C A P Í T U L O 1

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A vida é algo valioso

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A vida é algo valioso.

É uma dádiva.

Um presente de Deus.

Sorte têm aqueles que sabem como aproveitá-la da melhor forma possível.

De fato, meu irmão mais velho, que faz questão de me esconder de seus amigos e de deixar claro que, para eles, eu não devo existir, não é uma dessas pessoas.

Não, ele não é um vagabundo que não trabalha, e, ao menos eu acho, ele não pratica nenhum tipo de coisa ilícita, assim espero.

Ele não me conta muita coisa, raramente conversamos.

E, mesmo que o cheiro de bebida alcoólica esteja agora tomando cada ambiente da pequena casa onde moramos. E, mesmo que Brendan esteja tão bêbado que mal sei como está de pé, e mesmo que tenha acabado de bater a porta do seu quarto com brutalidade enquanto xingava aos montes, é uma boa pessoa.

Mas, é um cético.

Não que as pessoas tenham por obrigação terem fé em Deus, aliás, Ele nos deu o livre arbítrio para escolhermos isso.

Mas Brendan é um cético em relação à tudo, à vida, às pessoas, ao amor.

Para ele, a vida é uma perda de tempo que apenas nos causa dor e sofrimento, as pessoas são falsas e soberbas, e qualquer bondade que possa haver dentro delas, um dia acabará.

E o amor? Não, essa palavra não possui bom significado no dicionário dele, o amor é inútil, é mentiroso, é lúdico e apenas te deixa vulnerável para pessoas falsas e soberbas se aproveitarem da sua bondade, tirando-a de você, e logo você acabará se tornando como elas.

Ele não poderia estar mais errado.

A vida é bela, possui seus tropeços e encalços, mas é linda. As pessoas são boas, não todas, mas uma boa parte delas. E o amor é o maior e mais poderoso dos sentimentos deixados por Deus para os homens poderem desfrutá-lo com sinceridade e intensidade.

Não que eu já tenha experimentado algo assim, acredito que ainda não chegou a minha hora e que Deus está separando alguém bondoso, de fé, um devoto, para mostrar-me como é amar assim.

Mas, ao menos, eu amo meu irmão.

E por amá-lo, decidi correr o risco de tentar cuidar dele e ser xingada em sua língua de bêbado. Tinha certeza de que ele passou as últimas horas bebendo e não havia comido nada.

Todo final de semana é assim.

Bati na porta de Brendan com as falanges dos dedos, não usei muita força, mas o suficiente para que ele consiga escutar. Carregava comigo uma pequena bandeja, que estava equilibrando com uma das mãos. Graças ao meu emprego no Milk&Milk, uma sorveteira no centro de Boston , tinha um ótimo equilíbrio e dificilmente deixava algo cair.

O pecado de JaxOnde histórias criam vida. Descubra agora