SETEMBROS ( ERERI - RIREN )

Entrega

Levi se mexeu na cama aquela manhã se sentindo relaxado de uma forma que há muito tempo não ficava. Seus olhos ainda estavam fechados, mas um sorrisinho satisfeito adornou seu rosto normalmente neutro e a preguicinha de domingo tomava conta do seu corpo.

Esticou os braços lentamente debaixo da coberta e se virou de lado, puxando o edredom fofinho até a altura do nariz e ronronou baixinho em satisfação de estar na própria cama, só não contava que fosse ouvir uma risadinha ao seu lado e isso foi o suficiente para que abrisse os próprios olhos.

— Bom dia, princesa — a voz de Eren soou divertida e Levi o encarou, vendo-o deitado enquanto apoiava a cabeça na mão e o cotovelo no colchão.

— Bom dia — murmurou com a voz rouquinha pela falta de uso, seu rosto ficando vermelho automaticamente ao se lembrar da noite anterior. — Tá acordado faz muito tempo?

— Hum, um pouquinho — Eren sorria lindamente enquanto tocava os fios bagunçadinhos no travesseiro com a outra mão. — Não quis te acordar, seu sono parecia estar muito bom.

— Que horas são?

— Acho que mais de dez da manhã — Eren deu de ombros. — Tá chovendo lá fora, por isso parece que está de madrugada ainda.

— Achei que estava de noite mesmo — só os olhos de Levi estavam de fora do cobertor e encaravam Eren de forma afiada, mas afetuosa mesmo assim. — Eu gosto do cheiro da chuva na grama.

— É um cheiro muito específico, traz uma casualidade tão gostosa pro dia a dia.

— Sim, me sinto preguiçoso.

— Isso é uma novidade — Eren riu e Levi franziu o cenho. — Tá com fome?

— Tô faminto... — resmungou. — Aqueles bolinhos de canela da cafeteria do centro cairiam muito bem com esse tempo agora. Um cappuccino também.

— Hum, é mesmo? — Eren o olhou divertido, vendo-o assentir levemente debaixo da coberta. Amou ver Levi daquela forma no começo de seu dia, tão despido de toda sua neutralidade diária, sendo um homem normal que simplesmente havia acabado de acordar. — Que tal fechar os olhos e pedir o que gostaria de comer, então?

— Não brinque comigo, Jaeger, eu estou morrendo de fome — ele estreitou os olhos, ouvindo uma risada do outro.

— Faz aí, vai. Tem que ser de olhos fechados, memorize por um minuto e o faça com bastante vontade. Quem sabe se torne realidade.

Levi simplesmente desistiu, com preguiça demais para fazer qualquer outra coisa, e fechou os olhos estreitos por um minuto inteiro, imaginando e mentalizando os bolinhos de canela e um copo de cappuccino. Ficou tão quietinho que quase cochilou novamente, se não fosse, claro, Eren cutucando sua cabeça levemente e enrolando uma mecha pretinha sua de cabelo nos dedos.

— Não dormiu de novo não, né?

— Se continuar com esse carinho, logo eu durmo — ele sussurrou.

— Pediu o café da manhã?

— Uhum.

— Que coisa, acho que você está com sorte hoje.

— Nem ouse, eu tô faminto.

— Não estou brincando, só olhe pra sua mesinha de cabeceira.

Levi virou a cabeça e viu um prato com os benditos bolinhos de canela e duas canecas com cappuccino. Se sentar foi um instinto natural e encarou Eren no mesmo instante, que também estava sentado ao seu lado.

— Quando você...

— Acordei umas oito horas e não consegui mais dormir... — ele deu de ombros. — Vi que estava chovendo e decidi pegar o carro para ir até a padaria, também gosto desses bolinhos com o tempo de chuva. O cappuccino foi na sua máquina, fiz com umas cápsulas que achei no fundo de uma gaveta um pouco antes de você acordar — ele deu de ombros, gostando de ver o olhar surpreso de Levi.