la faiblesse

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- Calma, vou pressionar só um pouquinho para seu braço ficar melhor.- Confortou Marinette massageando o ombro de Adrien, que apertava os olhos de dor.

- Tudo bem, eu confio em você. - Falou com um sorriso fraco porém soltou um gemido de incômodo após a pequena apertar seus finos dedos contra os ossos do loiro mais uma vez.

- Pronto, tá um pouco melhor? - Questionou Marinette esperançosa.

- Tá sim, Marinette, obrigado. - Adrien agradeceu sincero colocando a mão em seu próprio ombro, sentindo-se aliviado.

Os dois estavam na biblioteca após o treino inicial e falho de Adrien, já que o príncipe estava sentindo seus ombros latejando de dor depois de segurar aqueles baldes extremamente pesados. O loiro sentava no sofá no momento em que Marinette lhe dava uma ajuda médica, logo, a mesma que estava em pé, se acomodou ao lado do garoto:

- Você está frustrado, não é? - O olhou compreensiva, ao perceber a feição um pouco tristonha de Adrien.

- Por que eu estaria frustrado, Mari? - Fingiu não ter entendido a pergunta da menor.

- Adrien... Você é o líder da equipe, está no seu momento de fraqueza... Como não perceberia sua cara de frustração depois de falhar em treinos simples? - Chegou um pouco mais perto do garoto, tocando rapidamente em seu queixo, resultando em uma troca de olhares intensa, com Marinette transmitindo firmeza e preocupação.

Adrien baixou a cabeça, agora, realmente mostrando seu real sentimento. Odiava, com todas suas forças, se sentir inútil e fraco perante as suas obrigações que necessitavam de altas habilidades.

- Sim, eu estou, Marinette. Não queria, mas é inevitável.

A azulada suspirou compreensiva, sabia exatamente como o príncipe se sentia, já que passava por aqueles conflitos internos constantemente:

- Ei, só quero que você lembre, que você é a pessoa mais dedicada à sua família, amigos e cidadãos nos quais irá liderar no futuro. Você tem o verdadeiro espírito de realeza, Adrien. Você vai conseguir passar dessa, e muito provavelmente, melhor que antes. Você tem eu, a Fei, a Kagami, o Nino... Enfim, todos os seus amigos para te ajudar. Não está sozinho, acredite. - O confortou o olhando com cuidado e esboçando um sorriso, mal sabia ela que só pelo fato de ilustrar aquele simples movimento labial, fazia Adrien esquecer dos seus problemas, porém, o loiro acatou a tentativa certeira de conselho da garota:

- Obrigado, Marinette e como eu disse antes: eu confio em você. - Sorriu de volta para a azulada.

- Bem... Vou pro jardim pintar. Precisa de mais alguma coisa?

- Não, Mari, tá tudo bem. Depois me mostra sua pintura? - Ela deu uma risadinha com o pedido de Adrien.

- Mostro sim, talvez demore um pouco, mas sim. - Os dois riram fraco, logo Marinette se retira do local, fechando a grande porta de madeira.

...

- Como tá o Adrien? - Fei questiona enquanto pintava um vaso de flores na sua tela.

- Tá... Meio frustrado. - Marinette respondeu sem muito ânimo.

- Sério? Nossa, coitado, deve ser difícil voltar e ainda ficar inapto para fazer coisas que antes eram simples. - Lamentou Fei.

- Infelizmente, sim. Eu falei para ele relaxar um pouco, que é normal e que vai conseguir superar. - Marinette disse enquanto lavava seus pincéis na tigela de porcelana.

- Pois é... Uau, que lindo. - A chinesa elogiou o quadro da irmã, que não era nada mais ou nada menos que uma dançarina tradicional chinesa esvoaçando o tecido vermelho do vestido.

- Obrigada, Fei. Seu quadro também está lindo. - Marinette elogiou a irmã mais velha de volta esboçando um sorriso gentil.

- Agradeço, ainda preciso melhorar mais... - Encarou a tela satisfeita com o resultado mas ainda analisando, quando parou e esboçou uma feição pensativa. - Marinette, você sabe me dizer onde está a Kagami?

- Ahn... Não? Só a vi no ginásio, depois nada. - Marinette respondeu enquanto retocava sua tela.

- Ué, onde ela se meteu?

- Vai saber ... - Disse a mais nova um pouco desinteressada pelo paradeiro da irmã.

...

- Nossa Kagami, realmente você é bem ágil. - Comentou Luka ofegante, bem cansado após um treino pesado.

- Anos de treinamento, é assim. - Disse com uma expressão convencida.

Os dois treinaram esgrima em uma área isolada no jardim do palácio. O azulado pretendia melhorar mais suas habilidades de luta com espada e nada melhor que uma boa oponente para dar-lhe alguns toques:

- Você às vezes pensa muito, acaba que não segue seus instintos corporais . Não pense muito no golpe, você não está em um torneio, em uma batalha, vence o mais forte, o mais inteligente e o mais blindado.

- Vou me lembrar disso... Quer uma água? Está bem gelada. - O garoto questiona enquanto se dirigia à um banquinho de madeira perto da árvore.

- Quero, com certeza.

A japonesa pegou a garrafa de água na mão de Luka, agradecendo com um sorriso singelo. Para a surpresa do membro da realeza, foi Kagami colocar uma substância estranha na água:

- O que é isso?

- Eu tô com um pouquinho de dor por conta do exaustão, não ando dormindo direito. A Marinette com uma visão de loba percebeu meu estado e preparou um antibiótico. - Explicou e bebericou o líquido.

- Qual a causa da insônia? - Questionou em um tom de preocupação.

- Eu... Ando inquieta, então eu treino para esquecer meus problemas... Nisso quando vejo já está amanhecendo.

- Esse mês foi um furacão na sua vida, não faço ideia como deve estar sua cabeça.

Após esse diálogo, o silêncio predominou entre a dupla. Kagami tocava na sua garrafa, antônita, sem querer encarar o parceiro de treino, e Luka, a olhava querendo acolhê-la.

Em seguida, o fez:

- Kagami. - Tocou no ombro dela e a japonesa o olhou um pouco surpresa. - Se o seu coração estiver em um ritmo descontrolado, me diga, não podemos ter outro amigo nosso sofrendo desse jeito, okay? Você tem à nós agora, não tenha medo de pedir ajuda para qualquer um da equipe, tudo bem?

Os olhos da oriental brilharam, nunca havia sentido aquele carinho por alguém a não ser suas irmãs ou seu pai adotivo. Luka realmente carregava uma personalidade rara:

- Obrigada, Luka, de verdade. - Esboçou um sorriso sincero e Luka foi contagiado com essa ação.

Kagami largou a vergonha por um momento e abraçou o maior. Era uma sensação definitivamente, aconchegante, estranhamente sentia que podia ficar ali o dia inteiro.

E ficaram ali, abraçados, por um bom tempo.

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