𝐀𝐩𝐨𝐜𝐚𝐥𝐲𝐩𝐭𝐢𝐜 𝐋𝐨𝐯𝐞 - 𝐕𝐞𝐠𝐚𝐬𝐏𝐞𝐭𝐞

Capítulo 8

Pete

Abro meus olhos ao ouvir um forte estrondo, olho rapidamente ao redor a procura de Vegas e não o encontro, levanto-me e caminho em direção de minha cueca caída ao lado da cama, a pego do chão e a visto, olho pela janela percebendo os tons de madrugada ainda, caminho em passos lentos até o banheiro, ergo minha mão até a maçaneta e a giro, a porta não abre e logo depois ouço o som do chuveiro, suspiro aliviado e me afasto. Volto a cama no qual me sento e encaro o nada por alguns segundos, abro o criado mudo e mexo em alguns papéis ali, puxo o caderno de couro e o abro, ali há versos, simples mas carregando fortes emoções, procuro um lápis no meio daqueles papéis e ao encontrar, leio alguns versos e mais versos começam a se criar em minha mente, começo a anotar tudo rapidamente. Minha mente já começava a viajar e meus lábios já deixavam as palavras fugirem através deles, mas minha atenção é tirada ao ouvir o som da porta. Por um segundo minha mente entra em conflito, criando fortes paranoias do que vai ou não acontecer, um flashback das últimas vezes que Vegas e eu estivemos juntos, as intensas brigas, aquele último show e depois aquele ano que se passou, tudo volta e começa a se chocar dentro de mim, e o desespero ganha forma, me deixando nervoso e ofegante.

-Pete? - Vegas segura a toalha que pendia em seu quadril, ele se aproxima e senta na cama, levando suas mãos ao meu rosto, o olho ainda ofegante e com os olhos arregalados - Pete fala comigo...está me ouvindo?

-E-eu to..bem- digo ofegante, levo a mão até minha testa secando o filete de suor que escorria

-o que aconteceu? - ele questiona e hesito em falar. Eu deveria? Isso causaria problemas, me mantenho calado - não quer realmente me contar?

-melhor não - digo e ele sorri levemente, acariciando levemente meu rosto, antes de depositar um suave beijo em meus lábios

-tudo bem então - ele diz e se levanta, caminha em direção de seu closet e o abre, respiro fundo e guardo o caderno de volta, empurro os lençois e levanto-me, passo as mãos pelo rosto e caminho em direção do banheiro, ao abrir a porta ouço Vegas - iremos ao estúdio e passaremos o dia lá - ele diz e assinto adentrando no banheiro, fecho a porta e me encosto na mesma.

Vegas e eu tomamos café enquanto esperávamos os caras chegarem, nao haviamos mais trocado nenhuma palavra, por medo meu de dizer algo e tudo ir pro ralo novamente, agora tudo estava voltando a ser como era antes...quer dizer não tudo Sei que podem pensar que sou alguem ruim por pensar assim, sei que nao sou realmente quem Vegas quer, eu o ouvi chamando o nome de Jom ontem e nao só durante a foda, mas enquanto dormia, magoa mas nao tanto, foi um ano ao lado dele, se tornou algo diferente.

Os risos são ouvidos e meus olhos vão em direção da porta e logo eles entram, sorridentes como sempre, levanto-me e corro ao encontro deles, nos abraçamos e todos dizem coisas, sabem aquelas coisas de saudade e tal. Ao tocarmos aquela sensação volta o prazer de estar com eles novamente, me sinto novamente em casa...e bem agora faltava apenas Anastasia para gravarmos e teremos concluído, mas antes eu queria fazer algo como...é complicado, mas tentarei.

Os dias se passaram e Tawan não voltou a me procurar, não atendeu minhas ligações, o que despertou certo medo em mim, mas não diria culpa, não me culparia por errar novamente, sei que ele já fez isto e como resolver essa situação? Seja como for eu estava partindo rumo a Phuket esta noite, escondido de todos, ninguém sabia ao certo o motivo de minha viagem e Vegas questionou por inúmeros dias, o por que dessa viagem, mas ele não entenderia o verdadeiro significado que isto, diria essa pessoa teve, pode ser que pra ele nao, mas para mim, cada segundo, cada momento era programado, planejado e eu julguei de modo errado, queria me desculpar e mostrar minha gratidão, de algum modo isto mudou e tambem nao mudou as coisas, é de certo modo complicado explicar o misto de emoções e coisas que pequenas atitudes causaram nisto, eu não conseguia explicar ao certo, minhas palavras podem até ser julgadas como insignificantes, mas de algum modo...talvez traga paz a alguns corações, eu espero realmente isto, talvez alguém tenha que tomar a decisão, mas me sinto dividido, por querer arriscar por algo que conheço ou arriscar por algo totalmente novo e viciante.