Eight

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– Hmm, então Yeonjunie hyung está namorando? 

– Quem você está chamando de comprometido? 

– Desculpe, toquei na sua ferida?

Eles estavam sentados debaixo da mesma árvore de sempre no campus. Taehyun não fazia moda, para ser sincero, ele fazia artes cênicas e, bom, parecia realmente gostar daquilo, estava até mesmo escrevendo animadamente uma peça para a próxima semana. Agora eles estavam ali, dois melhores amigos e, nas palavras de Yeonjun, um intruso. 

– Você não estava procurando Soobin apenas para intimidá-lo? – Beomgyu perguntou à vontade, ainda que sua linguagem corporal demonstrasse sua esquiva em relação ao Yeonjun, que o olhou torto.

– Primeiramente, o que caralhos vocês pensam de mim? Não é como se eu fosse bater em todo mundo que aparece na minha frente. Se eu fizesse isso, você já teria apanhado. 

– Então, Yeonjun hyung, vocês estão saindo? – Taehyun questionou suave, deitando a cabeça no ombro de Beomgyu. 

– Vocês estão saindo? – Retornou a pergunta, referindo-se aos dois rapazes. 

– Perguntei primeiro, hyung! – Taehyun fez careta. 

Yeonjun adorava falar sobre si, era um fato, algo incontestável. Poucas coisas no mundo o deixava mais feliz e à vontade do que passar bons minutos falando sobre si mesmo, ainda que, na maior parte do tempo, estivesse odiando a própria imagem e personalidade. Porém, naquele momento, com aquela pergunta em específico, ele realmente não queria falar sobre si, acreditava já ser suficiente que conversasse sobre aquilo em sua mais nova amiga, a terapeuta. 

Yeonjun não queria pensar em Soobin, pelo menos não naquele momento. As coisas estavam… normais. Normais até demais. 

Não haviam avanços e Soobin parecia tão alheio às suas investidas hesitantes, pois após aquela pequena discussão – assim Yeonjun chamava –, as coisas pareceram apenas piorar, tanto que Yeonjun até mesmo pensou em se afastar. Só que ele não conseguia, àquele ponto, já não sabia se era capaz de se afastar. 

Estar longe de Soobin o deixava extremamente triste e infeliz e, ainda que estivesse trabalhando nisso, o processo parecia lento e demorado. 

Yeonjun sempre gostou mais de coisas práticas e rápidas. 

Talvez esse tenha sido o motivo de suas paixões não terem passado de brincadeiras de uma noite, não paixão realmente  – por diversas vezes nem mesmo atração –, procurando inconscientemente validar-se e preencher seu vazio com o fato de que as pessoas o desejavam e também porque era tão mais satisfatório quando tudo era rápido e simples, sem complicações. 

Sem Choi Soobin para complicá-lo. 

– Não, sendo bem sincero. A gente assiste filmes juntos às vezes, mas tenho essa sensação de que estou sendo um incômodo. É um saco. É como se fôssemos amigos distantes e só. Eu não aguento mais isso, juro, eu quero beijá-lo.

– Você já conversou com ele sobre isso?

– Não. 

– Ué, você acha que ele é adivinha? – Taehyun estava por um fio de dar um cascudo no mais velho ali presente. Yeonjun o olhou como se a resposta fosse óbvia.

– Sim? Porra, ele sempre adivinha o que eu estou pensando, por que não pode adivinhar que eu quero trepar, namorar, sei lá? Que merda. 

– Soobin hyung é um cara muito respeitoso, Jun, talvez ele esteja seguindo o próprio ritmo – concluiu Taehyun, que se tornou um pouco próximo de Soobin, pois o conheceu através de Yeonjun e, também, de HueningKai, seu amigo. 

Good boy bad guy (Yeonbin)Onde histórias criam vida. Descubra agora