Traição Canina

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CHAPTER II ♦

08 DE ABRIL DE 1817.

TRAIÇÃO CANINA

LONDRES — HYDE PARK:

Ela falhara de novo.

Tem sido assim desde que descobrira toda a verdade acerca daquele belo homem no qual tinha se casado. Todos os dias após aquela noite que ela pontua como: Fatídica e esclarecedora, que tem ido até a Whitechapel, parado sua carruagem em frente ao Orfanato de Madame Hariett, subido as curtas e largas escadas que levam até as portas duplas do grande edifico... Mas nunca conseguiu puxar a aldrava, por os pés lá dentro e ver com seus próprios olhos o fruto de seu marido.

Os meio-irmãos de seu filho, que tiveram a sorte de terem "mães e amas" sensatas em deixá-los ali.

Contribuía avidamente ao orfanato, recebia as cartas de agradecimento da reitoria e da própria Madame Hariett, via as reforças sendo feitas no local sempre que passava pelo local, de dentro de sua carruagem, mas ainda não sentia que estava ajudando o suficiente. Não tinha obrigação de conhecer as pobres crianças, mas ainda assim...

Ainda assim achava que devia isso.

— Eu conseguiria nadar por ele todo! — A voz do seu filho, da sua criança, a faz piscar e abaixar o olhar para o mesmo.

Adam pulava de um pé para o outro e apontava para a margem do lago Serpentine que era visível entre as árvores do outro lado do Park. Seu filho pula se virando para ela, o sorriso maior que seu rosto e o brilho no olhar tão idêntico ao seu.

Ela faria de tudo para proteger esse brilho, para que não se apagasse como o seu.

— Eu conseguiria atravessar ele todo a nado. — Adam balança a cabeça convicto, como se atravessar o lago sem um barco para ele fosse mais fácil que beber água.

— Hunm. Acha mesmo que conseguiria? — Ri.

— É claro mamãe. — Então Sua Graça ergue os braços finos cobertos pelo sobretudo de linho. — Eu sou o homem mais forte de casa, posso muito bem atravessar o lago nadando.

— Mas você não sabe nadar. — O desafio. Os olhos verdes de Adam brilho em travessura.

— Mas eu posso aprender...

Adam Edwards não podai ser classificada como uma criança teimosa, desobediente ou mal criada. Mas seu filho com toda certeza estava na lista de crianças mais traquinas e travessas da história da Grã-Bretanha.

Sakura ás vezes se pegava pensando que o filho aprontava tanto, por sentir falta de uma presença paterna, masculina em sua educação. Ele tinha um tio, dois na verdade, mas um era um completo estorvo, que detesta o garoto por este o impedir de herdar o título, o outro, um perdulário libertino que seria o pior dos exemplos.

Mas no fim das contas, Adam era apenas uma criança que gosta de explorar, curiosa e atenta a todas as possibilidades da vida, do pensamento e é claro, do perigo que poderia fazer sua mãe ficar careca e enrugada antes dos 30.

A grande maioria das crianças pensam: Por que? Adam gostava de pensar: Por que não? Isso quando pensava.

E bem, o de mais perigoso que seu filho já fizera fora descer o telhado da propriedade em West Sussex, dentro de uma caixa de ferro.

— A senhora vai ver. Vou aprender a nadar e vou ser o primeiro homem a atravessar o lago sozinho. Nem vou precisar de um barco.

— Eu vou esperar ansiosa por este dia, mas enquanto não sabe nadar, pelo amor de Deus Adam, não ouse entrar no lago.

The Scandalous Lady SakuraOnde histórias criam vida. Descubra agora