"Então lute"
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Nota: Mesmo já tendo revisado o capítulo, pode haver alguns erros, por isso peço que me sinalizem.
Enfim, trago para vocês o início da história da Gyslin. Espero que gostem.
Boa leitura e deixem a estrelinha🌟💫
Capítulo revisado: 11/09/22
Capítulo postado:14/08/22
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Suspirei ao sentir o abafado e tão necessitado calor da fogueira me atingir assim que consigui me esgueirar pela porta do chalé. Todos os meus músculos estão rígidos e tensos pelo vento uivante que me chicoteou minutos atrás junto aos meus cabelos.
Balanço os braços para frente e para trás tentando relaxar os ombros. Ombros esses, rígidos e tensos como pedras por causa da posição de cruz que fiquei por quase duas horas.
- Onde você estava?
Dou um pulo no mesmo lugar sentindo meu coração galopar repentinamente. A voz baixa, porém interrogatória de Feyre me pergunta.
Tomando coragem, me viro vagarosamente em sua direção e tento relaxar a postura para não deixar tão evidente que acabei de ser pega no flagra.
Sentada sob a cadeira, minha irmã gêmea me observa atentamente. Apesar do seu tom de voz parecer levemente irritado, seu rosto está neutro, seus olhos brilhando em questionamento, as mãos juntas em cima da mesa.
- Você não deveria estar dormindo? - Tentei contornar.
O brilho e crepitar da lareira é a única coisa além de nós duas que faz a casa não parecer abandonada nesse momento.
- Estava, até ver você se esgueirando por entre as árvores como se fosse uma ladra - Um frio passa por minha barriga como um sopro de borboletas.
- Então, vai me contar?Reprimo a vontade de suspirar novamente, sentimentos ácidos, pesados e um pouco vergonhosos ameaçando encher meu peito, mas obrigo-me a fazer as palavras saírem:
- Estava me encontrando com Francis.
Imediatamente um gosto ruim fica em minha boca e tenho que apertar os lábios para não fazer careta.
Francis é o meu pretendente. Era. Já que ele convenientemente pareceu esquecer de todas as suas juras amor quando minha família caiu em miséria.
Usar seu nome - que um dia achei adorável - como mentira para ocultar que desde que ficamos pobres tenho roubado para conseguir dinheiro e alimento, talvez seja a única coisa boa do tempo em que eu era sua noiva.
Feyre aperta seus olhos em minha direção, desconfiada como um gato à espreita antes de sorrir minimamente para mim, corando levemente em seguida.
- Vocês já.. - Ela parece pensar nas palavras certas enquanto suas bochechas recebem mais um tom de vermelho. - Vocês se entregaram um ao outro?
Franzo o cenho, confusa com o que ela quer dizer, antes de engasgar em uma risada enquanto me aproximo dela. Seus ombros parecem encolher levemente de vergonha, imagino.
Eu nunca cheguei a amar realmente Francis. Na verdade, nem cheguei a me acostumar com a ideia de nós dois casados até que a morte nos separassem.
Sinto meu estômago se embrulhar com com a lembrança, apesar de não ter comido nada há horas.
Quando mamãe achou covinente me apresentar Francis como pretendente, sabia que havia algo muito de errado. Eu, é claro, me recusei a passar por aquilo.
Como forma de castigo, minha mãe despachou meu professor de esgrima, certamente ficando bastante feliz com isso na época já que eu só fazia aulas de esgrima graças a papai.
Esposa.. fala sério, esse termo nem combina com meu nome.
Algum tempo depois, mamãe morreu, e logo depois, caímos em pobreza.
Entretanto, eu nunca quis ou me entreguei a Francis. A desculpa de que só seria deflorada depois do casamento, serviu bem, afinal.
Sinto um olhar ardente sobre mim, lembrando-me que eu não estava sozinha e que Feyre ainda queria uma resposta.
- E aquele filho do fazendeiro? Isaac, certo? Vocês já transaram? - Sorrio de lado.
Feyre arregala seus olhos azuis e interessada em sua resposta, me aproximo dela que revira os olhos em respostas.
Como se estivesse me punindo por fazer tal pergunta, Feyre estica sua mão e alcança meu quadril, me dando um forte beliscão. Solto um chiado e a olho incrédula.
- Cuide da sua vida. - Ela responde, brincalhona.
Rio baixinho e estico minha mão em sua direção para devolver o beliscão. Feyre, sendo mais rápida que eu, dá um pequeno tapa em minha mão e meu sorriso se alarga quando a mesma fez careta. Minha irmã ignora meu sorriso e começa a se dirigir em direção ao nosso quarto compartilhado com nossas duas outras irmãs.
- Então é verdade? - A provoco falando um pouco mais alto e a mesma me manda um gesto vulgar.
Gargalhei, esquecendo-me quase totalmente dos sentimentos estranhos que sentia minutos atrás. Como é bom se esquecer das coisas.
De repente, Feyre parou de caminhar, franzindo o cenho ao perceber que eu não a seguia.
- Já irei Feyfey. Só vou beber um pouco d'água.
"Feyfey" É o apelido ridiculamente brega e fofo - palavras dela - que criei para ela. Mas a mesma nunca reclamou ou pediu para que eu parasse de a chamar assim, no entanto.
Feyre assente com a cabeça e abre a porta do nosso quarto, entrando logo em seguida. Ando até a pequena jarra de água e me sirvo de um copo. Nem tanto, nem muito. Apenas quantidade o suficiente para refrescar minha garganta.
Quase fui pega hoje a noite.
Duas malditas vezes.
Puxei o ar fortemente pelo nariz e o solto, tentando afastar a leve frustração dos meus ombros.
Suspirando profundamente, coloco o copo em cima da mesa desgastada e me dirijo até o quarto. Retiro minhas roupas, tomando cuidado para que a pedra em formato oval do tamanho de um punho não caísse no processo.
Visto minha velha camisola verde antes de andar em direção a cama, onde Feyre, Elain e Nestha dormem agarradas umas às outras, o único momento em que realmente parecemos ser irmãs unidas.
Os cabelos castanho-acobreados de Nestha misturava-se com os de Elain, um pouco mais escuros. A última, tremia as pálpebras, sonhando com algo que não me dei o trabalho de imaginar enquanto era abraçada por um braço de ferro de Nestha.
Feyre, encolhida em direção a Elain buscando calor, tinha seu cabelo da mesma cor que o de Nestha trançado em uma trança firme. Ela provavelmente fizera a trança assim que chegou ao quarto.
Paro de observar-las e sob resmungos, me aconchego no calor de minhas irmãs, apagando logo em seguida.
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𝐀 𝐂𝐎𝐑𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐄𝐒𝐓𝐑𝐄𝐋𝐀𝐒 𝐃𝐄 𝐅𝐎𝐆𝐎 (HIATUS)
Fantasía↤↤↤↤ 𝙰𝙲𝙳𝙴𝙳𝙵 ↦↦↦↦↦ 𝐆𝐲𝐬𝐥𝐢𝐧 𝐚𝐜𝐡𝐚𝐯𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐡𝐚𝐯𝐢𝐚 𝐩𝐨𝐮𝐜𝐚𝐬 coisas a se temer. Achava que se algo for acontecer, iria acontecer. Ela não acreditava em destino, universo, adivinhação e todas essas baboseiras sobre o futuro. Era...