De repente, pais. (Hiatus)

Capítulo 05

Ultimamente, venho pensando bastante sobre a minha vida, tudo sempre está uma desordem, sinto que nunca vou conseguir por as coisas em seus devidos lugares.

Minha vida sempre esteve assim, desde o meu nascimento, no início toda essa bagunça me incomodava, mas com o passar do tempo, eu simplesmente desisti de tentar arrumar o que estava fora do lugar, eu acabei por me conformar.

Talvez toda essa desordem combine comigo, aliás, sou uma completa bagunça, assim como minha vida. Meus sentimentos sempre são confusos, nunca sei descrever ao certo como me sinto, isso me frusta, e me irrita, mas esse sou eu, o que poderia fazer? Minhas atitudes sempre são irracionais, acabo por me arrepender toda vez que decido fazer algo, gerando ainda mais desordem em minha vida, talvez o grande problema a ser resolvido, seja eu.

Aquele cara vai me trazer ainda mais problemas, eu sei disso, mas por que ainda estou pensando sobre sua proposta? Que saco, como se não bastasse ter uma crise de ansiedade fodida ontem a noite, desde o momento em que acordei só penso sobre esse cara, e sua maldita proposta de emprego, não consigo o tirar da minha cabeça.

Eu apenas deveria ignorar o fato de ter o visto ontem a noite, minha vida já é um completo caos, não precisa de ainda mais problemas, mesmo que ela pareça uma boa pessoa não sei quais suas reais intenções ao querer trabalhar comigo, a gente transou afinal, e como se não bastasse, ele me atou, aquele idiota quase me engravidou, por sorte seu marido não fez o mesmo, aqueles dois imbecis.

O que mais me irrita, é que toda vez que penso em ignorar a existência daqueles dois, lembro-me da noite que tivemos juntos, e para piorar ainda mais minha situação, desde ontem a noite o sorriso daquele alfa idiota não sai da minha cabeça.

"Nós vemos amanhã?" O que o fez acreditar que eu realmente iria? Aquele sorriso idiota, me faz repensar toda vez que penso em não ir, pois aquele sorriso soa como um "estarei te esperando." Que droga, ele realmente parece está contando comigo, por que estou me importando tanto? Ele é apenas um desconhecido para mim, não o devo nada aliás, então por que algo em mim não quer desaponta-lo? Devo ter enlouquecido.

Talvez eu deva ir, apenas para ter certeza que é uma péssima idéia, talvez assim esse sorriso idiota saia da minha cabeça de uma vez por todas.

Kazutora suspirou, encarando o céu, sentindo a brisa fresca em seu rosto. - Aquele maldito sorriso bonito, sempre que penso sobre ele, me sinto ansioso. Talvez eu realmente devo ter enlouquecido. - Kazutora disse para si mesmo, com seu tom de voz baixo, sendo impossível que alguém o escutasse.

Que seja, não quero mais pensar sobre isso. - Kazutora pensou, e suspirou mais uma vez, um suspiro pesado e ainda mais prolongado que o anterior. Kazutora apenas queria deixar suas preocupações de lado, afinal pensar sobre elas não o ajudaria em nada, apenas o deixaria mais inquieto.

- O curso de cinema e audiovisual deve ter bastante tempo livre. - Inui falou, chamando a atenção de Kazutora, ao se aproximar do bicolor, seus passos haviam sido tão silenciosos que Kazutora apenas o notou após o mesmo chamar sua atenção.

Inui? Por que ele está aqui? - Kazutora pensou, encarando o loiro diante de si, e deu um pequeno sorriso ladino.

- Eu poderia dizer o mesmo do curso de automotiva, já que você está aqui Inupi. - Kazutora respondeu sarcástico, voltando a encarar o céu.

- Podemos dizer que sim. - Inui respondeu, deixando um mínimo sorriso presente em seus lábios ao perceber o tom de voz sarcástico do bicolor.

Sentando-se ao lado de Kazutora, Inui pegou um de seus cigarros, e direcionou o seu olhar para o céu assim como Kazutora fazia, ficando em completo silêncio, apesar de não terem muitas coisas em comum, Inui e Kazutora sempre se deram bem, frequentemente ambos se encontravam por trás das arquibancadas do campos da faculdade, quando queriam ficar sozinhos, era o lugar favorito de Kazutora para fumar, ou ficar de bobeira perdido em seus pensamentos, já para Inui era seu lugar favorito para fugir de seus colegas de turma, sempre tão insuportáveis, ou apenas era o lugar para onde o loiro ia quando desejava pensar um pouco.