Os sentimentos de Marlene a respeito de Sirius andavam confusos.
O mês de dezembro estava começando, o que significava que eles já estavam há um tempo considerável levando aquele relacionamento falso. Ela não saberia explicar exatamente quando algo havia mudado dentro de si, fora gradual. Sirius não era exatamente uma pessoa difícil de lidar, pelo menos não quando ele não estava tentando dificultar as coisas, por isso a relação deles fluiu de forma tranquila, melhor do que qualquer um dos dois esperaria. E conforme mais tempo eles passavam juntos, mais ela se apegava ao garoto.
Chegara ao ponto dela não mais precisar fingir, tinha se tornado natural. Ela não fingia querer estar perto dele ou querer abraça-lo, para ela, agir como um casal havia se tornado espontâneo. No entanto, aquilo estava a assustando de uma maneira que ela mal conseguiria colocar em palavras. Assustava porque não era real, assustava porque ela não sabia como ele estava se sentindo, e assustava porque estava fadado a acabar. Ela não sabia quando, mas teria um fim, não poderiam continuar com aquela farsa para sempre, e Marlene não achava que estava preparada para isso.
Ela andava pensando no assunto mais do que deveria ser considerado saudável. Pensava em como seria quando aquele momento chegasse, em como seria a relação deles a partir dali, se eles se afastariam, se deixariam de se falar, se voltariam a ser o que eram antes. Mil alternativas passavam por sua cabeça e a ideia de ter que se afastar do moreno a machucava mais do que ela gostaria de admitir.
Marlene odiava não ter o controle da situação, como estava acontecendo. Ela não sabia o que estava sentindo, sabia que gostava de Sirius, de alguma forma, mas gostava quanto? Não saberia explicar. Andava dizendo a si mesma que era normal ter desenvolvido um carinho por ele, afinal, passavam a maior parte do tempo juntos, e eram amigos. Contudo, sabia também que o carinho que sentia por ele era bem diferente do que sentia por James, por exemplo. E ela definitivamente não sentia ciúmes de James e das garotas com quem ele já havia se envolvido.
A garota sentia que iria surtar a qualquer momento e fato de não ter ninguém com quem pudesse conversar, não ajudava em nada sua situação. Já que os únicos que sabiam que o namoro era uma mentira, era ela e Sirius.
Para a loira, estava fora de cogitação conversar com ele sobre aquilo, pelo menos não enquanto nem ela sabia o que exatamente estava sentindo e quando não sabia como ele se sentia, se era recíproco, seja lá o que fosse. A reação que ele tivera quando ela o contou sobre o beijo que Matt lhe havia dado, só serviu para aumentar ainda mais a confusão que se instaurara. Não teria motivo para ele ficar tão irritado se não estivesse se sentindo pelo menos um pouco incomodado, mas ao mesmo tempo, ele poderia estar apenas preocupado com ela. Ou sua reação tinha sido daquela maneira apenas por não gostar de Matt. Ela não sabia.
Marlene bufou irritada, cansada de perder tanto tempo pensando em coisas que nem ela entendia. Maldito Black que dominava seus pensamentos mesmo quando ela tentava evitar.
– Ei, Lene. Você está bem? – Lily perguntou, atraindo a atenção da loira.
– Ah sim, estou bem.
– Tem certeza? Você está pensativa esses dias. Sem falar que você e o Sirius estão esquisitos, aconteceu alguma coisa?
– Não! Quer dizer, mais ou menos. A gente meio que brigou.
– Por quê? – Lily questionou com um olhar preocupado.
– Matt me beijou – a ruiva arregalou os olhos, incrédula.
– Te beijou? – Marlene assentiu. – Como? Vocês voltaram e você terminou com Sirius por causa dele? Porque se for o caso, você só pode ter enlouquecido.
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Lionheart
Hayran KurguMarlene McKinnon sempre gostou muito de escrever, sentia que era através da escrita que conseguia realmente exteriorizar seus sentimentos. Gostava de escrever sobre inúmeras coisas, principalmente sobre o amor. E foi justamente o seu amor pela escri...