POLAROID'S • NOART

33 - memories

Depois de toda a festa, nossos amigos foram embora (mesmo dizendo que passariam a semana inteira com Sina.) e os pais de Sina foram para a casa que eles estavam morando depois do que aconteceu com ela.

Sina iria dormir na minha casa hoje, eu precisava estar com ela.

Subimos para o quarto e coloquei algumas coisas que estavam no andar de baixo em cima de uma cômoda que havia no meu quarto.

— Amor? - me chamou.

— Sim.

— Eu sei que você estava com saudade, mas posso tomar banho sozinha? Preciso colocar minha cabeça no lugar, ainda é tudo louco pra mim. - respirou fundo.

— Claro, vai lá! Pode deixar que arrumo sua roupa. - sorrio.

— Obrigada. - me dá um selinho e vai em direção ao banheiro.

Pego um pijama no meio das coisas dela que sempre ficava aqui em casa pra quando ela dormisse aqui. Era um pijama azul, que ela mal tirava do corpo, ficava mais de uma semana com ele, colocava todas as noites, era uma luta fazer ela trocar por algum outro. Porquinha.

Assim que termino, vejo o álbum das polaroid's em cima da mesinha ao lado da minha cama.

Vou até ele e pego-o, abrindo e folheando cada página, lendo uma por uma, lembrando de cada coisa que passei, do quanto eu chorei, de como eu pensava que era o fim.

Eu amava Sina com todas as forças do mundo, eu nunca pedi tanto a Deus por uma coisa quanto por Sina acordar e sair viva daquele hospital.

Acho que se ela tivesse morrido, eu nunca me perdoaria, nunca iria superar toda dor que eu tenho certeza que ficaria no meu peito.

Já havia namorado duas outras vezes, mas nenhuma delas se comparava a Sina. Eu tenho certeza que ela é minha alma gêmea, não tem como alguém me completar tanto como ela me completa.

Não tem como eu amar alguém mais do que amo Sina.

Por ela, eu viveria mais mil anos, viveria mais dez vidas, faria o que for preciso para estar ao lado dela. Sina me mantém vivo, Sina me mantém feliz.

Eu nunca desisti dela, nunca. Nem mesmo quando o próprio médico disse que era pra mim tentar me desapegar pois ela não duraria muito tempo.

Não, eu não desisti.

Quando amamos alguém, amamos por completo, amamos de todo coração. Não olhamos bens matérias ou nem mesmo a distância. Apenas amamos.

Quando chego na última página, vejo as folhas em branco que ainda restavam colocar algo. Sorri por saber que não usaria mais elas, fiquei feliz por não tem que escrever mas nenhuma folha.

Mas eu tive uma ideia, eu iria escrever o último "capitulo" desse álbum de polaroid's...