Capítulo 7

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Estava sendo particularmente difícil para Marlene se concentrar na aula de transfiguração. Por mais que amasse a matéria – era uma de suas preferidas, sentia tanto sono que prestar atenção no que a professora McGonagall explicava havia se tornado praticamente impossível.

Quase não tinha conseguido dormir durante a noite e até tentou ficar mais alguns minutinhos em sua cama, mas Lily e Alice foram bem insistentes em fazê-la levantar, não lhe dando muita escolha.

No momento, encontrava-se com um dos cotovelos apoiado na carteira enquanto sua mão sustentava sua cabeça, seus olhos meio fechados. A voz da professora Minerva parecia cada vez mais distante.

Situava-se tão distraída que deu um pulo e por pouco não gritou quando sentiu alguém da fileira ao lado a cutucar. Marlene se virou, pronta para xingar quem quer que tivesse lhe assustado daquela maneira, se deparando com Sirius a encarando com um sorrisinho no rosto.

Antes que ela pudesse questiona-lo, ele esticou um pedaço de pergaminho em sua direção. Marlene o pegou desconfiada.

A loira teve que segurar o impulso de rolar os olhos ao ler o bilhete:

"McKinnon, eu, como uma boa pessoa, devo lhe dizer que não está sendo uma visão muito bonita essa sua babando em cima da mesa. Se continuar com essa boca escancarada, é capaz de alguma mosca entrar! Além do mais, se a McGonagall te pegar dormindo na aula dela, vai tirar uns bons pontos da Grifinória, então controle-se! Agora sorria como se tivesse lido a mais linda das declarações de amor, porque a Valerie não parou de olhar para nós dois durante toda a aula. Com amor, Sirius"

Marlene mordeu os lábios. O que queria mesmo era pegar o pergaminho e fazer Sirius engoli-lo, mas ao invés disso ela deu um sorriso – que julgou ser apaixonado, e se virou para o garoto. Sirius a encarava com um sorriso torto e lhe piscou um olho. Ele só deixou de encara-la porque James o cutucou, mandando-o prestar atenção na aula.

James também lançou um olhar feio a Marlene, que se virou para frente novamente, segurando o riso. Quando voltava a sua posição inicial, sua visão periférica captou o olhar de Valerie em si.

***

– Você viu como ela estava te encarando? Se pudesse matar alguém com o olhar, você estaria ferrada! – Sirius falou animado, se referindo à ex-namorada.

Ele tinha um dos braços envolto nos ombros de Marlene, tinham acabado de sair da sala da professora Minerva.

Marlene soltou uma risadinha da empolgação do garoto. Tanto ele quanto Valerie andavam numa clara tentativa de mostrar ao outro que não se importavam mais com o fim do relacionamento que tiveram, no entanto parecia bem nítido para Marlene que nenhum dos dois tinha superado. Porém resolveu não falar nada, pois sabia que Sirius negaria até a morte.

– Decidi que vou escrever bilhetes para você todos os dias! Ela sempre me pedia isso e eu nunca fazia. Acho que foi esse o motivo dela ficar tão brava vendo nós dois juntos na sala.

A loira só assentiu com a cabeça.

– Você acha que vocês vão voltar em algum momento?

Sirius arqueou uma das sobrancelhas.

– Por que está perguntando isso?

– Curiosidade!

Sirius bufou, mas tendo o olhar da loira fixo em si, começou a falar a contra gosto:

– Eu não sei – ele deu os ombros. – Não tem como eu saber sobre o futuro, não é? Até onde eu sei, não há nem um caso de vidente na minha família.

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