Any gabrielly é uma garota comum de 17 anos,
Mora no morro do alemão com o seu pai, um bêbado e drogado
Desde pequena ela aprendeu a se cuidar sozinha, nunca precisou de ninguém e acha que nunca vai precisar.
"Eu posso controlar a minha vida, eu e...
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Maratona 1/10
Me remexo na cama e me levanto de saco cheio da vida, já faz uns dias que não vou na escola, preciso ir hoje.
Me arrumei e peguei a mochila saindo de casa.
Entrei na escola e algumas pessoas me encaravam com um olhar feio.
Ignorei e entrei na sala, a professora já estava nela e me encarou surpresa.
- Olha só se não apareceu a margarida. - Ela sorriu.
- Desculpe o atraso. - Disse e ela sorriu.
- Tudo bem, entre querida. - Hoje caminhei devagar pro meu lugar e me sentei.
- Como eu estava dizendo vocês tem que trazer o trabalho pra mim, amanhã sem falta. - Ela falou, levantei a mão. - Sim? - Olhou pra mim.
- Pode me explicar sobre o que é o trabalho? - Ela perguntou.
- Sobre o quão importante a família é em nossas vidas. - Disse e eu engoli seco.
- Quanto vale? - Perguntei.
- 2,0 pontos, no máximo uma folha de redação. - Explicou.
- Tudo bem. - Assenti.
Como eu poderia falar da importância de uma família se eu nem tinha experiência boas com a minha.
Não conheci minha mãe, e meu pai, ah, ele é um bêbado drogado que me batia e me maltratava desde sempre.
Como eu poderia falar disso?
Suspirei e comecei a anotar as coisas que ela passava no quadro, respondi umas questões sobre dois textos que ela havia passado e ganhei três vistos.
Os horários passaram voando e eu saí da escola rápido, desci o morro quase correndo e larguei minha mochila com Lamar na porta da boca.
Chegam uns armamentos hoje e eu preciso tá na entrada do morro agora mesmo, já estou atrasada.
- Cheguei. - Respirei rápido por ter corrido bastante pra chegar.
- Tá atrasada. - Sorriso falou olhando a prancheta.
- Mas aqui. - Respondi.
Ele revirou os olhos e me entregou a prancheta.
- Termina de conferir e entrega pro JB assinar. - Olhei em volta.
- E onde o JB está? - Perguntei.
- Sei lá, não vi ele hoje. - Falou
Bailey desceu o morro devagar mais sem o JB.
- Qual foi, tá tudo aí? - Pegou a prancheta da minha mão.
- Tá sim. - Respondi enquanto ele assinava. - Cadê o JB? - Perguntei.
- Ele tá em casa. - Bailey falou meio chateado.
- E não tá aqui porque? - Perguntei.
- Vamo terminar isso aqui né? - Tentou mudar de assunto.
Revirei os olhos.
Terminamos de arrumar tudo e eu liguei pro JB, chamou uma, duas, três vezes e nada dele atender.
Grudei Bailey na parede e encarei ele.
- O que o JB tem, ele não é de ficar sem vir. - Falei.
Ele bufou
- Ele tá atacando hoje, melhor você deixar ele quieto, se não sobra pra gente. - Ele me alertou.
Fiquei com aquilo martelando na minha cabeça e resolvi ir até lá.
Subi o morro "P" da vida e me aproximei de sua casa, ouvi barulhos horríveis como se tudo estivesse se quebrando e excitei antes de entrar.
Abri a porta e ele quebrava tudo na sala, coloquei a mão na boca sem acreditar no que eu via e ele parou por um momento me encarando com os olhos vermelhos.