Capítulo 5.

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𝘼 𝙥𝙤𝙘̧𝙖̃𝙤. 𝘼 𝙥𝙧𝙤𝙥𝙤𝙨𝙩𝙖.


Jasper e eu finalmente encontramos um mapa e ele me explica brevemente o "plano" dele.

- Bom, enquanto você vai lá resolver essa bagunça, eu fico aqui no quarto trancado, me passando por você. Se der certo ou se der errado, você tem que dar um jeito de me avisar. Se você não der nenhum sinal em uma hora, eu vou atrás de você. - Ele diz brevemente, aceno positivamente, concordando com o plano, por mais irresponsável que ele aparente ser. Como já havíamos perdido muito tempo, saí do quarto rapidamente e me esgueirei silenciosamente pelos corredores sombrios e gelados, agradecendo por não ter ninguém por perto. Provavelmente todos estavam procurando Drake. Uso a saída mais próxima e em alguns minutos já estou fora do castelo. O problema é que já fazem anos que não saio. Fazem anos que não ando pelas ruas de Mirandos. O tempo estava passando.

Pego o pequeno mapa que Jasper havia me entregado e traço rapidamente o caminho mais rápido até o cais, saio andando rapidamente, tomando cuidado para não ser tão chamativo, e torcendo internamente para não me perder. Cruzo algumas ruas, em média de 14 minutos já deviam ter se passado desde o momento em que li o bilhete até o momento atual, espero que Drake ainda esteja lá quando eu chegar. Contorno mais ruas, tudo parecia estranhamente silencioso e anormalmente vazio, mas as ruas e casas eram exatamente como eu me lembrava. A última vez que andei por essas ruas, foi com minha mãe. Ela adorava a cidade, adorava o povo. O cheiro salgado do mar preenche minhas narinas, me alertando de que o cais estava mais próximo a cada passo. Checo novamente o mapa e ando mais alguns metros, logo já consigo avistar o cais. A superfície de madeira tinha uma aparência velha, a água brilhando, refletindo a luz da lua. Estava prestes a me aproximar mais do cais quando duas mãos me envolvem, uma tapando minha boca e a outra me puxando para trás.

Rapidamente consigo me desvencilhar do aperto e me viro para atacar a pessoa, mas paro o ataque pela metade quando encontro o rosto de Drake, um dedo posicionado na frente dos lábios, pedindo silêncio. Ele sinaliza para que eu o siga para dentro de uma casa, rapidamente adentro-me no local. Assim que ele fecha a porta atrás de nós, ele vai acender algumas velas, me dando uma visão melhor do local. Era um lugar pequeno e praticamente vazio, exceto pela sala, que possuía um pequeno sofá de dois lugares e uma poltrona. Assim que ele acende a última vela, ele me olha, o rosto parecia expressar curiosidade e ao mesmo tempo, um pouco de apreensão.

- Você ficou louco? Não tinha lugar pior para me encontrar? Quer dizer, agora que sabem que eu sou um pirata, é meio óbvio que vão vir me procurar no cais! É onde guardamos barcos e navios, Alexei. Navios piratas! - Ele me repreende, tomando cuidado para não deixar o tom de voz muito alto. Eu o olho confuso.

- Mas foi você que me mandou vir aqui! - Exponho, ele franze o cenho.

- Eu? Não... Eu recebi um bilhete seu me mandando vir aqui. Você disse que tinha uma forma de consertar as coisas! - Ele explica, de repente a situação se clareia na minha mente. Puxo a espada da cintura e fico preparado, Drake me olha, ainda um pouco confuso sobre a situação.

- Acho que isso é uma armadi... - Antes que eu pudesse explicar a situação, um vulto passa por nós dois, o pequeno corvo sobrevoa em volta de nós dois e então voa na direção da sala, pousando no braço de alguém sentado na poltrona que, a segundos atrás, estava vazia. O susto faz Drake soltar um palavrão alto, eu me posiciono, a espada direcionada ao homem peculiar sentado na poltrona.

O homem tinha a pele branca, os cabelos negros. Ele usava uma cartola velha e descosturada em algumas partes, a blusa branca quase toda coberta pelo sobretudo preto, a calça de alfaiataria em um tom roxo escuro. As botas possuem coloração marrom-claro, gastas e sujas de lama. Ele tinha vários objetos estranhos espalhados pelo corpo, alguns colares diferentes. Tudo nele parecia um tanto velho e místico, ele ergue o rosto para nos olhar. Um de seus olhos era um verde penetrante, como os olhos de uma serpente, o outro era azul como o céu durante uma tempestade. Ele estava sorrindo, as presas afiadas à mostra, ele ergue uma das mãos.

The Liquid of Omnia.Onde histórias criam vida. Descubra agora