Quarta feira. O dia seguinte finalmente chegou, e o Sano se encontrava mexendo no celular de baixo da árvore que ele e os amigos sempre se encontravam para conversar antes da aula. Mas daquela vez ele estava sozinho, já que mandaram mensagem dizendo que se atrasariam, não disseram nada sobre. Ele se perguntava o que eles estavam aprontando.
— Meu deus, olha aquilo! — Uma aluna exclama, e de repente vários alunos olham para uma mesma direção.
— Caralho, filma! — Outra fala.
— É alguma pegadinha do terceiro ano? — Outro pergunta.
— Eles são do segundo, cabeção! — Outro responde.
Sano não conseguia ver muito bem o que eles olhavam com tanta diversão e curiosidade, já que tinha muitas pessoas na frente. Decidindo levantar e matar a sua curiosidade ele se depara com uma cena que jamais pensaria que veria. Todos os alunos olhavam fixados para os portões, onde os quais seus cinco amigos: Draken, Kazutora, Mitsuya, Chifuyu e Baji passavam literalmente desfilando, enquanto usavam saias que pareciam serem do uniforme, local adentro. Cada um sorrindo presunçoso para os olhares desacreditados e as câmeras que os filmavam. Kazutora e Baji até jogaram os cabelos para trás para causar mais impacto a cena. E funcionou. Sano olhava boquiaberto para os amigos.
— Eae, Sano! — Kazutora praticamente grita, correndo em direção ao amigo, sendo seguido calmamente pelos outros.
— Fala — Draken diz.
— Mas que porra?! — É a única coisa que ele consegue dizer.
— Gostou? — Mitsuya pergunta. — Eu que fiz.
— Por que vocês...? — O loiro tenta formular uma pergunta, mas a mente ainda não tinha conseguido assimilar aquilo cem por cento.
— Ainda pergunta? — Chifuyu questiona, sorrindo de orelha a orelha, assim como os outros. —-- Se você pode usar saia aqui na escola, o que nos impede de usar também?
— Mas o protocolo...
— Foda-se aquele protocolo de merda. — Baji o corta. — Seu bem estar mental é bem mais importante.
Sano encara os amigos — ainda mais, se é que era possível — e por alguns segundos todas as pessoas ao redor tinham sumido, era como se existisse só eles ali naquele momento. Ele escutou cada palavra que seus amigos lhe proferiram, sendo acertado por elas como um soco no estômago, na mesma intensidade que lhe traziam um enorme conforto. Ele sorriu, involuntário. Ele amava 'pra caralho aqueles idiotas.
— Eu odeio vocês — consegue dizer, com um tom de voz doce e feliz, contradizendo as próprias palavras. Os demais sorriram ainda mais, pois sabiam que aquela era a linguagem do amor dele para o "eu amo vocês".
Era o final da terceira aula, prestes a entrar no intervalo, e eles já eram assunto em toda a escola, inclusive nos prédios das turmas do primeiro e terceiro ano. Eles eram tratados como estrelas de cinema sempre que entravam em um lugar, já que todos, sem exceção, paravam para olhá-los. Seja rindo, fofocando, tirando fotos ou agindo como algum tipo de fãs malucos.
Depois de terem sido barrados e proibidos de assistirem a aula de história enquanto estivessem vestidos daquele jeito (o que eles não ligaram, na verdade, até agradeceram pela aula vaga) eles foram convidados/ — obrigados — a assistirem a de biologia, cujo professor não pareceu se incomodar com as saias, e ao ser questionado apenas respondeu um ''Não estou nem aí, a vida é de vocês e vocês fazem o que quiserem com ela.'' Kazutora estava certo, aquele cara sabia das coisas.
Kazutora decidiu não pular nenhuma aula e passar cada uma delas ao lado de seus amigos, o que foi um grande recorde já que era o segundo dia consecutivo que ele fazia aquilo. Todos os seis conversavam no fundo discretamente para não atrapalhar a explicação do professor sobre o fator Rh e sistema ABO — O qual, tirando Draken e Mitsuya e um pouco Chifuyu, o restante não entendeu nada — até a secretária do diretor aparecer na porta, interrompendo o homem.
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Guia Para Jovens Desasjustados E Que Procuram Serem Felizes
FanficComo se tornar odiado por pessoas idiotas: - Seja diferente - Seja você mesmo - Discorde deles - Não esteja de acordo com o padrão - Questione as regras delas - Seja de uma religião diferente - Seja feliz demais Como sobreviver a esse mundo odioso...