Marlene sabia que não poderia simplesmente continuar afastando James de sua vida. Na verdade, ela até poderia se assim quisesse, mas não estava mais aguentando aquele clima ruim entre eles. James era como um irmão e por mais que tivesse ficado chateada, com razão, afinal ele não tinha o direito de mexer em suas coisas sem sua permissão e muito menos decidisse fazer algo por ela, sem que nem ao menos fosse pedido. No entanto, conhecia o garoto desde sempre e também sabia que ele não fez por mal, Potter era de fato extremamente enxerido, mas queria genuinamente o seu bem.
Por isso, quando o garoto se sentou ao seu lado no gramado a beira do lago, enquanto ela terminava um dever de Feitiços, ela não o afastou. Eles ficaram alguns instantes em silêncio até o moreno começar:
– Lene, por favor, me desculpe – quando a garota o fitou, notou o pesar em suas feições e o quanto ele parecia realmente chateado. – Olha, eu sei que eu errei, você tem todo o direito em ficar chateada comigo, mesmo! Mas eu não fiz por mal, você sabe que eu jamais faria nada que pudesse te machucar.
– Eu sei, James, sei que você não fez por maldade, mas o problema é justamente esse. Por mais correto que você pensasse que fosse naquele momento, nada justifica você mexer nas minhas coisas e fazer algo assim, se eu quisesse sua ajuda teria te falado.
– Sim, eu sei! – ele suspirou. – Eu realmente não pensei, só fiz no impulso, você sabe como eu sou às vezes.
– Mas isso é uma coisa que você tem que melhorar! Por mais que você tenha o seu jeito impulsivo, nada te dá o direito de invadir o espaço de alguém. Você já se meteu em cada uma por causa disso, pensei que já tivesse aprendido.
– Eu sei, sei que tenho que melhorar, que invadi seu espaço e não tinha esse direito, por mais amigos que sejamos, mas eu te juro que aprendi a lição! – então a olhou nos olhos. – Só volta a falar comigo, por favor! A gente nunca passou tanto tempo assim distante e eu odeio isso, eu te juro, por tudo, que nunca mais vai se repetir.
Marlene suspirou diante do olhar esperançoso do amigo e o puxou para um abraço desajeitado, já que estavam sentados. Os dois ficaram um tempo assim, até que Marlene o ouviu fungar baixinho.
– Você está chorando? – ela perguntou se afastando para fitá-lo.
– Não – respondeu passando a mão no rosto. – Só não gosto de brigar com você!
Ela soltou um risinho baixo.
– Sim, é péssimo! Mas estamos bem – James assentiu.
Os dois ficaram o restante da tarde juntos conversando amenidades e com o tentando de todas as maneiras agradá-la, até a ajudou a terminar o seu dever neste meio tempo.
Marlene sabia que ele estava se segurando para não falar sobre Sirius, pois não queria chateá-la, no entanto, quando o sol já estava se pondo e eles caminhavam para dentro no castelo, ele soltou:
– E como você está? Você sabe, com tudo...
– Seguindo, ou quase isso – respondeu franzindo a testa.
– Você e o Sirius chegaram a conversar depois daquele dia?
– Não!
James suspirou e então pareceu lutar consigo mesmo mentalmente, quando finalmente resolveu continuar:
– Ele gosta de você, mesmo, Lene!
– James, eu não quero conversar sobre isso, e, além disso, ele não veio me procurar, então...
– Tudo bem, é só que o Sirius pode ser bem tapado às vezes, mas é sério, ele gosta de você e sente sua falta.
Marlene suspirou, voltando sua atenção para o caminho que faziam e nada mais disse.
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Lionheart
FanfictionMarlene McKinnon sempre gostou muito de escrever, sentia que era através da escrita que conseguia realmente exteriorizar seus sentimentos. Gostava de escrever sobre inúmeras coisas, principalmente sobre o amor. E foi justamente o seu amor pela escri...