O lugar era enorme com muitas janelas, diversas sacadas e portas. O salão era bem decorado e espaçoso, o local era preenchido pelo cheiro de lavanda. Todos os quartos eram bem acomodados e confortáveis para os hóspedes, entretanto, Ângelo e suas três colegas de trabalho estavam na ala não-segura do Hotel Versalhes. Eles estavam com medo porque tinha a sensação de estarem sendo seguidos por alguém ou por algo. Era a tarde de uma quinta-feira e eles não conseguiam achar a saída, os corredores e os cômodos não possuíam muita iluminação, nem adiantava eles tentarem a sorte olhando pelas janelas dos quartos vazios porque todas elas estavam bloqueadas por madeiras pregadas nos batentes. O cheiro de lavanda que eles sentiam quando chegaram ao Hotel naquela manhã havia desaparecido para dar lugar a um cheiro de mofo.
- Vocês vieram fotografar o hotel, então. Podem ficar à vontade, mas devo avisar que há um lado do hotel que os hóspedes não estão autorizados a visitarem - disse o recepcionista de meia idade quando eles se apresentaram para o trabalho, mas a curiosidade foi maior quando o recepcionista avisou que eles não deviam ir para o lado direito do hotel.
Ângelo e seus colegas terminaram de fotografar mais cedo do que o esperado e, por algum motivo, talvez pela simples idiotice, decidiram entrar escondidos na parte do hotel que eles não deviam visitar. Agora eles estavam preocupados porque estavam tentando sair há cinco dias daquele lugar, mas que parecia algo impossível. Logo quando eles entraram no corredor e passaram pelo arco de entrada que estava fechada por uma cortina de lona, eles sentiram que não era um lugar comum. Após cinco dias, os colegas de trabalho estavam nervosos o suficiente para ficarem tensos e brigarem por qualquer coisa e a sensação de eles estarem serem seguidos por alguma coisa não facilitava as coisas. Quando eles passaram por quadros que estavam pendurados na parede à esquerda deles, Ângelo percebeu que eram quadros diferentes de quadros meramente comuns. Eles pareciam muito realistas, então, quando ele passou a mão por um deles, inesperadamente, sua mão entrou no quadro que tinha a pintura de uma praia de areia branca. Ele conseguiu sentir a brisa quente e a areia entre os seus dedos como se fosse mágica. Ângelo se surpreendeu e chamou suas colegas, mas elas estavam muito longe para ouvi-lo, então, ele tirou a mão do quadro e foi atrás de suas colegas.
Depois de duas semanas, eles encontraram a saída e correram até ela, desesperados para sair daquele lugar, mas quando eles passaram pela lona da porta, eles sentiram que tinha algo de errado.
- Sejam bem-vindos, caros visitantes! - Disse uma recepcionista, diferente da anterior que eles tinham conhecido.
O ambiente estava diferente, apesar de a estrutura ser a mesma, a decoração estava mais sombria. Sofás, poltronas, lareiras, cortinas, tapetes e vasos de flores eram de cores escuras, além de as grandes janelas da recepção estarem fechadas por madeiras pregadas nos batentes, assim como as janelas dos quartos da ala proibida.
E então eles começaram a gritar.
Ângelo perdeu as mãos, as suas colegas, uma perdeu os olhos, a outra as orelhas e a outra, por último, a língua. Esse era o preço por se aventurarem na ala proibida de Hotel Versalhes.

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Contos de terror
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