Não era a coisa mais fácil do mundo consolar alguém, ainda mais quando a pessoa em questão é quem costuma te consolar. Chega um momento em que você percebe que as frases "não chora" e "vai ficar tudo bem" não parecem mais fazer efeito.
Kale não chorava com muita facilidade, era uma pessoa muito forte. Seu mundo poderia estar desmoronando mas ela sempre estava com um sorriso no rosto. Caulifla era mais frágil, chorava por términos de namoro e notas ruins em provas, mas minutos depois já estava recomposta. Com Kale era diferente, ela aguentava até o ultimo momento, mas assim que deixava a primeira lágrima cair, não conseguia mais parar, não importava quantos abraços recebesse da melhor amiga.
Caulifla apenas estava terminando de escrever algumas mensagens para o garoto que havia conhecido em uma festa e agora estava virando seu amigo.
—É melhor irmos pra aula. - A Kale disse, lavando o rosto pela décima vez.
—Não vamos até você se recompor. - Kale ia dizer algo, mas antes que pudesse, caulifla a interrompeu. - Não vou deixar que ninguém te veja chorar, vão pensar que você é fraca, e você é a pessoa mais forte que eu conheço.
—Não é você que fala que não devemos nos preocupar com o que falam de nós?
—E não devemos. - disse indo até a amiga. - Mas não quero que pensem que as palavras daquela piranha valem alguma coisa pra você. Não deixe que ela te diga quem você é.
As duas foram pra sala, acompanhadas de olhares pelos corredores que variavam de Kale à caulifla.
—Com licença. - disse a Kale ao abrir a porta e ver todos os olhares direcionados a ela, acompanhados de algumas risadas e palavras como "coitada".
—Perderam alguma coisa aqui ou só vão ficar nos olhando com essa cara de merda porque não tem nada melhor pra fazerem? - Caulifla disse alto o suficiente pra todos ouvirem. O professor ia dizer algo, mas parou ao ver uma aluna que estava sentada na primeira cadeira fazer um sinal, como se dissesse para ele ficar quieto.
As aulas acabaram e como de costume Kale e Caulifla saíram juntas, mas ao chegarem perto da porta, a caulifla disse que havia esquecido seu celular e voltou pra buscar, deixando a amiga sozinha.
Kale ficou parada em um canto esperando caulifla, até que alguém esbarrou nela.
—Desculpa, eu não te vi aí. - o garoto disse sorrindo de um jeito encantador, se ela não o conhecesse talvez até se apaixonaria, porém, ela sabia de sua fama e tinha presenciado o estrago que ele havia feito com sua melhor amiga.
Kyabe era o capitão do time de futebol, vizinho de caulifla, que já havia pegado quase todas as garotas da escola, e tinha um sorriso extremamente encantador.
—Tudo bem. - disse sorrindo fraco.
Em questão de segundos, Marina passou ali, o chamando para algo que Kale não teve a mínima vontade de escutar, e dando um sorrisinho falso para a garota.
—Até te chamaria, sabe, mas o carro está cheio. - a ruiva disse para a garota à sua frente, que riu.
—Não se preocupe com isso, tenho coisas melhores pra fazer. - não tinha nada pra fazer, mas ficar em um lugar cheio de patricinhas nojentas não era algo que ela quisesse fazer.
—Vamos? - disse caulifla, após alguns minutos.
Elas foram para suas casas, mesmo caulifla a chamando para ficar com ela, Kale resolveu ir. Demorou um pouco pra chegar, já que sua casa ficava longe, mas já havia se acostumado com aquilo.
Chegando lá, viu seu pai sentado na calçada com algumas garrafas ao seu lado. Provavelmente está bebado - pensou.
Ao ver a filha, foi se arrastando até lá, deixando a garota com medo. Disse algumas coisas que ela não conseguiu entender, e a garota tentou correr até sua casa, mas antes que pudesse, seu pai, levantou e agarrou seu braço.
—Me larga, por favor. - disse amedrontada, tentando se soltar.
—Onde está sua mãe? - disse com aquele bafo de cachaça. - E sua irmã?
—Trabalhando.
—Onde está sua irmã? - Sophia nunca ficava sozinha com ele, sua mãe não deixava, então ela sempre ficava na casa de alguma amiga, ou em algum lugar público. - Eu perguntei onde está sua irmã?
—Na escola. - Mentiu.
Gael era um homem horrível, mesmo achando que Sophia era sua filha, tentou algumas vezes abusar da menina, mas sempre alguém chegava e impedia. Ana nunca deixaria a filha sozinha com ela, então mandava ela ir para algum lugar até estar em casa. Nem kale ficava muito lá, geralmente só ia pra dormir, porque geralmente estava com caulifla, mas naquele dia, ela só queria deitar na sua cama e chorar.
O homem a puxou pelos cabelos e a prendeu contra a parede, começando a beijar seu pescoço. Kale começou a gritar, pedindo socorro, recebendo um soco na cara, seguido de um "cala a boca".
Um garoto que passava por lá, viu a cena e separou Gael de Kale, recebendo socos do homem. Eles brigaram por um tempo até que a garota pegou uma das garrafas que estavam no chão e jogou no pai, que caiu desacordado.
O garoto rapidamente foi ver se Gael estava vivo, e descobriu que sim ao checar seu pulso.
—Você está bem? - perguntou o garoto que permanecia em choque. - Podemos denunciá-lo se você quiser.
—Não. Ele é meu pai. É um monstro, mas eu não posso fazer isso. Bom ou ruim ele ainda é meu pai. - Kale tremia, estava totalmente em choque, e algumas lágrimas silenciosas deciam em seu rosto.
—Precisa de alguma coisa? Uma água, sei lá?
—Não. - respondeu. - A propósito, obrigada.
—Estou procurando uma borracharia, sabe de alguma próxima? - perguntou o garoto após alguns minutos. - O pneu do meu carro estorou aqui perto.
—Sim, fica duas ruas daqui. Meu nome é kale. - disse recebendo uma leve risada. - Não estou te paquerando, estou dizendo meu nome, não é flertar, é ser educada.
—Okay, então. - disse o garoto. - Prazer, Goku
Notas FinaisEspero que tenham gostado
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CAN LOVE BREAK YOU?
Fiksi PenggemarCaulifla é uma garota com um desejo incontrolável de viver a vida ao maximo. Goku é um garoto quebrado, daqueles cuja vida foi tirada de si proprio antes ele pudesse vive-la... Ela queria um amor. Ele apenas queria paz. Ela não queria acredita q...