Bakugou, the one that got away

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Pov Katsuki

Eu estava simplesmente parado olhando para a geladeira pensando em quantos ovos eu tinha que pegar para conseguir fazer a receita certa, quantas gramas de frango tinha que pegar para começar a fazer, quantas colheres dos temperos eu tinha que por… Ao menos o celular estava carregado e eu podia ver a receita em um site idiota para ver como tinha que fazer, acabou que não era quantas gramas colocar e sim deveriam ser quatro sobrecoxas, pelo menos eu sabia dos ovos e mirin. 

Coloco tudo na bancada e começo a fazer, eu realmente estava seguindo o que via no site e estava até cheirando bem, eu me confundia as vezes mas ao menos tinha a noção que deveria estar ficando bom, eu estava irritado de olhar a panela do lado e a que eu estava mexendo, e ainda tinha que lembrar de pegar as outras coisas para fazer o Okayu, como se não já bastasse a dificuldade do Oyakodon.

Me pergunto como era fazer isso e nem precisar olhar receita nenhuma, eu costumava ser bom na comida do almoço e jantar já que a mãe sempre me forçava a cozinhar em casa, mas agora eu estava aqui sozinho tentando fazer o café da manhã sendo que nos últimos anos sempre foi…

— Porra! — jogo a merda da frigideira para o alto e todos os ovos, sobrecoxas e a porra toda cai sobre o fogão — Caralho, vai se fuder… — olho para toda a bagunça e me escoro na ilha da cozinha, mordo os labios e aperto bem minhas têmporas antes de pegar a chave da moto e dirigir até a cafeteria perto da faculdade para comer algum salgado qualquer.

Não estava tão cheio quanto eu achava que estaria, sempre havia me negado a aparecer aqui por que tinha as pulgas chatas que ficavam atrás de algo, principalmente as garotas que juravam ser as melhores das melhores, paguei meu café e o que precisava pra morder e saí para ficar apenas escorado na moto. Meu celular começa a tocar insistentemente e atendo tendo que equilibrar o copo na mão e a comida junto.

— Oi, mãe. O que foi? — Ouço o grito dela e afastei o telefone do ouvido — Se continuar gritando assim, eu nem sequer vou poder atender por ter ficado surdo.

— Você é tão idiota que não sei mais o que fazer — dou um riso respondendo que já não era mais tempo para passar corretivos em mim, ela fica em silêncio e eu também, então ela suspira — Como você esta, meu filho? 

— Estou bem. Hoje estraguei quatro ovos e quatro sobrecoxas… Tenho que ir ao mercado depois da faculdade. — Ela fica em silêncio — Você deveria ter me ensinado a fazer as coisas do café da amanhã também.

— Foi uma falha minha — falou séria — Por que você não vem aqui para eu ensinar você ao menos o básico? Pode dormir aqui e pela manhã eu faço o café da manhã, você aprende rápido — digo que teria laboratório amanhã cedo e não dava para ficar relaxando — Você e seu vício em descontar sua tristeza na faculdade.

— Ao menos desse jeito eu ganho um diploma — dou um riso e termino de tomar o café — Ei, velha, eu vou para a aula agora. Depois eu dou um jeito de não estragar todas as comidas. 

Ela desligou uns segundos depois e eu joguei o lixo no depósito que tinha ali perto, volto para a moto e vou direto para a faculdade, como sempre via primeiro Deku que andava feito zumbi no corredor, depois Kirishima aparecia e começava a reclamar e falar sobre o professor de Artes Marciais, dizia sempre que era muito pouco e que deveria ser mais másculo.

Eu estava simplesmente calado durante a aula toda, eu olhava para o caderno e via a letra espetacularmente feia, via Deku todo focado e escrevendo coisas que possivelmente não íamos usar nem em uma simulação de serviço, Kirishima obviamente estava quase dormindo no meu ombro se eu não chutasse ele para longe.

Eu não conseguia parar de ter a lembrança do café da manhã, quanto mais eu tentava esquecer a presença mais eu lembrava de como era e isso se transformava em um inferno na minha cabeça, a sensação do sono pesado e andar lentamente pela casa até ver tudo preparado com um amor tão intenso que…

𝐓𝐒𝐇 - 𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 𝐃𝐄 𝐀𝐍𝐈𝐌𝐄𝐒 [𝟐° 𝐄𝐃𝐈𝐂̧𝐀̃𝐎]Onde histórias criam vida. Descubra agora