How I Met Your Mother.

perder você.

Pov Simón

Ano de 2009.

Eu estranhamente estou vivo.

Bem, os médicos disseram que é um milagre eu estar vivo e completamente bem, mas isso é um milagre até mesmo pra mim. Eu não sei o que aconteceu dentro daquele "coma", não sei nem como tudo isso foi possível e olha que tudo isso aconteceu em quase 10 minutos!

Eu... Ia desistir de tudo... Eu ia mesmo, eu estou muito cansado de estar somente sobrevivendo, mas aí aquela risada aconteceu... Aquela risada fez com que tudo o que me machuca hoje parecesse nada, meu peito estava tão cheio de amor e eu sei que era um amor longe do que eu já venho sentindo, é um amor diferente, novo...

Genuíno.

Foi o amor mais genuíno que eu já senti em toda a minha vida! Fez com que tudo valesse a pena, que a minha vida valesse a pena! Eu fiquei tão feliz.

E nesse momento eu percebi que viver para sentir isso outra vez valeria a pena.

Depois que eu saí do hospital, fiquei um dia inteiro em casa de repouso e ninguém veio aqui ver como eu estava ou algo do tipo e talvez minha mãe tenha pedido isso porque estou quase incomunicável. Eu não posso evitar a raiva que eu estou sentindo de tudo e todos nessa situação, mesmo que eu tente, não consigo evitar, porém eu estranhamente entendo tudo o que fizeram por mim.

Eu entendo e não culpo ninguém por nada, eu só preciso me organizar com todas essas informações e por isso estou em silêncio... E talvez um pouquinho sarcástico. Assim que terminei de vestir o uniforme e pegar meus materiais, comecei a caminhar até a porta distraído sem perceber a presença parada em frente a mesma, até que levanto meu olhar e lá está Richard me encarando com os braços cruzados e um semblante sério.

— A comissão de boas vindas era ontem. - Sorrio fraco e pareceu não funcionar porque ele se manteve do mesmo jeito.

— Bom dia, Simón! Como você está?

— Ouvi muito essa pergunta nos últimos dias.

— E já cansou de responder? - Pergunta erguendo uma das sobrancelhas.

— Eu tô bem! Obrigado por perguntar. - Sorrio sem mostrar os dentes.

— Fisicamente eu não tenho dúvida alguma, psicologicamente é outra história.

— Eu tô bem em todos os sentidos possíveis.

— Engraçado, se eu me lembro bem, você passou semanas estranho e sem dormir direito, depois disso você explodiu, bateu em outro garoto e sofreu um acidente. - Ele dá um passo para frente olhando diretamente nos meus olhos, eu apenas me mantenho parado e sorrio de canto. — Acho que isso não é estar bem em todos os sentidos.

— Não fala como se eu não tivesse motivo algum pra isso porque você foi a pessoa que mais relutou sobre me contarem a verdade.

— Simón, eu só-

— Queria me proteger? - Pergunto sarcástico e cruzo os braços. — Obrigado, eu não preciso de proteção.

Fecho a porta do quarto e passo por ele sem dar importância para o olhar duro que ele está me encarando.

— Simón, você pode não querer conversar comigo mas eu quero pelo menos que me ouça. - Paro de caminhar e continuo de costas para ele, assim que eu o olho por cima dos ombros, ele continua. — Seus amigos vão atrás de você, principalmente Ámbar e Luna, elas ficaram muito mal com o que aconteceu e querem muito resolver essa situação. Então por favor, pensa bem antes de dizer algo duro à elas... Pode piorar a situação.