Capítulo V

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Acordei no dia seguinte sentindo a falta do seu calor, cogitei ele ter ido embora e senti uma certa dor no peito mas pude ouvir a porta se abrir, revelando Erwin com uma bandeja, meu café da manhã.

– Bom dia! — Me deu um beijinho na bochecha, não iria me beija na boca pois sabia que eu não deixaria.

– Hm, bom dia. — Falei me enterrando no edredom, morto de sono.

– Consegue ir ao banheiro? — Perguntou preocupado.

– Ainda não tentei... — Dito isso me sentei na cama, um arrepio de dor passou pela minha espinha, mas tentei levantar mesmo assim, sendo segurado por Erwin quando minha perna vacilou.

Isso porque, primeiro; Já fazia um tempo que eu não transava e segundo, ele tinha que me comer a noite inteira então é óbvio o resultado.

Me ajudou a ir até a suíte, fiz minha higiene matinal e percebi algumas — muitas — marcas de tapas, chupões e coisas do tipo, me vingaria depois por ter que passar calor por culpa dele.

Sai de lá, o deixando finalmente me beijar, coisa pela qual o vi ansiando.

– Cadê o seu? — Me referia ao café da manhã.

– Ah, está na cozinha.

– Vai buscar para comermos juntos. — Disse abraçando o maior que sentava na lateral da cama, ao meu lado.

Fez o que pedi — mandei — e assistimos ao jornal na TV presente no quarto.

Passamos o sábado inteiro assim, grudados debaixo de cobertas e na frente de filmes e coisas do tipo.

Enrolamos o máximo na hora da despedida, ele não queria ir e eu não queria deixá-lo ir.

– Até mais tarde... — Disse me beijando.

– Até... — Respondi num abraço demorado.

O coração batendo rápido em meu ouvido e o seu calor... Ah!! Já estou com saudades. Eu sou a merda de um adolescente??!

E por incrível que pareça só lembrei depois da tarefa — não semanal — dessa vez.


Para a minha próxima tarefa tenho que ir viajar no fim de semana, quer ir?

Eu adoraria!

Depois conversamos mais sobre detalhes e essas coisas:

Iríamos para Socorro, uma cidade pequena e cheia cachoeiras. Parece realmente tranquilo, o que me chamou atenção.

Por muito tempo sonhei em morar em um lugar assim, é até estranho perceber que parei no oposto.

Uma cidade que apesar de não muito grande, é muito agitada.

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Estava em minha loja quando uma mulher muito bonita entrou.

Cabelos castanhos bem cuidados, mais baixa que eu, numa roupa simples e realmente bonita, calça jeans e camisa social.

– Bom dia. Vou querer quinhentas gramas de chá de maçã e canela, por favor. — Pediu quando se aproximou do balcão.

– Aqui está! Algo a mais? — Posicionei o pacote já dentro da sacola de papel em cima da bancada.

– Hm... — Rodou a loja, pegou um pote que já vem com medidas e me encarou por um bom tempo.

– É... Senhora? — Já me sentia desconfortado.

— Sério que você não se lembra de mim??!

– Ãhn, desculpe? — Tentei entender.

– Carla! Do colégio! — Falou e senti meu rosto se iluminar.

– Caramba! Quanto tempo!! Podia ter sido mais! — Ironizei a vendo rir, acompanhei. — Bem, como está a vida?

– Ah, tranquila, eu casei, tive um filho, divorciei e coisas simples assim... — Por um momento pareceu melancólica, mas logo sua expressão mudou. — E eu ainda não esqueci a-

– Não acredito que você ainda está nessa merda! — Já sabia de quem estava falando.

– Você ainda não me deu o número dela!!

– E nunca vou dar! Esquisita, ela é quase vinte anos mais velha que você!

– São só dezesseis e eu já sou crescida o bastante, não? Vamos Levi, me dê o número da sua mamãe...

– Vá se foder, vai.

Fechei a loja e fomos conversar em outro lugar, num restaurante pois estava com muita fome.

– Ahh... — Gemeu em preguiça. — Tenho que pegar o Eren... Inclusive, uma foto dele:

Me mostrou uma foto do garoto de 3 anos brincando com areia na praia, um castelinho que desmoronaria assim que a primeira onde chegasse.

– Que fofinho... Não imaginava você mãe.

– Nem eu... — Suspirou. — Mas mesmo assim, não me arrependo de não ter usado camisinha...

– Por que eu espero algo sério de você? — A morena riu.

Conversamos até não dar mais, então a levei para casa numa carona e trocamos os números.

Uma visita inusitada mas eu gostei...

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Chegando em casa estranhei a falta de mensagens de Erwin.

Lhe enviei algumas e ele não respondeu em três horas.

Enfim, estranhei mas apenas fui dormir, amanhã eu ligaria para perguntar o que aconteceu.


No dia seguinte não fui atendido — telefone fora de área —, mas minhas mensagens foram visualizadas e junto recebi umas mensagens padrão do aplicativo: "Talvez essa mensagem demore a chegar, peça para seu contato reenviá-la ou aguarde" cinco ou seis delas.

Comecei a ficar preocupado e tentei enviar outras mensagens, nenhuma chegou, nem mesmo em um dia.

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Capítulo pequeno 😰

Isso é sentir? - EruriOnde histórias criam vida. Descubra agora