14:30.
Não vi Sam na escola, então fui até sua casa – tendo avisado meu pai – pra ver se ele estava, no mínimo, respirando.
Toco a campainha por minutos e minutos seguidos. Ninguém atende.
Sento no balanço enferrujado da varanda – existe desde que me conheço por gente -- e tento ligar para Sam e Liz. Caixa postal. Que saco. Minutos depois, alguém chega. É Sam... e Jack.
— Oi amor, tá fazendo o que sentada aí? – Ele sai do carro e Jack me observa no banco do banco do motorista. Ele acena.
— Tava preocupada com você já, daqui há pouco já estaria ligando para os hospitais da cidade sobre você.
— Kris. Eu faltei um dia só, cara. Relaxa um pouco! Não quer dizer que eu não tô bem toda vez.
— Você tá me culpando por me preocupar com você? Caso não se lembre, nesses últimos dias você faltou aula porque não estava se sentindo bem, Samuel.
Ele baixa a cabeça. Pelo visto Jack não tem a menor ideia do que estamos falando.
— Olha, foi mal, tá? – Eu pego em sua mão, e ele permite. – Deixa eu entrar com você, preciso conversar um pouco.
Jack e Sam se entreolham.
— Ou... vocês vão fazer algo juntos?
— Não, relaxa. Podem ir. Amanhã a gente se vê, Sam. – Jack pisca pra ele e acelera o carro.
...
— Ainda bem que você me pediu pra entrar, tô cansadão.
— Você acha que ele ficou chateado?
— Não, ele tá de boa. Deve tá cansado também... – Prefiro não questionar até segunda ordem. — E então, por que não me esperou lá dentro?
— Nem tem ninguém em casa. Acho que já tá na hora de você fazer uma chave pra mim.
— Concordo, mas... a Lili tá em casa. Ela não abriu a porta? – Ele diz, enquanto destranca.
Liz me ignorou. Mas por que?
Ela deve ter ficado chateada porque eu quis ficar a sós, mas que motivo esnobe. Eu tenho meus direitos, quer ela queira ou não.
Torço para que ela apenas estivesse dormindo ou algo assim.
— Elizabeth! Cadê você? – Sam a chama quando entramos.
— Tô no quarto, ué! – Sua voz abafa.
— E você tá surda, por acaso? Não ouviu a campainha?
— Ouvi, mas era a Kristen. Não tava muito afim de conversar com ela.
Evito fazer qualquer movimento brusco para que ela não perceba que tem outra pessoa do lado de fora do quarto, além de Sam. Reparo na sua porta. É rosa com alguns detalhes e borboletas, sempre achei fofo.
— Pois saiba que ela está aqui do lado de fora e acabou de ouvir isso. Não quero nem saber o que tá rolando, se resolvam! Vou tomar um banho.
Por que achei que adiantaria?
Ela fica em silêncio. Tento sair de fininho de perto, mas Sam me empurra. Idiota.
— Encare seus medos, Kristen Donovan.
— Mas quem não quer me ver é ela! Vou só fazer um favor.
Pulo pra trás quando Liz resolve abrir a porta do quarto. Por um momento achei que ela iria me chamar para entrar e teríamos uma conversa decente sobre o que a estava incomodando e cogitar isso foi o meu maior erro.
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Pós-Verão
Teen FictionKristen Donovan conta uma parte de sua vida conturbada: A adolescência. Envolve sentimentos, garotas e outros extremos nos quais Kris não sabe lidar. A verdade é que ela é uma das garotas mais desejadas da cidade, mas é o que menos enxerga. Seus ol...