alto na cabeça e tentei achar a cozinha. Antes de chegar nas escadas a moça que trabalha lá me parou no meio.

- Aqui está seu jantar, como estamos reformando uma parte da cozinha lá está uma desordem. - disse desviando os olhos para os pratos.

- Ah... Obrigada - pego a bandeja e volto para o quarto.

Após comer eu sinto um sono pesado chegar, vou até minha mochila escovo os dentes e deito na grande cama.

- NOSSA! Nunca dormi em algo tão macio assim - me aconcheguei entre os vários travesseiros me embolando na coberta.

Se for para aproveitar essa noite nessa cama, espero nunca acordar ou ter uma cama dessa só para mim todos os dias!!

O dia foi horrível hoje, parece que minha vida é um ciclo interminável de catástrofes e parece que sempre sigo o caminho que dá merda.

Mas desta vez sinto que estou fazendo a coisa certa, sinto que estou finalmente um rumo na minha vida.

Agora irei fazer novos planos, novos caminhos e escrever minha própria história. Cada passo que eu der será uma vitória de hoje em diante.

Quando estava quase para pegar no sono escutei vários barulhos lá em baixo, passos de várias pessoas, coisas batendo e mulheres mexendo nas coisas.

Apaguei em um sono profundo e barulhento com a casa que trabalhava a noite.

Enquanto dormia senti uma mão em minha cintura, mas por algum motivo não me senti desconfortável.

- Shii, apenas durma - a voz de Allef entrou em meus ouvidos como um choque que desceu por todo meu corpo.

Sua respiração dançava em meu pescoço sentindo profundamente meu cheiro e soltando seu ar.

- Como demorei a te encontrar... - ele disse mais algo, mas não consegui ouvir.

Meus lábios foram cobertos pelo dele, macio, carnudo e quente. Sua língua quis entrar em minha boca e cedi passagem, era quente, molhada e tinha gosto de alguma bebida forte que tomou toda minha boca.

Aquilo me inebriou deixando meu corpo entrar em um calor que desceu para meu ventre e se instalou lá.

Suas mãos subiu para minha barriga e logo apertou levemente meus seios, não me machucou não foi forte e sim suave, tão suave quanto a cama em que estava deitada.

Acordei em um pulo da cama, olhei para minhas roupas e ao meu redor. Estava sozinha e o relógio na parede indicavam ser quatro da manhã, deitei novamente com muita vergonha.

Não acredito que tive um sonho erótico com o cara que me ajudou.

- Astrid ele apenas a ajudou por hoje, depois dessa noite eu nunca mais irei ver ele - disse baixinho me debatendo na cama.

Parei e coloquei as mãos aonde eu sonhei, mas parecia tão real. Meus seios estão mais quentes e parece que ainda sinto seus lábios tocando os meus e sua língua entrelaçando na minha.

Voltei a dormir para logo de manhã sair e arrumar um emprego e um lugar para ficar.