Me Arrastando Até Você

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CHAPTER VIII♠

ME ARRASTANDO ATÉ VOCÊ

*§❀§*

Verão de 1795

DUBLIM — IRLANDA

RESIDÊNCIA MC'OBRIEN:

A chuva cai pesadamente no gramado do cemitério.

Algumas poucas dezenas de pessoas estão reunidas ao redor da cova recém-coberta, a grande maioria moradores da cidade próxima que lamentam a partida de sua amiga querida, auxiliadora confiável e a dama nobre mais gentil que tiveram a oportunidade de conhecer.

Próximo demais da cova, segura por um fio por sua bengala de madeira, está Lorde Marshal, Conde de Mc'Obrien, o velhinho é segurado por sua única neta, que mesmo chorando a perda da mãe, tenta consolar o avô que perdera mais uma pessoa que amava.

Naori tenta trazer o avô para mais perto das outras pessoas, sua aia corre para ajudá-la, mas Milorde se recusa a sair de perto da filha, as lágrimas descem por seu rosto enquanto as palavras saem chorosas de seus lábios trêmulos em um irlandês arrastado. Fungando baixinho, Naori esconde o rosto nos braços frágeis do avô, parecia que estava caindo a ficha neste momento que sua mãe partira.

Mikoto se foi e jamais voltara e destruiu seus corações.

Mais afastado, no colo de sua aia, Shisui berra, pequeno demais para compreender o que estava acontecendo, porque colocaram sua mãe embaixo da terra, porque ela não estava vindo quando a chamava, assustado e inquieto, o menino é motivo de olhares de pena dos demais.

Mas não tanto quanto seu irmão mais velho.

O pequeno menino de 8 anos encara a cova, as flores deixadas ali por ele mesmo e pelos demais, seus olhos vagam perdidos para seu avô enlutado, sua irmã mais nova inconsolável, seu irmãozinho perdido e confuso, e as outras pessoas entristecidas. Ele mesmo estava deixando as lágrimas rolarem sem parar, a chuva estava as disfarçando de qualquer forma.

Todos parecem devastado pela perda de Mikoto, que mulher maravilhosa ela era! Seu peito doía apenas de imaginar que nunca mais a abraçaria, que nunca mais dormiria em seu colo com ela lhe bagunçando os cabelos, que quando correria, não pararia mais nos braços dela, que mesmo puxando sua orelha, não seria mais ela quem lhe ensinaria história, quem correria pelo Condado ao seu lado, de Naori e Shisui... Nunca mais...

E o homem que devera estar tão mal quanto si, não parecia demonstrar remorso algum em ter acabado de perder a esposa, esposa este que ele mesmo exilará, mas que ainda era sua Duquesa.

Fugaku St. Vincent Uchiha está parado embaixo de uma das árvores do jardim, mais afastado de tudo e todos, parece contemplativo, mas Sasuke sabe que ele não está contemplando nada. Ao seu lado está aquela mulher, a mulher de longos cabelos marrons que viu sua mãe discutir horas antes de aparecer sem vida...

Seu avô havia gritado que sua preciosa filha tinha sido morta... Sasuke tem medo que a mãe não tenha se jogado pela janela, não como contaram as empregadas, porque ela faria isso? Por que? Ela era feliz, eles a faziam felizes, não faziam?

Por que ela escolheu os abandonar dessa forma?

Sasuke... Uma mão grande pousa em seu ombro, Sasuke desvia o olhar do pai para o irmão mais velho ao seu lado.

Obito encara o irmãozinho, que sempre repetia que era um cavalheiro, que ficava irritado quando o chamava de 'homenzinho', mas que agora parecia tão minúsculo, tão mais novo do que realmente era, tão frágil...

The Scandalous Lady SakuraOnde histórias criam vida. Descubra agora