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Yeonjun estava com raiva e, possuído pelo sentimento desgostoso, amargo em sua boca e ácido o bastante para que seu estômago revirasse, ele atacou os lábios de Soobin. O que ele não estava recordando, é o fato de que Soobin era uma pessoa estranha. Yeonjun estava obviamente se atirando, mais uma vez, e tudo o que Soobin fez foi afastar-se de maneira não muito abrupta; mansa.

Como tudo o que Soobin fazia.

Soobin lhe olhou com aqueles mesmo olhos neutros de sempre, embora houvesse ali um brilho de preocupação ou algo mais profundo. Yeonjun ignorou, no entanto, sentindo-se cada vez mais bravo, querendo descontar parte daquilo no rapaz em sua frente – o rapaz que continuava lhe negando carícias sexuais.

– Eu não vou transar com você – disse firme. – Não agora.

– Porra, Soobin, qual o seu problema!? – Yeonjun jogou os braços para cima, possesso.

– Eu não quero me aproveitar da sua vulnerabilidade.

– Não existe vulnerabilidade, eu quero seu pau dentro de mim, fundo, forte e rude. É o bastante para que eu possa voltar ao normal. Por quê você não pode simplesmente fazer isso por mim!?

Soobin soltou um suspiro exausto.

– Eu não vou fazer com que sexo selvagem seja seu refúgio quando as coisas estiverem ruins. Eu sinto muito, Yeonjun, porém não serei rude com você só porque você pensa que merece ser castigado.

– Vai tomar no cu, então.

–  Eu sinto muito.

Yeonjun odiava o fato de que o olhar inexpressivo de Soobin estava cada dia mais expressivo a olhos seus. Irado, ele deu as costas para Soobin, indo até sua cama e se jogando lá. Não demorou mais do que alguns segundos até que Soobin deitasse ao seu lado – ele não disse nada, mas as mãos de cafuné em seus fios sedosos diziam tudo.

Soobin aprendeu a ler Yeonjun; mesmo que o mais velho quisesse ficar sozinho, a maior parte de si almejava por sua presença sedativa. 

– Desculpa por antes. Foi mal.

Soobin lhe beijou na testa.

— Contanto que você não faça de novo.

Yeonjun adormeu com sua vontade de quebrar espelhos e fincá-los em sua pele – mas sentiu-se flutuar ao saber que Soobin estava ao seu lado, abençoando-o com cada xícara de amor seu.

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Yeonjun jamais poderia se esquecer de quando aconteceu. Fora repentino, eles estavam namorando há pouco mais de cinco meses, porém acertou-o em cheio. Fora feito com tamanho zelo, pois ainda que pudesse – e fosse – um grande apreciador de ações, algumas coisas ainda precisavam ser ditas.

– Ei, quer ouvir uma coisa interessante?

No começo, Yeonjun revirou os olhos, pensando ser apenas mais um assunto daqueles aleatórios de Soobin. Geralmente, ele gostava de fazer monólogos expressando seu apreço pelas músicas clássicas ou textos grandes demais para serem lidos de maneira voluntária – mas Soobin lia. Ele era um grande apreciador da arte no geral.

Yeonjun, apesar de não ser um grande conhecedor dos assuntos mais interessantes na cabeça de Soobin, sabia que para si era o maior prazer do mundo ouvi-lo falar tão animadamente sobre seus gostos, ainda que sua face fosse o mesmo papel em branco de sempre e a sua voz neutra e calma.

Era assim Choi soobin, afinal.

Daquela vez, entretanto, Yeonjun surpreendeu-se.

– Eu amo tanto você.

Good boy bad guy (Yeonbin)Onde histórias criam vida. Descubra agora