Capítulo 3

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Vegas - 23:11

Ao chegar ao local do show, fui a meu camarim, tomei alguns goles de whisky e tentei relaxar até a hora do show faltava pouco e Pete ainda não havia dado sinal de vida, estou preocupado que tenha acontecido algo. Ouço a porta se abrir violentamente, retiro o boné que cobria meu rosto e vejo Pete adentrando furioso, e indo em direção do bar, ele enche um copo com o whisky e o vira de uma só vez, apenas o olho, já sabendo o que aconteceu. Me levanto e deixo meu boné sobre o sofá, me aproximo e toco seu ombro, ele se vira e me encara. Conheço aqueles olhos, aquele olhar de alguém perdido, desesperado, magoado, e principalmente furioso, o abraço, e ele afunda seu rosto em meu pescoço, afago seus cabelos, surrando que tudo ficará bem, ele me aperta mais e sinto uma lágrima escorrer e tocar meu pescoço, ele se afasta e seca a lágrima.

- Precisamos entrar - ele diz e enche o copo novamente.

- tem certeza que está bem pra fazer o show? Eles podem esperar um pouco - digo e ele vira o copo.

- eu estou bem - ele diz e sai do camarim. Me sinto impotente em não poder ajudá-lo, me senti da mesma forma quando Big estava se perdendo devido ao uso de medicamentos, quando Arm estava surtando devido ao assédio dos fãs e da imprensa, quando Kinn surtava. Mantenho essa postura de Durão, de homem inabalável, mas por dentro sou sentimental, e essa aproximação de Pete está abrindo uma grande ferida em meu peito, a mesma que eu tinha quando estava no KPP, quando estava com Kinn. Aquela sensação que tudo vai desmoronar e eu não irei poder salvá-los. Coloco meu boné e pego minha guitarra, caminho em direção ao palco e respiro fundo.

O show começou e a platéia ia a loucura a cada solo, a cada refrão das músicas, a cada movimento mais sensual que Pete fazia, ele estava visivelmente abalado emocionalmente, estava bebendo muito durante o show, o deixando mais solto, se jogando no chão e cantando, dançando e principalmente se aproximando demais de mim e dos meninos. Ele cantava próximo a mim, me encosto nele e começo o solo da música, fecho meus olhos me deixando levar pelos som que saia da guitarra, sentindo aquela sensação de estar junto a Kinn, abro meus olhos a platéia grita mais ainda. A uma pequena pausa, todos pararam pra beber água e aproveito e tiro minha camisa, levando a platéia ao delírio, rio e pego uma garrafa de água a bebendo, Pete era o único se entupindo de Whisky, ele joga a garrafa vazia na platéia e logo depois sua regata vai junto, o observo discretamente. O som da bateria começa novamente, e Pete agarra o pedestal novamente e pego minha palheta começando a dedilhar minha guitarra.

O show foi aproximando do final, estávamos tocando a última música, e a platéia estava a mil, assim como todos nós, meu corpo pegava fogo, eu estava me sentindo fora do mundo, Pete cantava e deslizava suas mãos pelo pedestal como se fosse uma mulher, todos estavam totalmente entregues a música, aquilo era como a sensação de usar uma droga, era surreal, maravilhosa. O Show chega ao fim, eu e meninos vamos a frente junto a Pete e agradecemos, a platéia grita muito, saímos do palco e vamos a camarim. Minutos depois estamos atendendo nossos fãs, tiramos fotos e damos autógrafos, eu estava cansado, e com bastante sono, queria ir pra van e dormir e acordar em Lopburi logo, onde seria nosso próximo show. Voltamos ao camarim e recolhemos nossas coisas, Mike nos orienta a ir pra van que iríamos ser levados ao hotel e logo depois pegaríamos a estrada, eu estava pronto pra ir, mas alguém sempre tem que estragar meus planos.

- Vamos sair pra comemorar? Esse show foi incrível - Pete diz animado se levantando do sofá, apenas com sua calça de couro e seus coturnos.

- BORA GALERA - os meninos gritam todos juntos e apenas reviro os olhos. Todos saem apressados e fico sozinho, termino de juntar minhas coisas e estou caminhando até a van, guardo minhas coisas, e fecho a van, me encosto nela e fecho meus olhos.

𝐀𝐩𝐨𝐜𝐚𝐥𝐲𝐩𝐭𝐢𝐜 𝐋𝐨𝐯𝐞 - 𝐕𝐞𝐠𝐚𝐬𝐏𝐞𝐭𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora