Capítulo 14

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Manjiro tinha um pneu furado e uma desculpa perfeita para visitar a oficina de Ken. Manjiro poderia apenas ligar casualmente, pedir para se encontrarem como de costume, ou simplesmente aparecer do nada sem nenhum motivo plausível, mas na última semana algo lhe incomodava,ele não conseguia ser ele mesmo, e agir normalmente, buscar desculpas ou motivos para ver Ken tornava tudo mais fácil, ter uma desculpa o fazia se sentir menos dependente, como se fosse capaz de agir com razão e não motivado por seu amor unilateral.

Manjiro caminhava em passos lentos, forçando seu corpo para frente, manter sua moto em pé havia se tornado cansativo após empurrá-la por cinco quarteirões.

Os cabelos negros recém tingidos de Manjiro colavam sobre sua testa e pescoço, Manjiro por um momento se arrependeu de deixar seu cabelo tão cumprido. Sua blusa ficou encharcada de suor, seu aroma amadeirado havia se tornado mais forte que o comum.

Manjiro andou até o final da rua, e cruzou a esquina, em frente a oficina havia algumas motos estacionadas na calçada. Manjiro empurrou sua CB250T para dentro da garagem estacionando-a ali.

Manjiro suspirou cansado, jogando seus cabelos para trás e retirando sua camisa encharcada de suor, seu corpo pequeno era revestido por músculos definidos e duros, resultado de seus treinamentos árduos no taekwondo.

Manjiro ouviu algumas vozes agitadas virem do depósito de ferramentas, o alfa caminhou até o depósito e logo se deparou com alguns pirralhos do ensino médio causando confusão. Uma roda de garotos estava formada, e no centro dela estava Inui, sendo suspenso pelo colarinho do seu macacão por um garoto de no mínimo 17 anos de idade.

— Seu filho da puta arrogante do cacete! — O garoto de cabelos vermelhos, que suspendia Inui gritou.

— Você tinha que complicar as coisas tanto assim? Era só arrumar a porra da minha moto cara! Falei que iria pagar depois!

— Não trabalhamos com pagamentos a prazo, é uma norma da oficina, se não consegue compreender o básico, peço que você e seus amigos se retirem, estão atrapalhando meu trabalho. — O tom de voz de Inui era calmo e indiferente.

— Seu filho da puta eu vou matar você!! — Um grito estridente ecoou.

Uma das mãos do garoto se soltou do colarinho do macacão de Inui, e sua mão se fechou em forma de punho, Inui cerrou os dentes, e se preparou para receber um soco, mas antes que o punho do garoto se aproximasse da face de Inui, seu pulso foi agarrado com força, tanta força que o garoto sentia como se seu pulso pudesse se partir a qualquer momento.

— Se não quiser visitar o hospital hoje, é bom você e sua galera vazarem enquanto eu peço com educação.

— Ahh meu pulso, solta cacete!!

— Quem você pensa que é? Seu anão filho da puta!

O garoto de cabelos vermelhos soltou o colarinho de Inui, e tentou soltar seu pulso, um grito fino de dor saiu do seus lábios ao gritar "desgraçado", com seu punho livre o garoto tentou acertar um soco em Manjiro, que desviou facilmente.

— Merda! Me solta logo caralho!

— Me ajudem porra, peguem esse desgraçado.

Manjiro torceu o braço do garoto, fazendo-o se ajoelhar diante dos seus amigos, as faces dos garotos estavam contraídas em pleno terror, um calafrio percorreu por suas espinhas, os feromônios de Manjiro dormiram aquele pequeno espaço, e colocou todos os presentes sobre seu domínio, até mesmo Inui se sentiu oprimido, os olhos negros e sem brilho de Manjiro encarava aqueles garotos que se quer ousaram se mover.

— Se não quiser ganhar um braço quebrado, é bom você se mandar com seus amigos, estou começando a ficar irritado.

"Porra, porra,porra, porra!!" O garoto engoliu em seco, ele sequer conseguia levantar sua cabeça e encarar Manjiro.

De repente, pais. (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora