Sempre o mesmo

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                         Capítulo 1

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                         Capítulo 1

Às vezes me pergunto porque minha vida não é diferente. Todos os dias apenas fazendo as mesmas coisas, nos mesmos lugares.

Acordar, fazer o café da manhã, trabalhar, horário de almoço sentada na praça, outro trabalho, chegar em casa, tomar banho, jantar e aturar meus tios bêbados.

Nesse momento estou almoçando enquanto observo cada pessoa que passa por aqui. Nada muda.

Dou mais uma mordida no meu sanduíche que comprei em uma lojinha barata e um gole no suco azedo de laranja.

Após acabar de almoçar, limpo minha boca e ando até uma lixeira pequena do lado de uma das várias árvores que tem ali.

- AA!! Hoje o dia será cheio - me espreguiço fechando os olhos com força.

Começo a andar até ao coffee and vanilla, é o nome do pequeno café de Jorge. Meu chefe é também meu amigo.

Do nada paro na sarjeta, meu corpo diz que preciso parar. Senti como se estivesse sendo observada, os pelos da minha nuca se arrepiaram.

Olhei rapidamente para trás varrendo toda a praça com os olhos tentando encontrar algo ou alguém. Meus olhos pousam em um homem vestido com um terno preto e elegante, ele se destaca nessa pequena parte pobre e pequena da cidade.

Não conseguia ver seu rosto, pois estava muito longe e com óculos escuros. Ele não parava de encarar em minha direção.

Dei de ombros e voltei a andar até o café. Atravessei a rua e, quando fui abrir a porta, olhei novamente para trás, mas aquele homem não estava mais lá.

Entrei e comecei a servir os clientes que bebiam seus cafés, comiam bolinhos e bebiam vários outros tipos de batidas de leite.

- Astrid, leve um café americano para a mesa 1 e um cappuccino para a mesa sete, fazendo favor! - Jorge disse enquanto ia até uma mesa com um pedido de dois casais.

- Sim, senhor! - faço o café e preparo o cappuccino e levo até as mesas.

O restante do dia segue assim. Hoje ficou bem movimentado e vários clientes saíram satisfeitos, fico feliz quando vende assim.

- Gnomo! Vem aqui - Jorge me chama e eu o olho brava.

- Sabe que não gosto que me chama assim - o encaro.

 É impossível para mim, ainda mais com uma moça de 1,49 andando por meu estabelecimento. - ele ri alto, me fazendo rir junto.

- Você é um besta - cutuco ele com o cotovelo. - Mas porque me chamou?

- Toma - ele estende um envelope pequeno e amarelo em minha direção.

- O que é? - falo meio incerta olhando dos dois lados.

Entrando no Inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora