A coisa mais legal dessa ilha

capítulo 2: Jantar na Tiporra

Eu... Eu li uma revistinha do Chico Bento pra saber escrever o sotaque da Bárbara 💔

𝐎𝐋𝐈𝐕𝐈𝐄𝐑

─ Olivier! Olivier! Olivier acorda porra ─ a voz feminina com um sotaque irritante me acorda, ela - Amelie - começa a me balançar

─ to não. ─ digo na tentativa dela começar a rir e desistir do fato de querer me acordar, fala sério, se eu acordar 100% vai ser difícil pra dormir mais tarde. Ou é só coisa da minha cabeça?

─ tá não o que porra, levanta! ─ ela me empurra uma última vez. Última porque eu cai da cama, sim, eu cai da cama com um empurrão da Amelie.

─ Ameli! ─ quase grito, com a cara no chão eu fico resmungando coisas que nem eu mesmo estou entendendo, mas pode ter certeza, eu estou xingando Amelie em todas as línguas que eu sei.

─ levanta bora! Mamãe convidou aqueles dois pra jantar e você é obrigado a tá lá ─ ela explica a situação, sinceramente não sei o momento em que ela fez isso. Já que ela foi correndo achar um quarto junto de Amelie

Talvez Bárbara tenha voltado no momento que eu estava dormido e dai mamãe convidou, as comidas daqui já deviam ta estragadas eu acho...

─ mas alguém tem que ir no mercado com o Milo ─ ela continuou, me levanto do chão e encaro ela. Agora entendi o porque essa salafrária, malandra, francesa chata me acordou.

─ nã... ─ sou interrompido

─ você vai sim! Anda logo ─ ela começa a me empurrar para fora do meu próprio quarto, tento luta contra essa força vinda do nada mas é inútil.

Agora me encontro fora do meu quarto com uma Amelie sorridente dentro dele, ainda to com sono e se não estivesse cheio de poeira eu iria deitar no chão.

Solto um suspiro longo e começo a andar em direção a escada, Milo está na porta e minha mãe está a frente dele falando coisas, que pela distância não da para eu ouvir. Desço as escadas devagar resmungando um "bom dia...?", não sei se é de manhã, tarde ou até mesmo noite. Não sei quanto tempo eu dormir e nem o quanto mais eu desejava dormir.

─ Antes que fale, eu não estou vindo por conta próprio. Amelie me expulsou do meu próprio quarto ─ Digo quando paro ao lado de minha mãe, a conhecendo desde que eu nasci sei que ela falaria um "finalmente decidiu sair! Pelo menos na ilha né, querido" e isso me irritaria

Não pelo fato de estar na frente de alguém e ele ouvir, não, não me importo nem por um segundo com isso. Eu me incômodo pois eu sempre saia para agrada-la e fingia ter rolês entre amigos, o que descaradamente era uma mentira. Eu não tinha "rolês" pra ir, muito menos amigos.

Apenas abro a porta ignorando o fato de que essa maçaneta é enferrujada, suja e estranha. Saio da mansão e olho para trás, Milo me seguia com o olhar.

─ nós vamos ou não...? ─ pergunto, ele pareceu acordar de seu transe e começou a andar rápido quase me deixando para trás.

─ me desculpa! ─ disse parando, ele quase me deixou sozinho, apenas parou porque estava prestes a entrar na floresta. Pelo menos eu acho que é por isso.

Seguimos o caminho em silêncio, não quero conversar, mal acordei e já cai de cara no chão, fui deixado pra trás e quase ouvi minha mãe dizer mais uma de suas coisas me deixam irritado.

─ Bárbara leu o livro. Não todo! Tipo... Passou uma hora eu acho, até onde ela leu ela disse que é muito bom! ─ Milo falou, ele gesticulava com as mãos o que me deixava tonto. Talvez eu esteja descontando meu ódio de ter sido acordado na base do empurrão falando detalhes como se eu odiasse eles? Com certeza.