O ruim de receber alta é que agora eu teria que lidar com tudo, família, amigos, inimigos, polícia, o diabo e enfim, tudo e todos. Mas confesso que tive tempo para me organizar, era o sétimo dia desde quando eu acordei e eu estava com todas as respostas na ponta da língua.
Meu pai contratou uma enfermeira para cuidar de mim e dos meus ferimentos por vinte e quatro horas, ele era um pouco exagerado. Imagino o tanto que eles vão ficar no meu pé depois desse acidente. Eu quero ficar um pouco mais na minha também, por incrível que pareça.Lembro da escola, como todo ano meu pai pagará professores para que eu não seja reprovada. Mas até a formatura imagino que estarei ao menos andando sem ajuda de alguém. Será muito bom todos me verem formando, assim eu ficarei mais ainda como vitima, enquanto Katlen não pisará na escola, pois estará depressiva demais.
Graças á cirurgia no tórax, saio em cadeira de rodas para não fazer nenhum tipo de esforço. A enfermeira que meu pai contratou já estava ao meu lado. Will e Selene fizeram questão de estarem presente na minha saída, meu pai eu não sei por onde andava, mas aposto que estava na missão de fracassar os Ferraz.
Na saída do estacionamento fomos tomados por jornalistas batendo no carro.– O que é isso? Eu não sabia que tinha tomado essa proporção. – Reparo nos jornalistas batendo no vidro e interrompendo a passagem do carro.
– Eles vão estar na frente do condomínio também. – Diz minha mãe.
– O bom é saber que os pais de Matheus moram no nosso condomínio.
– Tio Edgar já cercou de seguranças. – Will me tranqüiliza.
Havia carros pretos de seguranças ao lado do que eu estava, e isso me deixava aflita, porque passava a impressão de que eu estava sendo caçada e estava foragida.Como foi dito pela minha mãe, havia muito deles na entrada do condomínio. Mas também havia muitos seguranças contratado por Edgar, então eles não chegariam perto de mim.
Entro ao condomínio que a meu ver estava diferente, na verdade tudo estava diferente um pouco. É como se o mundo tivesse mudado para mim.
Will me pega no colo com todo cuidado e me coloca na cadeira. Isso pra mim estava um saco, já ansiava pela minha melhora.Chegando a casa dou de cara com toda a família reunida. Avôs maternos e avó paterna, Henrique também estava presente junto com sua mãe.
Todos esbanjaram sorrisos de alivio, fui obrigada a ser simpática com todo mundo se não minha mãe terminaria de me matar. Afinal todos ali realmente se preocuparam comigo.Pude usar a desculpa de que estava cansada e pedir para ir pro quarto que minha mãe tinha arrumado para eu ficar durante esse uso de cadeira de rodas.
Henrique e Will logo vieram atrás de mim. Os dois se mostravam estarem extremamente preocupados. Foram até meu quarto e ficaram conversando comigo durante horas sobre assuntos aleatórios e lembrando sobre nossas infâncias. Graças aos remédios fortes que estou usando, adormeci no meio da conversa. Os meninos me embrulharam e me deixaram dormir quentinha em uma cama, finalmente.Agora que eu estava em casa visitas não iam parar de chegar, e obviamente, os primeiros a virem foi Ellen e Léo.
Eu já estava preparada também para receber visitas, no hospital eu estava muito inchada ainda, agora eu estou feia, mas nem tanto, apesar de todo o rosto está roxo, mas meus olhos já desincharam e eu consigo enxergar melhor.Ellen entra ao quarto já chorando e me abraçando. – Meu deus amiga, eu pensei que ia te perder!
– Não foi dessa vez!
– Porra! Estou com tanto ódio disto ter acontecido. – Ellen me aperta em seu abraço.
– Tudo ficou bem. – Afasto Ellen antes que me machuque, eu ainda estava dolorida no tórax.
– Graças a deus! – Ellen coloca seu longo cabelo rosa atrás da orelha, e passa as mãos em suas lágrimas.
–Está tudo bem! – Aperto sua bochecha.
– Pronto Ellem, agora sou eu. – Léo puxa Ellen para trás.
Sorrio do seu jeito.
Léo me dar um abraço não muito forte, acho que ele se lembrou que estou cheia de pontos ainda. – Irmã, não me passa mais um susto deste!
– Tá bom! – Sorrio.
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A saga Refém - Condenados (Finalizada)
RomanceBlake vive de se jogar em tudo que o mundo tem a oferecer, sem pensar no amanhã. Entre o certo e o errado ela faz o que sente vontade. Matheus Ferraz, o irmão mais velho de Katlen (sua amiga de infância), volta ao Brasil cheio de planos para um fut...