26 - Eating made her happy.

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Mais um dia de hospital.

Comprimento a recepcionista e pego meu crachá de visitante. Ando por aqueles corredores no qual eu passei seis longos meses.

Todos os dias.

Abro a porta do quarto de Sina e a vejo da mesma forma na qual a vi durante esses meses: deitada, parada, sem nenhum sorriso, sem nenhum olhar, sem nenhum movimento. Em um sono profundo.

Respiro fundo e entro no quarto. Deixo o buquê que compro todas as sextas para Sina. Hoje eram Dálias vermelhas.

Dona Alex estava dormindo no sofazinho que ali havia. Faço carinho em seu braço até a mesma despertar.

- Ei, Alex, eu cheguei. - digo baixinho.

- Bom dia, meu filho. - levanta devagar. - como você está?

- Estou bem, na medida do possível. Acordei mais tranquilo hoje. - sorri fraco. - Você pode ir pra casa descansar, é sexta, vou passar o final de semana com ela.

- Tudo bem. - levantou e foi até o banheiro fazer suas higienes.

Ali naquele sofazinho me pego olhando Sina. Será que um dia ela acordaria e assim voltando a ter a vida que tínhamos antes?

Saio do meu transe com o barulho da porta do banheiro se abrindo e logo me levanto ajudando Alex a arrumar suas coisas. Dobro sua coberta e pego sua blusa de frio que estava jogando na beirada do sofá.

Em poucos minutos, ela se despede de Sina com um beijo na bochecha e me dá um abraço apertado, me agradecendo por tanto cuidado e carinho que dou a família dela. Beijo a testa de minha sogra e ela sai pela porta, me deixando sozinho com a minha garota.

Seria um longo final de semana pela frente, mas nada no qual eu já não estava acustumado.

Quando o horário de almoço chega, uma enfermeira traz minha comida (que não era tão ruim quanto "deveria" ser) e como tudo de bom grado. Enquanto isso me permito lembrar de todas as vezes que levei Sina para almoçar, de quantas fotos eu tirei dela enquanto comia, do quanto ela amava essa refeição. E sinceramente, eu amava ver ela comendo, pois era uma coisa que fazia ela feliz.

Hoje ela come atravéz de sondas. E não, não é uma coisa que ela fica feliz, eu tenho certeza.

Se a vida permitir, levarei ela em todos os restaurantes do mundo

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Se a vida permitir, levarei ela em
todos os restaurantes do mundo.

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