02. Dia 1

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Os próximos segundos se passaram como um borrão enquanto várias coisas aconteciam ao mesmo tempo: Hermione afundou em uma cadeira vazia, Kingsley levantou-se de trás de sua mesa e desapareceu a bagunça de seu tapete, o oficiante saiu correndo da sala e Narcissa Malfoy começou a chorar. Malfoy não reagiu, mas provavelmente foi devido à Oclumência.

Enquanto Hermione limpava a boca da manga do suéter, os três Malfoys se viraram para olhar para ela. Na verdade, ela se sentiu muito melhor após o expurgo e deu-lhes um amplo sorriso. Pelo menos agora eles tinham bons motivos para ficarem enojados com ela.

— Bem — Kingsley começou, apoiando as mãos sobre a mesa, — para o próximo item, suponho. Vocês são obrigados a coabitar de agora em diante...

Hermione interrompeu: — Se você acha que estou colocando um pé na Mansão Malfoy...

Ao mesmo tempo, Lucius disse: — Se você acha que uma sangue-ruim está colocando um pé na Mansão Malfoy...

Hermione parou ao perceber que ela e Lucius haviam falado em uníssono e disseram quase a mesma coisa. O rosto de Lucius se contorceu em desgosto quando ele chegou à mesma conclusão. Aparentemente, ele estava disposto a fazer concessões apenas no caso dos prisioneiros.

— Isso está resolvido, então — disse Kingsley, parecendo presunçoso – o filho da puta. — Hermione, presumo que você tenha espaço para o Sr. Malfoy em sua casa?

Ela mordeu o lábio e desta vez pensou em vomitar na mesa de Kingsley. Mas ela sabia que a magia que sentiu fluir através dela estava misturada com feitiços de monitoramento do Ministério. Eles saberiam se ela e Malfoy tentassem viver separados, assim como saberiam se se recusassem a consumar.

Por mais que detestasse a ideia de ter Malfoy em seu espaço, ela supôs que um deles poderia muito bem estar em casa. De qualquer forma, seria apenas por alguns dias.

— Sim — ela disse finalmente. — Está certo.

— Tudo bem — Kingsley respondeu com um aceno de cabeça, levantando a mão em um gesto para a lareira. — Por favor, sinta-se à vontade para usar meu Flu pessoal.

Hermione bufou. Mais como, por favor, sinta-se à vontade para ir foder imediatamente.

Se ela não sentisse que seus órgãos internos estavam se dissolvendo, ela teria ficado tentada a demorar apenas para irritá-lo. Mas do jeito que estava, quanto mais cedo ela partisse, mais cedo ela poderia escovar os dentes e dormir o resto daquele dia esquecido por Deus.

Ela pegou a bolsa na mesa antes de ir para a lareira. Kingsley não olhou nos olhos dela.

Quando ela se virou, viu os três Malfoys reunidos em uma conversa tranquila.

Narcissa parecia estar tentando gritar com o marido em um sussurro, marcas de lágrimas ainda visíveis em suas bochechas delicadas. Hermione pegou um "tudo culpa sua!" antes que Lucius a silenciasse com um olhar severo. Malfoy parecia completamente infeliz, então Hermione supôs que ele havia parado de Ocluir.

— Draco, há algo que você precisa entender... — Narcissa começou.

— Agora não — Malfoy disse balançando a cabeça.

— Você deve ouvir — ela insistiu.

— Mais tarde — ele disse enfaticamente. — Eu só... — Ele passou a mão pelo rosto. — Eu só preciso de alguns dias.

Hermione se ocupou em coletar um punhado de pó verde, passando os dedos por ele várias vezes, como se estivesse medindo a quantidade apropriada. Ela só ergueu os olhos quando ouviu passos se aproximando.

Ten Out Of Ten | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora