Capítulo 16

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Marlene se encontrava distraída, deitada em sua cama, envolvida com um livro trouxa que Lily havia lhe emprestado. Portanto, não fora pouco o susto que tomou quando ouviu uma batida alta na porta de vidro da sacada de seu quarto. Ao olhar sobressaltada para o local, encontrou um Sirius Black risonho a encarando.

A loira se encaminhou mal-humorada de encontro ao mesmo.

— Sabe, pessoas normais costumam entrar pela porta da frente. Você deveria tentar! – Marlene disse, abrindo a porta e dando espaço para o garoto entrar.

— Deus, se você tivesse visto sua cara! O pulo que você deu... – ele comentou rindo.

— O que você está fazendo aqui? – ela o cortou, apertando os olhos em direção ao moreno.

Sirius mordeu o lábio inferior para controlar a risada.

— Aposto que nossa querida Madelaine ficaria desapontada com os seus modos – ele falou em um tom repreensivo, negando com a cabeça.

Marlene suspirou exasperada.

— Querido Sirius Black, a que devo a honra de sua ilustríssima presença nos meus aposentos?

O garoto soltou uma risadinha baixa.

— Você tem um encontro marcado comigo, caso tenha se esquecido!

— Eu não me esqueci, mas com o tempo fechado desse jeito, achei que você fosse desistir – a garota falou, dando uma espiada no lado de fora do quarto.

Durante a madrugada, uma tempestade de neve havia caído. Por conta disso, a paisagem se resumia em um mar branco.

— Achei que você me conhecesse melhor! Até parece que vou deixaria uma nevezinha estragar meu dia com a minha garota – ele respondeu, lhe dando um sorriso torto.

Marlene até tentou agir naturalmente com a fala do garoto, no entanto, não conseguiu impedir o rubor que tomou conta do seu rosto. A lembrança do beijo que eles haviam trocado na noite anterior ainda estava fresca em sua mente, o que não facilitava em nada sua situação. Ela gostaria muito de entender o que de fato rolava entre ela e Sirius. Gostaria de perguntá-lo se ele fazia ideia do quão mexida ela vinha se sentindo em relação a ele ultimamente, ainda mais quando ele lhe dizia coisas como aquela.

A loira se envergonhava de si mesma, pois sabia que há algum tempo seu desejo mais intrínseco era ser, realmente, a garota dele. Não só por causa de um trato idiota.

— Fala sério Sirius, hoje é oficialmente Natal! Nós não podemos simplesmente nos enfiar nos cobertores enquanto comemos alguns cookies? – ela pediu, com seu melhor olhar de cachorro pidão.

— Nós podemos fazer isso depois. Tenho algo para te mostrar – ele respondeu animado. – E nem adianta me olhar desse jeito, eu não sou o James para cair nos seus truques barato!

Marlene abriu a boca para protestar, mas Sirius a cortou.

— Você havia prometido, McKinnon!

A garota suspirou alto, murmurando um xingamento.

— Tá, tudo bem! Você realmente não sabe aproveitar as boas oportunidades que a vida dá – ela rolou os olhos. – Não sei que tipo de problema você tem, mas com certeza existe um, porque ninguém em sã consciência prefere sair na neve a ficar no aconchego do lar.

Ela o fitou indignada, porém Sirius continuou impassível. Marlene bufou, antes de se direcionar para o seu closet.

— Você é impossível, Black! – ela grunhiu. – Eu preciso colocar uma roupa mais quente – avisou.

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