Companhia

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Levi encarou Erwin, logo após Eren, e se surpreendeu com o tom agressivo do namorado.

— O que ele tá fazendo aqui? — o Smith perguntou para Levi com um tom que Eren não gostou nem um pouco. Levi suspirou fundo antes de responder, se lembrando do momento que teve com Eren instantes atrás, mordendo o próprio lábio inferior.

— Ele veio ver os gatos — Levi apontou para a caixa no canto da sala e para o chão, onde dois filhotinhos brincavam. — Esse fim de semana vou levá-los para a adoção, então o chamei. O gato dele foi culpado em parte disso de qualquer forma...

— Bem que notei que aqui está com um cheiro péssimo — Erwin torceu o nariz e o cenho de Eren se fechou mais ainda. Aquele cara era ridículo. A casa nem cheirava a gato e sim tinha aquela fragrância suave de lavanda. — Achei que quando eu voltasse teria dado um jeito nesses bichos.

— Da próxima vez que vier, eles já não estarão mais aqui — Levi murmurou ao desviar o olhar para os gatinhos. Erwin pareceu analisar o local rapidamente e virou-se para Eren.

— Veio ver esses bichos na casa do meu namorado ou tomar cerveja? Quem você pensa que é? — ele cruzou os braços e Eren olhou rapidamente para Levi, que fez um sinal sutil para que deixasse aquilo para lá. — Você sabe que ele é comprometido, não é? — o tom de voz foi bem pretensioso e Eren cerrou os olhos, tentando não explodir com aquele filho da puta, mas sabia que não daria certo.

— O que você quer dizer com isso, Erwin? — dessa vez Levi falou, sua conduta estava em jogo. Mesmo que fosse uma pessoa ruim como o namorado e a mãe viviam dizendo, ele não faria isso. Não o trairia jamais.

— Você anda colocando outros homens dentro da sua casa quando eu não estou, o que quer que eu pense? Qual o próximo passo? Abrir as pernas para ele igual a sua mãe fez nas costas do seu pai? — as palavras atingiram Levi de uma forma incrivelmente dolorosa, ele apenas abriu a boca e fechou algumas vezes, sem saber o que falar.

— Cala a porra da boca — Eren explodiu, aquela reação assustou Levi. — Você acha que tem o direito de falar qualquer merda pra ele porque é o namorado dele, desgraçado?

— Eu posso exatamente por ser o namorado dele. E quem é você aqui mesmo? Um ninguém que ele conheceu há pouco tempo e acha que são amiguinhos.

— Eu conheço ele há doze anos, se quer saber mesmo — as palavras de Eren saíram mais altas do que ele esperava, mas não se importou.

— Doze anos e ainda não viu a pessoa egoísta que ele é? Não me faça rir com esse seu discurso hipócrita merda teu — Erwin se aproximou para intimidá-lo, mas Eren não se abalou nem um pouco.

— Egoísta?! — Eren olhou para Levi, vendo como aquilo o havia magoado. Não apenas ao menor, como ele também. Aquele cara estava simplesmente atacando-o de graça, a troco de que? Ciúmes? Ficou puto, sentindo seu sangue ferver dentro do corpo. — Pergunte a ele como foi o natal dele, o ano novo! Ou melhor, o aniversário dele. Você se lembrou?! Aposto que não, porque quem tem cara de ser um egoísta egocêntrico que acha que o mundo gira em torno do próprio umbigo é você! Mas adivinha?! Ele se divertiu muito sem a sua presença de merda! — as palavras de Eren estavam carregadas de veneno, mas ele não se importou.

— Você não me conhece, não conhece o nosso relacionamento! Você não tem moral pra falar merda nenhuma aqui!

— Tem razão, não conheço, mas o pouco que falei contigo consigo ter uma ideia do quão podre você é. Me fala, você sabe do que ele gosta? O que ele lê, assiste, o que gosta de comer? Já que eu não sei nada sobre vocês, me prove o contrário! — ele tinha um risinho cínico no rosto e Erwin fechou os punhos, mas não disse nada. — Foi o que eu pensei — Eren caminhou rumo a porta, mas parou na frente de Levi antes. — Você merece mais, muito mais, só precisa enxergar isso. Boa noite.

SETEMBROS ( ERERI - RIREN )Onde histórias criam vida. Descubra agora