Fúria Vingadora

Final

Final

Passaram-se um mês e Jenneffér estava feliz. Visitou todo o Reino e planejou milhares de melhorias que gostaria de fazer. Seu carisma era grande e graças a sua espécie ser híbrida, alguns faes se revelaram e foi descoberto uma turma de híbridos incomuns, inclusive filhos de anjo.

Giryon achou aquilo incomum e só ficou seguro quando testou os gêmeos. Pediu ao casal Vini e Eghara que ajudassem e percebendo que eles não tinham um lugar fixo para morar, ofereceu o antigo castelo que era de seu primo, para eles morarem fixamente. 

Eghara ficou radiante, pois nunca tivera um lar só seu e com a chegada dos filhotes, foi perfeito. Vini chamou a família para ajudar na reforma e no dia da cerimônia de Giryon e Jenneffér, estavam todos lá, hospedados no Castelo de las Nubes, como o chamavam agora.

Estavam todos prontos para a cerimônia, mas Jenneffér estava tão nervosa e faminta, que várias servas saíram do quanto, cobertas de pó colorido. Giryon mandou buscarem sua sogra e Lizandra veio correndo, já imaginando o que estava acontecendo.

Antes de entrar no quarto, Lizandra já foi limpando todo o estrago que estava no caminho,  feito por sua filha. Quando enfim atravessou a porta do quarto, encontrou uma Jennifer agitada e com fome, atirando bolas de pó colorido, sem a menor noção do que estava fazendo. Imediatamente pediu que trouxessem para ela um bom bife suculento, para que ela pudesse saciar a sua fome e se acalmar.

Passado o momento de estresse pré-casamento, Lisandra ajudou a arrumar sua filha e Jennifer ficou linda.

O salão de festas estava decorado magnificamente, com muitas flores e luzes. Um pequeno palco foi colocado em uma das pontas do salão e ali estavam os tronos do rei e dos príncipes.

Um tapete verde musgo, seguia da porta até os tronos e todo o local já estava lotado pelo povo. A família de Jenneffér entrou, só faltando o Alfa Derek, que entraria com a filha e Luna Lizandra que entraria com Giryon, no lugar que seria de sua mãe.

Logo entrou o rei, seguido de Giryon com Lizandra e depois de quinze minutos, uma nervosa fadinha, entrou com seu pai. Ela estava muito linda e ao vê-la, os olhos de Giryon brilharam e um sorriso brotou em seu rosto, deixando à mostra seus lindos dentes brancos.

A roupa de Jenneffér, era de renda, a saia tinha um forro de tule, deixando-a mais rodada e armada. Era salmon, enfeitada com arranjos de pedras preciosas, imitando pequenos arranjos de flores. Suas asas de fada estavam abertas e o colorido combinava com as cores do vestido.

Uma coroa de esmeraldas e rubis, enfeitavam sua cabeça e as pontas de suas orelhas, acrescentavam um enfeite natural em seus cabelos. Todos a admiravam e o rei sentiu-se orgulhoso de seu neto e confiante de passar seu cargo, com tão importante aliança para o Reino de Antar.

O Reino de Avilá e Antar, agora eram irmãos e aliados.

Chegando a frente das escadas que levavam aos tronos, onde estava Giryon, Derich beijou a testa de sua filha e passou-a para o macho orgulhoso.

-Cuide bem dela, ou já sabe - rosnou, Derick, mostrando que sua grosseria ainda estava presente.

-Fique tranquilo, meu sogro, essa fadinha será cuidada como a minha muito especial companheira e é claro, como rainha . - Giryon sorriu para Derick, sabendo que por trás da pose de machão, estava um Alfa bom e justo.

Quando Jenneffér pousou sua mão na de Giryon, sentiu um estremecimento no corpo e percebeu que seu companheiro sentiu o mesmo. Sorriu feliz, pois percebeu que estavam em plena sintonia.

A cerimônia transcorreu conforme a tradição e logo em seguida, a cerimônia de passagem da coroa e do trono, se deu. Quando enfim, o novo rei Giryon e sua rainha Jenneffér, sentaram-se nos tronos a eles reservados, usando a coroa e ele portando o cetro com o símbolo dos faes de Antar, todos os súditos se prostramos e juraram honra e fidelidade aos rei e rainha.

Jenneffér estendeu a mão e distribuiu magia de amor e alegria. Lizandra fez uma expressão de: só podia ser a Jenneffér, passando a frente do macho mais uma vez. Mas Giryon não se importou, simplesmente adorava sua fêmea espontânea a amável para com o povo.

