Levi Ackerman

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— Boa tarde, turma... — colocou a pasta em cima da mesa e suspirou meio pesado — Vocês entregarão trabalho daqui a duas semanas, o tema e desenvolvimento já foi entregue no portal do aluno.

Já começou assim? Você pergunta, sim, todas as terças e quintas começam assim, Ackerman chega de mal humor e só começa a tagarelar sobre as coisas que tinha que falar, não poupava esforços para ser frio com todos os alunos daqui, olha que éramos uma turma grande de verdade.

— A largura do pincel deverá ser proporcional ao tamanho do suporte utilizado para fazer a pintura. No caso acima, foram usados: tinta guache — colocou no slide as imagens dos papéis e pincéis — pincel chato do cabo amarelo para tela, número 16; papel 60kg tamanho A4. As pinturas aqui por uma questão didática mostram uma sequência de possibilidades para o desenvolvimento de uma mesma imagem, mas, são, na verdade, trabalhos diferentes. — explica de forma clara e rápida de certa forma, apenas anotava as coisas no notebook e olhava diretamente para ele, que de vez enquanto também olhava para mim e fixava — É importante lembrar que cada um desses passos possui autonomia por si mesmo, ao mesmo tempo em que a pintura pode percorrer um caminho para chegar a um determinado fim, ela também pode ser vista como — parou para beber água e leu algo no livro que usava de apoio — " eterno processo em permanente mutação". Essa é a palavra — estranhamente parecia mais cansado que o normal — Assim, em qualquer momento no qual a pintura seja interrompida, ela terá relevância por si mesma, alguma dúvida?

Todos ficaram em silêncio extremo naquele momento e esperamos ele continuar a dar a aula que tinha que dar, isso duraria no máximo uma hora e não fôssemos libertados por ele um tempo mais cedo, quase nunca acontecia mas nos últimos tempos ele começou a fazer isso.

Fazer faculdade de artes era nada mais nada menos que prazeroso, mas bem cansativo quando se tinha que focar em diversas artes ao mesmo tempo. Eu gostava da parte de pintura e desenho, então sempre ficava mais focada nessas duas partes.

Eu sempre passava um tempo depois dentro de sala guardando o notebook e as coisas que eram minhas, eu talvez fosse a pessoa mais calma para agir em certas ocasiões, talvez isso irrite a ele...

— S-senhorita Kirstein — O olho — Como suas notas estão acima do esperado, não tem necessidade de fazer o trabalho que foi passado.

— Se eu fizer, poderei transformar em pontos do próximo semestre? — Ele para e pensa um pouco — Eu vou fazer de qualquer forma e entrego para o senhor de maneira virtual, então assim eu não terei gasto com folhas e o senhor escolhe o fim que irá levar o trabalho. — me levanto e ele concorda com o que eu falo — Sabe, Sir Ackerman, você deveria descansar um pouco.

— Ah, deveria? Por que acha isso? — dou de ombros e um sorriso, saio da sala logo depois e vou para cafeteria que ficava ali no campus, me sentei sozinha inicialmente mas logo Jean chega com suas mil e uma histórias.

— Certo, você quer comer algo ou já comeu? — O olho interessada e ele reconhece que eu queria comer algo — Olha, eu não sei você, mas eu tô com pena do senhor Ackerman.

— Por ele ser baixo? — Eren chega de surpresa ao meu lado e deita a cabeça em meu ombro, quase engulo dez kg de cabelo — S/n, por que continua na sala dele?

— Eu gosto da pintura, ele é muito bom... vocês que não têm paciência nenhuma com ele — reviro os olhos — Você nem sequer consegue obedecer uma fala dele, chato.

— Você é tão fria quanto ele, eu acho... — Mikasa chega e dá um pequeno cheiro em minha cabeça e se senta do outro lado — Ficaram sabendo que ele está fazendo doutorado? — dou ouvidos ao que ela falava, talvez seja por isso que ele estivesse cansado daquela forma — Ele tá andando que nem um zumbi pela faculdade, agora parece que sente o que nós sentimos.

𝐓𝐒𝐇 - 𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 𝐃𝐄 𝐀𝐍𝐈𝐌𝐄𝐒 [𝟐° 𝐄𝐃𝐈𝐂̧𝐀̃𝐎]Onde histórias criam vida. Descubra agora