Capítulo 12 👑

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Mais um capítulo para vocês, queridos!

P.S. Curtam a música do showzinho do Alec! Don't Stop me Now - Queen🎶

❤️👑❤️




Eu trabalhava com afinco para as eleições que estavam cada vez mais próximas.

No momento, meu objeto de estudo é o Arquivo do Texas.

Não era para eu ter esse arquivo. Ninguém da campanha havia me dado. Não é se quer sobre política pública. É mais um fichário do que um arquivo. Eu o chamava de o Fichário do Texas.

Ele é o meu bebê. É um arquivo que guardo com zelo, enfiando-o na bolsa a tiracolo para levar para casa quando saio do gabinete e o escondendo do Lorenzo de Boston. Ele contém o mapa dos condados do Texas com análises demográficas complexas dos eleitores, ao lado das populações de filhos imigrantes sem documentos, eleitores não registrados que são residentes legais, padrões de votação ao longo dos últimos vinte anos. Eu o enchi de planilhas de dados e registros de votação, projeções que pedi à Camille para calcular.

Em 2016, quando minha mãe ganhou a eleição por muito pouco, o gosto mais amargo foi perder para o Texas. Não foi exatamente uma surpresa, já que as pesquisas já indicavam o voto na chapa republicana, mas esperávamos que no final, o Cometa de Lometa ganhasse. Não aconteceu.

Eu não conseguia abandonar a sensação incômoda de esperança. Existia algo ali que havia mudado, eu tinha certeza disso.

Pego um lápis do estojo de Harvard do Lorenzo de Boston e começo a esboçar linhas no mapa do Texas pela milionésima vez, pois eu tinha essa centelha de fazer o máximo que posso. Se eu conseguisse de alguma maneira encontrar um jeito de fazer o voto do Texas refletir a alma daquele estado...

Uma vibração incessante me traz de volta ao presente e atendo o celular.

__ Cadê você? __ a voz de Maia pergunta do outro lado da linha.

Merda. Olho a hora: 9h44. Tinha marcado de encontrar Maia para jantar há mais de uma hora atrás.

__ Merda, Maia, foi mal __ digo pulando da cadeira e enfiando as coisas na bolsa. __ Estava concentrado no trabalho... Eu, eu me esqueci completamente.

__ Eu te mandei um milhão de mensagens __ ela diz. Era já como se ela estivesse planejando o meu velório.

__ Meu celular estava no silencioso __ eu digo correndo para o elevador. __ Me desculpa de verdade. Sou um babaca completo. Estou saindo agora.

__ Não se preocupa. Pedi o meu pra viagem. Te vejo em casa.

__ Mamá.

__ Preciso que não me chame assim agora.

__ Mamá...

Ela desliga.

Quando volto para casa, ela está sentada na cama, comendo macarrão de um pote de plástico, e faz questão de me ignorar quando chego à porta.

Ela estava com a mesma expressão de alguns anos atrás, quando o nosso pai havia feito tranças no seu cabelo para o primeiro dia de aula porque Mamãe estava em Washington: decepção cuidadosamente disfarçada.

__ Desculpa __ tento de novo. __ Juro que me sinto um lixo total e absoluto. Por favor, não fica brava comigo.

Ela continua mastigando, ainda sem olhar para mim.

Quando a Coroa diz NÃO, mas o Coração diz SIMOnde histórias criam vida. Descubra agora