Capítulo I - 5 Garrafas de Vinho

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Faziam alguns meses que eu estava na Máfia do Porto, mesmo com tanto pouco tempo que nós nos conhecemos, eu já sei... eu já sabia... eu já sabia que eu te amava. É, eu sei que é uma palavra forte... mas é a palavra certa.

Naquela fatídica noite, onde minha vida virou apenas uma bagunça caótica e mortal - onde eu, a cada minuto pensava em tirar a vida de todis à minha volta por um pouco de silêncio, ou, tirar a minha própria vida - marcamos de nos encontrar no bar de sempre, para beber, como sempre, mas, o que - eu acho que - você não sabia, era que, eu ia me declarar, e caso desse errado, era culpa da bebida.

Você se atrasou. 10 minutos. 30 minutos... 1 hora... 2... 3... você não veio. O quê houve? Madei inumeras mensagens, eu estava sem internet, mas, mesmo assim, o que aconteceu de tão terrível para você simplesmente não ter mandado mensagem avisando que não iria? O seu tão ambiçado suicídio finalmente deu certo? Logo naquela noite..?

Quanto mais você demorava mais eu bebia e me via fora de mim. Eu te liguei e gravei algumas ligações dizendo que iria embora caso ele não aparecesse e se ele fosse atrás de mim depois eu iria ignorá-lo, como ele fez com o meu convite pra beber.

Não me culpe, eu estava acoolizado e apaixonado por ele. Devo dizer; estou apaixonado por ele.

O fato de eu estar apaixonado por ele, significa que; eu o odeio. O odeio por me fazer amá-lo tanto sem ter feito nada, apenas existir.

Já pensei inúmeras vezes em lhe enviar cartas. Em te ligar ou apenas mandar mensagens. Saber que você está vivo me conforta, mas me dá raiva. Porquê não me avisou que estava vivo? Sumir dessa forma, mudar tão drasticamente sua forma de vida... é tão bom assim? E eu? Não valho tanto quanto essa nova vida? Posso ter sido só uma pessoa da sua adolecência. Só mais uma que se apaixonou por você. Mas, nem um pingo de consideração com os sentimentos das outras pessoas?

Na minha vida eu devo ter feito algo tão ruim que resultou em; abandonos sucessivos das minhas paixões. Mas, se eu era só mais um, por quê me indicou para membro da Máfia do Porto e não parou quieto enquanto eu não travalhasse com você, se, no final, você iria me deixar sozinho? O quê há de tão intelectual em fazer algo assim, Osamu Dazai? Em uma noite, você me fez gastar dinheiro - e beber - umas 5 garrafas inteiras de vinho. O quê hoje em dia não é nada para mim. Mas para um adolecente apaixonado e emotivo de 16 anos de idade... talvez não tenha sido "nada".

Recentemente, eu o encontrei na cidade. Você não me viu. Mas com isso eu tive certeza de que você estava vivo. E, o pior, para mim, - e melhor pra você - é que você estava tão feliz, mais do que quando estava comigo.

Doeu te ver tão perto, mas tão distante. Você estava na minha frente, mas eu não podia tocá-lo.
Abraçá-lo.

Ou, beijá-lo...

Eu te vi tão feliz. Sorrindo.
Parecia um sorriso real, mas eu sabia, sabia que era falso.

Tratava o Garoto-Tigre melhor do que tratava eu ou Akutagawa.

E, mesmo que fosse falso, olhava e tratava aquelas mulheres e Kunikida como eu queria ser olhado e tratado por você.

Eu estava só passando por lá, mesmo, qual seria o dano?

Eu peguei um papel no meu bolso. Sabia que eu tinha guardado um lá.

Fui até o outro lado da rua, passando pela multidão, até uma papelaria.

Comprei uma caneta e escrevi o que eu queria nele.

Eu dei a caneta pra uma criança aleatória, nem olhei pra ela direito, aproveitei a movimentaçao da rua para voltar para o outro lado.

Uma mulher passou por lá, e, antes que ela pudesse ter tempo para pensar que eu faria algo à ela, eu a entreguei o papel e a indiquei que o entregasse. "Na esquina," - Eu apontava "entregue isso, sem abrir, por favor, para a recepcionista e diga para entregar à um homem chamado Osamu Dazai." Eu virei e saí dali. De outro beco eu a vi entregando o papel pra recepcionista, como eu pedi, e saiu logo depois.

Espero que você leia...
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Depois de um tempo eu perdi o costume de escrever aqui, mas espero que esteja aceitável =D

Dear Enemy - SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora