Acordei com meu rosto todo molhado enquanto o que parecia ser uma língua ia lambendo minhas bochechas. Dei de cara com meu cachorro Max me olhando empolgado e respirando fundo com a língua de fora quando percebeu que eu tinha acordado. Fiz carinho em sua cabeça e respirei fundo antes de levantar e me preparar para um café da manhã com as minhas mães. Tomei um banho rápido e vesti uma bermuda velha que encontrei no meu guarda-roupa, um pouco do que deixei para trás quando saí de casa e decidi morar sozinho.
– Boa tarde. – minha mãe disse assim que me viu descendo às escadas.
– Bom dia? – falei confuso.
– São duas e meia da tarde, meu querido. – ela ergueu a taça de vinho que parecia ter quase o conteúdo de uma garrafa inteira – Vocês chegaram com o raiar do sol.
Me joguei no sofá ao lado de minha outra mãe que digitava algo ferozmente no celular e dei-lhe um beijo estalado na bochecha.
– Boa tarde, doutora Riley.
– Tarde. – ela deu uma risadinha – Como foi noite passada?
– Um borrão. – bufei – Cadê o Gary?
– Ele almoçou e já saiu. – ela respondeu e voltou sua atenção para o celular.
– Ele não saiu com o meu carro, né? – perguntei preocupado e minha mãe Anne se materializou na sala com a taça já vazia.
– Já está pensando em ir embora, Gary Walsh? – ela colocou a mão na cintura e me olhou séria – Aqui não é hotel não, tá? É a casa da sua mãe, eu virei o que agora?
– Ei, ei. Não vou embora agora. – puxei ela pela mão para se sentar ao meu lado – Eu vou almoçar e aí vou embora. Quero o serviço completo de estádia. – falei rindo e ela me deu um tapinha no ombro.
– Você é um tonto. – ela se levantou – Seu prato está no microondas. Depois que você comer e estiver prestes a se mandar e nunca mais voltar, deixe o Max no petshop que eu vou buscá-lo mais tarde.
– Sim, senhora.
Esquentei a minha comida e me sentei no chão da sala para comer com as minhas mães que estavam provavelmente na sua segunda garrafa de vinho do dia. Minha mãe Anne ficou reclamando sobre eu quase nunca aparecer em casa para passar um tempo com elas e de como Gary passava a maior parte do tempo na casa de Jenna e mesmo assim ainda dava atenção para elas. Riley disse que ela estava sentimental nos últimos dias porque Gary tinha surgido com um assunto sobre casamento e ela estava com medo que ele se casasse em breve e saísse de casa.
Minha mãe e Riley eram um dos poucos casais que me fazia ter um pouco de pensamento positivo sobre o amor e relacionamentos. Meus pais sempre foram amigos, e era assim que eles funcionavam bem, como amigos e apenas isso, enquanto Anne e Riley pareciam ter sido feitas uma para a outra. Minha mãe era mais dramática e se preocupava com absolutamente tudo, enquanto Riley era muito mais calma, pé no chão, tentando ver tudo sempre pelo lado bom. Era engraçado pensar que elas demoraram tantos anos para perceber que se amavam, levando em conta que elas foram melhores amigas durante a adolescência e boa parte da vida adulta, com Riley sendo uma parte muito presente da nossa família e minha madrinha, agora madrasta.
O divórcio dos meus pais foi o divórcio mais pacífico que nossa família já viu na vida e pelo qual duas crianças podiam ter passado. Meus avós de ambos os lados achavam que meu pai iria ficar bravo por minha mãe ter começado um relacionamento com Riley, mesmo que tivesse sido meses após o divórcio ser finalizado, mas surpreendendo a todos, ele estava feliz que minha mãe tinha encontrado alguém que a amava e a completava, que faria não só ela feliz como aos filhos deles também.
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Amizade Colorida
RomansCom quase trinta anos, ele ainda acha que a vida é apenas sexo, drogas e rock n' Roll. Sempre com uma mulher diferente, ele não acha que vai conseguir encontrar a pessoa perfeita para viver uma amizade colorida, apenas sexo sem cobranças. Mas e se a...