Capítulo 5

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Marlene estava sentindo vontade de se azarar por estar levando a proposta de Sirius em consideração. Conseguia montar uma lista com mil e um motivos que poderiam levar o plano a dar errado, fora que era totalmente sem cabimento. Quem fingia um namoro falso, afinal?

Mas ao mesmo tempo, se ela não aceitasse corria o risco de Sirius desmentir tudo o que ela havia dito ao Matt, ou então ela mesma teria de fazer isso, pois não tinha como levar a mentira adiante se nunca fosse vista com seu suposto namorado agindo como um casal. O quão estranho seria se o garoto ficasse sabendo que ela inventara toda aquela situação só porque ficou desconfortável que ele tivesse descoberto sobre a carta que tinha escrito?

Sentia-se consumida por todos aqueles acontecimentos. Nem sequer tinha conseguido relaxar no final de semana, só criando hipóteses e justificativas para toda a confusão que ela mesma criara. E mesmo tendo pensado muito, não via outra saída a não ser aceitar a sugestão de Sirius. Não podia voltar atrás e desmentir tudo, ficaria parecendo uma idiota.

E talvez, bem talvez, até pudessem fazer aquilo funcionar. Eles nem ao menos se gostavam de verdade para que algum deles saísse ferido. Só precisavam ser convincentes, não poderia ser assim tão difícil! Sirius era um exímio mentiroso e tinha um incontestável poder de persuasão, não era atoa que conseguia se safar com tanta facilidade de maiores problemas por causa do seu mau comportamento. E ela não era tão ruim assim, crescer com James tinha a ensinado algumas coisas para escapar de uma bronca ou outra.

A loira suspirou pela milésima vez, amaldiçoando-se mentalmente por ter inventado tudo aquilo para começo de conversa.

***

– Por Merlin, no que você tanto pensa, Lene? – Alice perguntou, dando um cutucão na garota. – Está o dia inteiro no mundo da lua.

Lily murmurou em concordância.

Elas tinham acabado de deixar o dormitório para ir rumo ao salão principal, jantarem.

Alice tinha total razão no que dizia, Marlene não tinha conseguido prestar atenção em muita coisa naquele dia. E Sirius ter resolvido sumir, não estava ajudando em nada. Ela finalmente tinha decido falar com o garoto que aceitaria continuar com o fingimento, mas não conseguiu encontra-lo durante todo o dia. O que servia para deixa-la ainda mais irritada.

– Nada demais! – deu um sorrisinho. – Vocês não acham que os professores estão pegando muito pesado? Faz só um mês que as aulas voltaram – ela desconversou.

Alice e Lily a fitaram, incrédulas.

– Se você não quer falar, tudo bem. Não vou insistir – Alice disse. – Mas esse sua desculpa esfarrapada não convence nem a uma mosca.

A loira suspirou.

– Mas não é nada! Mesmo! – afirmou.

Marlene não achou que seria uma boa ideia contar às amigas o que realmente estava a deixando tão distraída. Primeiro porque ela tinha agido de maneira estupidamente irracional ao inventar toda a mentirada, e segundo que elas provavelmente ririam de sua cara se contasse que estava a ponto de aceitar fingir um namoro com Sirius.

E apesar de estar evitando a todo custo trazer à tona o nome do garoto, estava se corroendo de vontade de perguntar se elas não haviam o encontrado. Afinal, já tinha o procurado por todo o canto do castelo e não achara nem sinal dele.

Porém, depois de um momento em silêncio e muito esforço de sua parte para se manter calada, ela não aguentou e acabou perguntando:

– Vocês não viram os marotos por aí?

Alice arqueou a sobrancelha e Lily deu uma risadinha.

– Por quê? – a ruiva perguntou com um olhar divertido.

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