SINOPSE
"Quando observo ao meu redor e só consigo ver pessoas felizes e satisfeitas, me sinto cada dia mais acabada. Não consigo me ver tendo essas vidas. O turbilhão que é tentar sobreviver nesse mundo é cansativo e desgastante, mesmo que eu consig...
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Capítulo 7
Meu corpo despertou, mas meus olhos continuavam fechados e pesados, meu corpo todo doía e eu tremia de frio.
Tentei puxar algo que me cobrisse, mas apenas encontrava um lençol frio e fino até sentir mãos quente passarem por meus braços.
Era um quente confortante e macio, uma coberta mais grossa foi jogada por cima de meu corpo e escutei o barulho do ar-condicionado sendo mexido.
Tentei abrir os olhos e ver quem estava ali, mas tudo que vi foi um escuro sem fim. Olhei para um lado e depois para o outro e pude ver uma pequena fresta de luz.
Não era forte, pelo contrário. Estava em um tom cinza meio branco como se estivesse chovendo, mas o barulho da chuva não estava lá.
A cama era confortável e meus músculos tensos relaxaram com o toque suave e macio das cochas. Eu estava calma por mais que minha mente gritava um alerta estridente em minha cabeça, mas por quê?
Escutei uma pequena movimentação perto da cama me fazendo assustar com o barulho, olhei bem devagar e pude ver uma sombra masculina sentada de pernas cruzadas em uma poltrona ao lado da cama.
- Q-Quem é - minha voz saiu rouca e baixa. Eu estava com a garganta doendo.
- Fique quieta Astrid, não piore seu corpo mais do que já está! - era uma voz rouca, forte e máscula. A voz de Allef.
Era um som que em meio ao silêncio fazia seu corpo estremecer e seu interior contrair e se preparar para a pessoa, a voz que derretia mulheres e baixava calcinhas.
- Onde - tentei me levantar, mas meu corpo pesou para baixo me dando tonturas.
- Apenas se deite, não tente levantar se não será pior. Seu corpo está cheio de medicamentos para a manter viva e sarar rápido. - Sua voz se tornava fria, a cada palavra, se tornava odiosa.
- Por que continuo aqui? Eu fugi… eu consegui fugir… você não queria me deixar ir - o olhei de canto.
Allef estava com a mão direita em seu rosto, era o que a sombra de seu corpo dizia.
- Se não tivesse fugido, não teria se machucado ou quase morrido por correr em pleno começo de inverno na merda da floresta, Astrid! Não devia ter fugido.
- E o que eu faria? Ficaria aqui presa por você?! Eu fugi daquela vida de merda e não foi para ser sequestrada e mantida em cativeiro! - minha voz saia cada vez mais rouca e baixa, mas mostrava meu ódio.
- Sequestrada? - sua voz soou irônica e um sorriso que pude sentir arrepios de medo - Você aceitou vir até aqui, eu não a amarrei e muito menos te machuquei para vir até aqui!
- E na floresta? Eu queria fugir de você, mas cá estou eu, dessa vez não vim pela merda da minha vontade! - cuspi as palavras em sua direção.
- Se eu não tivesse te achado naquele dia, você teria morrido sua tola! - Allef parece bravo a cada respiração que ele dá, mas não consigo segurar as palavras dentro de mim.
