Capítulo IX - Lar

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Depois da minha crise, no escritório, o Dazai me tirou daquele lugar. Eu me senti horrível, eu senti que estava atrapalhando a nova vida do Dazai. Eu senti... não, eu queria morrer, quando ele me levou pra fora de lá, com seus colegas e amigos o olhando sair comigo. O quê eu estava fazendo ali?! Eu nunca devia ter saído da Máfia para ir atrás dele...

Nós chegamos em casa, e eu nem consegui passar pela porta. Ele entra, e eu fico do lado de fora, solto a mão dele e só consigo dizer:
-Desculpa...
-Pelo quê? - Ele vira, confuso.
-Eu não queria que... você tivesse que sair de lá... com aquelas pessoas... te olhando daquela forma...
-Como eles estavam me olhando? - Me recordo que ele nem sequer olhou pras pessoas quando saiu de lá, só pra mim.
-Como... - Como as pessoas da Máfia passaram à me olhar quando você foi embora. Eu não teria coragem de dizer... mas, é como se ele tivesse entendido.
-Me desculpa... não queria que fosse assim quando eu saí.

Eu não consegui segurar. - Quando mais novo eu até conseguia fingir que eu não queria desabar e chorar. - Eu estava chorando novamente.

-Como eu pude pensar que você me abondonou de vez, apenas por ser uma pessoa ruim? Mesmo sem me ver durante anos você ainda é a única pessoa que consegue me salvar das minhas crises, e da mesma forma, desde a nossa adolecência... - Eu seco as lágrimas que desceram pelo meu rosto - Não importa o quanto eu tente segurar as minhas pernas, em uma crise, eu só fico cada vez mais agitado. - Eu paro, pra respirar um pouco, dou um passo para trás e continuo. - Eu odeio admitir isso, e você sabe, mas eu preciso de você. - Ficamos alguns segundos nos encarando em silêncio, até que eu temino de falar. - Além de eu não conseguir viver sem você, de qualquer forma.
-Você consegue. Você viveu todos esses anos. Você não precisa, e nunca precisou de mim.

Eu rio, ironicamente. Você consegue ser tão ingênuo, às vezes...

-Eu não vivi, Dazai. Eu sobrevivi. Todos esses anos... eu não passo um dia, sequer, sem pensar naquela noite que eu fiquei sozinho naquela merda daquele bar te esperando. Todos os dias que eu me forcei à não tirar a minha própria vida, com a esperança de que você voltaria. Um aviso, Dazai, é difícil assim você simplesmente avisar que iria embora?
-Eu ia... mas o Odasaku... bem, você sabe.

Por favor, não me faça sentir pior.

-Eu não consigo. Desculpa. Você sabe que eu te amo, mas... não dá. Desculpa.
-Tudo bem... eu também te amo.

Não aguento, eu sinto meu coração acelerar, eu começo à tremer, não consigo mais pensar, saio correndo até o parque. Lá sempre foi o meu refúgio.
Se passaram alguns minutos, e eu já estava chorando denovo.
-Eu sou fraco demais. - Eu rio, ironicamente, seco minhas lágrimas, e começo a perceber o meu redor. Me sento observado. Por alguém que eu não estou vendo.

Se passam algumas horas e a noite chega, a noite sempre me acalma. É sempre a hora que eu posso fugir, andar livremente por aí, e não há um "Mori" para me vigiar. Pra me proibir.

De repente, Dazai surge, me dizendo para ir com ele. Ele sabe que eu não tenho outro lugar para ir. Mas por que se importa? O quê há de tão interessante em mim para não me deixar de lado?

Ele segura a minha mão, e diz:
-Vamos? Pra casa. - Eu concordo com a cabeça, e ele seca o neu rosto, que ainda estava um pouco úmido. - Seus olhos... - Ele suspira alto, e nós saímos do parque, de mãos dadas e voltamos para casa.

Quando chegamos, enquanto ele destrancava a porta eu reparei no tapete.

"Bem-vinde ao meu 'Lar Doce Lar'"
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Oii, gente MIL PERDÕES por demorar tanto pra terminar esse capítulo

Bloqueio criativo tá foda- Kajskjk

Obrigade pela paciencia, e eu espero que tenham gostado<3

Bayy

Dear Enemy - SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora