Capítulo 7.

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𝘼𝙘𝙝𝙚𝙧𝙡𝙚𝙞𝙜𝙖𝙧.

Havia algo de mágico em Jack. É claro que havia. Isso era notório em suas roupas, seus acessórios, seu modo de falar, e, especialmente, em sua aparência. Seus olhos rondam o ambiente, se certificando de que todos estavam prestando atenção em sua explicação. Ninguém pareceu se importar com o que ele havia feito com o colar, todos pareciam ter aceitado a verdade mais evidente: ele era um não-humano, e também, era uma pessoa muito esquisita.

- Bom, pra começar, Drake vai nos arranjar um barco. Ou um navio, tanto faz. Mas não pode ser tão chamativo. Enquanto ele providencia isso, vou traçar a rota mais rápida até o local onde a poção se encontra. Depois de ter o modo de locomoção e o mapa certo da localização, é só ir. - Jack termina de explicar, Jasper assentiu lentamente, mas Drake franze o cenho, em uma expressão confusa e inconformada.

- É só ir? Você vai nos dizer que não existe nenhum perigo? Nenhuma coisa que a gente precisa saber antes de ir mar a fora confiando na sua palavra? - Drake questiona, gesticulando com os braços, ele ainda estava sentado no sofá e, ao olhar em seu rosto, vejo que um pouco de sua preocupação não era desconfiança e sim, implicância. A curiosidade sobre qual é a relação entre os dois aumenta consideravelmente.

- Bom, nada que vocês já não possam imaginar. - Jack diz simples, enquanto se senta novamente na poltrona. - As criaturas marinhas podem nos atacar, os não-humanos podem nos atacar. E principalmente, os humanos podem nos atacar, já que agora vocês três serão as pessoas mais procuradas de toda a costa.

- Acho que é mais fácil você citar algo que não quer nos atacar. - Jasper resmunga. Ele nunca foi alguém disposto a brigar, apesar de sempre causar brigas devido à bebida. Drake esboçou um sorriso, mas logo o desfez.

- Certo. Eu arrumo o navio. E quando você pretende colocar todo esse seu plano super elaborado em ação? - Drake questiona, já se levantando.

- Agora. - Jack responde. Todos olham para ele com um pouco de choque.

- Agora? - Drake e eu perguntamos no mesmo instante. Jack faz uma careta confusa.

- Óbvio que é agora! Qual parte de toda a costa está procurando vocês, vocês não entenderam? - Ele fala devagar, enfatizando cada palavra para ter certeza de que dessa vez entenderíamos. Ele estava certo, mas tudo estava acontecendo muito rápido novamente e eu não conseguia pensar direito.

- Tá bem, tá bem! Então eu vou arrumar logo esse navio, hm? E você, Jack, espero que nossa rota já esteja traçada quando eu voltar! - Drake reclama em um tom mandão, automaticamente me lembro de como às vezes ele parece uma criança birrenta. Acho que às vezes todos nós parecemos. Ele começa a andar em direção à porta, mas para no meio do caminho. - Alex?

Direciono meu olhar até ele, mas ele não diz nada. Ando alguns passos, me aproximando dele. Ele olha para os dois homens atrás de mim, e então chega perto da minha orelha, como alguém que vai contar algum segredo.

- Escute, no meu quarto tem alguns curativos e remédios. Para o braço, você sabe. - Ele sussurra, o hálito quente batendo contra minha pele, concordo com a cabeça, um pouco surpreso por ele se lembrar e se preocupar com o machucado. - E aproveite que você já vai estar lá, e arrume minha mochila.

Franzo o cenho com a última fala, me afasto do rosto dele para lançar-lhe um olhar indignado, ele estava com um sorriso divertido no rosto, se divertindo com minha indignação. Mas ele não parecia estar brincando sobre a mochila. Antes que eu pudesse pensar em algo para responder, ele saiu pela porta. Fico perplexo por alguns segundos, mas volto a consciência e me viro, me deparando com os dois homens me olhando de maneira curiosa. Sem saber o que dizer, apenas me viro para o pequeno corredor e começo a andar em direção ao que deveria ser o quarto de Drake.

The Liquid of Omnia.Onde histórias criam vida. Descubra agora