De repente, pais. (Hiatus)

Capítulo 06

Ontem, pela primeira vez em dois anos, eu e Chifuyu conversamos, e expomos uma para o outro como estávamos nós sentindo, desde a morte do seu pai, Chifuyu havia se fechado, seu pai era seu maior exemplo, ambos sempre tiveram uma ótima relação, e o senhor Matsuno sempre o apoiou em todas suas escolhas, principalmente quando ele decidiu se casar com um alfa, essa decisão foi um baque para toda família Matsuno, pois se ele se casasse comigo, não poderia ter filhos, grande parte da sua família foi contra nosso casamento, até mesmo sua mãe não era a favor da nossa união, no início, após o falecimento do seu pai, Chifuyu começou buscar desesperadamente maneiras de suprir seu luto, a melhor maneira que encontrou foi seu trabalho, após o falecimento do seu pai, me senti sem rumo, pois Hiragi foi como um pai para mim, um pai que nunca havia tido oportunidade de conhecer, até o senhor Hiragi me tratar como se fosse um filho seu.

Chifuyu Matsuno, esse é um dos grandes nomes conhecidos atualmente no Japão, tendo como objetivo atual, transformar a Yamaha, na maior empresa multinacional automotiva do Japão, em nome do seu falecido pai, Hiragi Matsuno.

Ontem a noite, senti um enorme alívio ao poder conversar com Chifuyu, pois eu senti que um enorme peso saiu das minhas costas, ontem a noite eu pude falar com o meu Chifuyu novamente, não com o Chifuyu Matsuno, o CEO da Yamaha. Ouvi-lo dizer que me ama, e que se importa com nosso casamento, era tudo que eu precisava ouvir para acalmar meu coração inquieto.

Não tive coragem de contar o que havia acontecido no bar, mesmo que eu tenha buscando as melhores palavras, para que pudesse contar e justificar o que havia acontecido, eu não consegui, por egoísmo meu, pois eu não queria acabar com aquele momento, eu sabia que falar sobre o que havia acontecido, tornaria o momento ruim. Como eu diria ao Chifuyu que reencontrei Kazutora, logo após Chifuyu dizer que aquela noite no bordel foi um erro? Seria impossível, me sinto mal por está escondendo esse acontecimento, pois abomino mentiras, mas ainda não encontrei boas palavras para o contar.

Kazutora, é um bom garoto, eu consigo sentir isso quando olho para ele, ele finge ser arrogante, como se nada importasse, ou como se nada o afetasse, mas na realidade, ele está com medo, por isso usa uma armadura envolta de si, afastando todos que tentam se aproximar, por algum motivo eu quero ajudá-lo, sei que esse trabalho será importante para ele, por isso, não irei voltar atrás com minha palavra, mas, em hipótese nenhuma não vou deixar esse acontecimento conturbar meu casamento.

- Preciso encontrar uma boa maneira de contar o que aconteceu. - Keisuke disse para si, suspirando pesadamente, com sua cabeça repelenta de pensamentos, que o incomodavam de maneira persistente.

Olhando para o relógio, o moreno de olhos afiados e castanhos, suspirou novamente, um suspiro ainda mais pesado que o anterior, já eram 14:00 horas, e Kazutora não havia aparecido. - Ele não irá vir? - Keisuke se perguntou, desapontado.

- Ele disse que viria. - Keisuke continuou a falar sozinho, encarando o relógio, observando os minutos se passarem lentamente, como se nunca tivesse fim.

- Você tem o hábito de falar sozinho? - Kazutora disse, após adentrar o local, e por sorte, conseguir ouvir de relance o que o moreno havia dito, tirando de imediato o foco de Keisuke do enorme relógio pendurado sobre sua parede, ao escutar o som da porta se abrindo, acompanhada do som da voz de Kazutora.

- Kazutora, você veio! - Keisuke falou com seu tom de voz um pouco mais alto que o normal, encarando o bicolor, com um grande sorriso.

Kazutora? Esse cara realmente é inacreditável, ele fala meu nome com tanta intimidade, como se fossemos amigos. - Kazutora pensou, arqueando levemente suas sobrancelhas, em nenhum momento desde o dia em que conheceu Keisuke, o moreno o chamou pelo seu sobrenome, sempre o chamando de maneira persistente por seu primeiro nome, como se ambos fossem íntimos, era estranho, levando em consideração que mal se conheciam, e só haviam se visto três vezes, mas apesar disso, Kazutora não se sentia desconfortável, Keisuke era como um dócil cachorrinho.