Sina Deinert
— Sim?
— Ele a assusta? Digo... sei que ele não chega a ser o Incrível Hulk, mas às vezes perde a paciência com muita facilidade.
— Ele é assim mesmo. Cresci com o Noah por perto. Ele não conseguiria me assustar. Mas sei que ele intimida as pessoas...
— Acho que sim — disse Josh, assentindo. De repente, ele deixou o pincel cair na lata, respingando a tinta cor-de-rosa pastel em mim: no meu rosto, na minha blusa, na gravata do meu uniforme, no meu cabelo...
— JOSH! — gritei.
— Desculpe!
Mergulhei um pincel no pote de tinta preta, já preparada para agitá-lo na direção de Josh. Mas senti uma coisa fria e molhada tocar meu rosto e meu pescoço quando ele me respingou outra vez, fazendo-me pular tão alto que larguei meu pincel, deixando um rastro de tinta na parte da frente do uniforme.
Josh engasgou antes de desabar no chão, gargalhando. Olhei para ele de cara fechada, esperando até que parasse.— Isso não tem graça, Josh!
— Claro que tem! Você d-devia ter v-visto a sua... cara! — Ele estava com as mãos nas laterais do corpo agora. Olhei para ele com expressão de ódio e peguei minha mochila. — A-aonde você vai?
— Para o vestiário, tentar lavar o rosto e tirar essa porcaria que você me jogou — esbravejei. — E pare de rir!
— Não consigo! — ele arfou, curvando-se para frente. — A sua cara!
Saí dali pisando duro, batendo a porta atrás de mim. Lembrava que tinha outra blusa no meu armário. Iríamos sair para comer um
hambúrguer mais tarde, e eu não queria andar em público como se fosse um quadro de Picasso.
Sempre achei que os vestiários da escola eram um lugar muito esquisito; um enorme corredor comunal, com avisos e outras coisas penduradas, que levava à "suíte esportiva", com suas esteiras e pesos, e aos campos esportivos do lado de fora.O vestiário das garotas ficava no final do corredor, à esquerda, e o dos garotos no lado oposto, à direita.
Assim que entrei no corredor, o time de futebol americano inteiro passou pelas portas. Eu já havia arrancado a minha gravata e aberto outro botão; não havia me ocorrido que eu talvez não estivesse sozinha por ali.
Todos os garotos começaram a andar mais devagar quando me viram, e fiquei paralisada.
E então as risadas começaram. Aparentemente, todos estavam me achando hilariante.— O que aconteceu? — perguntou Jason, mordendo o lábio com força para tentar não rir.
— Estávamos pintando a placa da nossa barraca. E Josh estava com um balde de tinta. Preciso dizer mais alguma coisa? - Ele negou com a cabeça. A maioria dos garotos começaram a entrar nos vestiários, ainda rindo e olhando para mim. Peguei uns dois ou três olhando sem qualquer pudor para a minha camisa semidesabotoada, e coloquei um braço diante do peito.
— Ah, parem com isso — falei, girando e abrindo um sorriso enorme.
Preferia transformar aquilo em uma piada em vez de ficar constrangida. — Estou tão suja assim?— Bem, eu pagaria para ver você em uma galeria de arte — disse um dos garotos, rindo. Revirei os olhos e segui pelo corredor até o vestiário das meninas, virando o rosto para me despedir.
Uma mão segurou meu braço, fazendo com que perdesse o equilíbrio, e em seguida me amparou antes que eu caísse.
Virei para ver quem era. E o sorriso no meu rosto se desfez. — Ah.— O que você está fazendo? — sibilou Noah. — Você não pode andar por aí seminua, Sina.
— Ando por aí do jeito que eu quiser, muito obrigada! — gritei em resposta, puxando o braço para me soltar. — Como se isso fosse um problema.
Não é como se eu estivesse pulando de um lado para outro de calcinha, pelo amor de Deus.— Sim, mas mesmo assim... — Os olhos dele me mediram de cima a baixo.
Em seguida, ele me encarou com um olhar severo.— Me deixe em paz! — exclamei, olhando para ele. — Olhe, sinceramente, já é ruim o bastante você ser assim superprotetor. Mas não precisa ser tão...
extremo!— E então, o que aconteceu entre você e Cody? Sei que toda aquela história de "estar doente" era mentira.
Meu queixo caiu. Será que ele estava me chantageando? — Você não contou a ninguém, não é?Ele me olhou com um ar de superioridade e abriu um sorriso torto. — Não fico fazendo fofoca. E... não, não contei para eles. Porque imaginei que você tivesse um bom motivo para dizer isso. Então, o que aconteceu? - Dei de ombros.
— Nada.
— Alguma coisa aconteceu, com certeza. Eu te conheço bem o bastante para saber quando está mentindo. E então, qual é a verdade?
Mordi a bochecha por dentro da boca, decidindo se devia contar ou simplesmente mandar que ele não metesse o nariz onde não era chamado. Mas pensei que, se não contasse, ele acabaria concluindo que Cody fez algo que não devia.
Enquanto eu debatia a questão comigo mesma, não consegui evitar de notar como Noah ficava gostoso com a roupa do time de futebol americano, aquelas ombreiras enormes e o capacete enfiado debaixo do braço. Seus cabelos estavam um pouco úmidos pelo suor, e ele parecia um... uau.
Antes que ele percebesse que eu o estava comendo com os olhos, finalmente respondi.— Ele ia me beijar no fim da noite, mas o beijei no rosto em vez disso. Ele não tentou fazer nada, foi uma situação totalmente normal, e fiz papel de idiota por ter virado o rosto. Nada demais. As coisas tomaram uma proporção exagerada. É meio constrangedor.
Ele observou meu rosto por um momento antes de dizer:
— Só isso? Tem certeza? - Tive a sensação de que ele tentava não rir.
Bufei, prestes a bater o pé.— Sim. Certeza absoluta. Por que você é sempre tão dramático? Não é como se qualquer garoto desta escola fosse me obrigar a fazer qualquer coisa que eu não queira. - Ele ergueu uma sobrancelha, como se estivesse dizendo que eu era ingênua demais. Fiz de conta que não percebi.
— Agora, será que posso ir lavar essa porcaria de tinta ou a Inquisição Espanhola tem mais perguntas idiotas?
Oie quem é vivo sempre aparece né kakakakakaka
É isso galera 🫠
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The kissing booth- NOART (PAUSADA)
Romansa"Não conseguia me acostumar com a ideia de que o meu PRIMEIRO BEIJO seria com Noah Urrea.O irmão mais velho do meu melhor amigo. O cara que conseguia fazer com que eu sentisse as coisas mais inexplicáveis e me levar à loucura em cerca de três segund...