Terminando as cerimônias, iniciou-se o banquete, franqueado a todo o povo. Dentro e fora do castelo, haviam mesas imensas e fartas de todo tipo de alimentos.

Havia música e dança, sorrisos e muita alegria, mas Jenneffér não se continha, sentia algo estranho em si e não conseguia ficar mais fingindo que desfrutava da comemoração. Chamou Giryon e lhe pediu para saírem de fininho. Rei Pedro percebeu o desconforto de sua irmã e foi até ela.

-Acalme-se fadinha, - pegou em suas mãos - o que você está sentindo é normal. Há um mistério contido em você e será revelado com o acasalamento, assim como foi com mamãe, - virou-se para Giryon - podem ir com a minha benção. Avisarei a família.

O casal sumiu, graças ao poder do Rei Pedro. Apareceram direto no quarto dos reis, preparado exclusivamente para eles. Jenneffér olhou em volta e percebeu que era lindo, mas não tinha tempo para isso, sentia seu corpo pegando fogo e começou a se despir. Giryon ficou olhando, surpreso pela pressa dela.

-Me ajude, Giryon, depressa, preciso de você ou tenho a impressão de que vou incendiar tudo.

Ele percebeu a urgência na voz dela e viu que era sério. Tratou de ajudar a despila e também se despiu. Não ficaram envergonhados, pois já se conheciam. Giryon a visitará várias vezes naquele mês, sem consumar o ato,as trocando prazer e se conhecendo.

Finalmente estavam se engalfinhando na cama. Giryon queria que fosse mais tranquilo, mas sua fêmea estava afoita e ansiosa e não aguentou esperar, sentando-se sobre ele e com um gritinho de dor, tomou posse de um espantado macho fae.

Mas ele não se fez de rogado e logo inverteu as posições e só não desfrutaram mais, porque após o primeiro orgasmo dos dois, juntos, Jenneffér começou a sentir muita dor.

E logo iniciou-se a transformação e sobre a cama mesmo, surgiu uma loba ruiva com asas brancas, mesclada com a mesma cor dos pelos e diante de um rei estupefacto, a loba uivou e houve respostas, com uivos, por todo o reino. A loba lambeu o rosto de Giryon e em respeito por ele não ser lobisomem, deixou sua outra fora sair.

Para maior espanto ainda, do macho e da própria Jenneffér, a forma de seu corpo era estupenda, seus cabelos vermelhos estavam longos, assim como suas unhas e seu corpo,aos voluptuoso.

-Quem é você agora, Jenneffér? - perguntou o macho que queria continuar sua noite de acasalamento.

-Oi,eu amor, não fique assim. Esse é meu lado bruxo que meus pais acharam melhor manter preso até eu acasalar. Nem eu sabia. Você não gostou? Vai me rejeitar? - Perguntou a bruxinha/fada/loba, já querendo choramingar.

Giryon sorriu, pensando que com sua companheira, jamais ficaria entediado.

-Eu te amo, minha companheira. Foi o criador quem me destinou a você, e você a mim. Esqueceu que também sou um bruxo? - Tranquilizou-a ele.

-Então me mostre o seu bruxo - pediu a fêmea.

Giryon deixou seu bruxo aparecer e ao contrário de Jenneffér, seus cabelos mudaram de cor. Giryon era um bruxo negro. O mais temido e poderoso dos bruxos e sua magia negra só beta amenizada pelo seu lado fae.

Jenneffér pôs as duas mãos tampando sua boca aberta de espanto.

-Você é um bruxo negro? - Mais confirmou do que perguntou.

-Sim, mas não se assiste, meu lado fae está no controle. Mas agora bruxinha, quem está aqui é o bruxo e vou te pegaaaarrrr!!! - Ele falou e se jogou em cima dela, que deu um gritinho fino, sorrindo e fingindo se esquivar.

Se amaram loucamente, com toda a força e o poder de seus seres e de seu amor. O laço se completou  e Jenneffér o mordeu. O dia amanhecia, quando finalmente se entregaram ao sono, abraçados. Não eram mais os bruxos, eram só um casal de macho e fêmea acasalados com amor.

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Em algum lugar no céu

-Tá vendo, irmã, agora graças a você, não estamos lá, participando da festa.

-Pelo menos temos uma televisão, Hanael.

-É melhor ficarem em silêncio para ouvirmos o uivo da loba - aconselhou Espiridião.

Os três se calaram e desfrutaram das imagens que passavam na pequena tela, agradecidos pelo pai, ter-lhes permitido pelo menos assistir.