Violência era algo me enojava, irritava, entristecia e ver Thomas sangrando daquela forma me deixou chateada e com raiva, principalmente quando soube que não havia motivos para aquilo.
Por um momento quando meu chefe e Paul saíram deixando meu mais novo colega de trabalho sobre meus cuidados, senti uma onda de carinho, cuidado e uma leve estranheza, pois por alguma razão senti uma excitação em estar a sós com ele e ter uma oportunidade de saber mais sobre quem era Dr. Thomas Depp, já que o mesmo parecia nunca estar interessado em uma conversa normal no consultório.
Quando por várias vezes nos pegamos encarando um ao outro enquanto cuidava do seu rosto machucado ou examinava seu tronco desnudo, eu queria sair correndo. Seus olhos penetrantes e sua presença me deixavam envergonhada e eu não sabia o motivo.
Eu queria perguntar sobre ele, criar um vínculo, mas com certeza ele me acharia uma criança curiosa e eu não daria esse gosto a ele.
Mas então ele começou a perguntar sobre mim. Acredite, quando ele me perguntou sobre o porquê de me chamarem de "anjinho" eu quis me esconder. Sei que não sou nenhuma adolescente, já sou uma mulher de trinta anos, mas ao lado dele eu parecia uma menina. E quando ele perguntou sobre minha correntinha, eu fiquei ainda mais sem graça por ele ter notado e triste por saber o que Sarah significa pra mim.
- Tá legal! Já chega! Meu funcionário vai descansar e só depois dará depoimento! – Andrew entrou pela porta de surpresa junto à Paul que veio rapidamente em minha direção.
- Tudo bem? Do que Marcos está falando? – Paul se posicionou ao meu lado preocupado passando as mãos pelos meus ombros nus.
- Eu não sei...espera eu te ajudo... – Percebi que Thomas tentava se levantar com dificuldade e tinha uma feição brava.
- Não quero! Eu sei andar...- Ele desviou do meu toque de uma forma ríspida se colocando em pé com o rosto repleto de dor e irritação. Eu me senti no mínimo ofendida com aquela atitude.
- Então se vira! – Falei seca e Paul parecia confuso, não sabia o que fazer. – Paul, me leva pra casa? – Já que meus serviços não eram bem vindos, Andrew que cuidasse desse mal educado.
- Cla...claro! – Ele intercalava seu olhar entre mim e o ogro que subia as escadas devagar e quase se arrastando.
- EU QUERO PROVIDÊNCIAS... ELES QUEBRARAM A JANELA DO MEU CARRO! – Marcos tinha um defeito, ele não sabia falar baixo ou resolver as coisas com paciência.
- Nós temos o depoimento de Joseph e amanhã recolheremos o depoimento do médico. Preciso que se acalme ou vou ter que te algemar. – O delegado já demonstrava cansaço por ter que ouvir a voz estridente do jornalista enquanto mantinha o braço na altura do peito de Marcos para afastá-lo dele.
- MARCOS, CALA ESSA BOCA! – Andrew gritou e o silêncio se instaurou na sala. Todos ficaram chocados, pois nada tirava meu chefe do sério. – Você não pode resolver nada agora... – disse tentando controlar ao máximo sua respiração. – A Festa da Cidade já acabou pra todos que estão nessa sala e com certeza para o Thomas que foi o que mais sofreu aqui. Eu agradeceria se vocês ficassem quietos e deixasse o homem descansar, pois é impossível com essa gritaria.
- Mas o meu carro...
- Cara, relaxa! Deixa com a polícia. – Paul disse apoiando suas mãos nas minhas costas.
- Tudo bem! Mas se acontecer alguma coisa comigo, saibam todos que foi aquele merda do Abraham, aquele traficantizinho...DE MERDA!!!
Como eu queria ir pra casa, queria descansar, chorar talvez. Odeio me sentir impotente, odeio não poder resolver tudo. Eu juro que entendo a situação, mas eu só queria ajudá-lo. Por que foi tão seco? Por que prefere ficar sozinho mesmo com dor? Estávamos tendo uma conversa como amigos e ele simplesmente se esquivou jogando esse balde de água fria.
- Eu vou embora. – Sai pela porta deixando todos ali, menos Paul que senti estar atrás de mim.
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Xiiiiiiiiii...daqui pra frente é só pra trás, hein!
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AMOR EM HILL CITY (JOHNNY DEPP)
RomanceAmy Miller nasceu em Hill City (Dakota do Sul), uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos e desde pequena era apaixonada em ajudar pessoas, o que lhe fez mais tarde se tornar uma auxiliar médica adorada pela população da cidadezinha pacata...