Capítulo 2. Who'd've know when this started that we'd end up here, here?

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TW: Violência

Quando Pete enviou uma mensagem convidando Porsche para ir ao bar naquela noite, ele se sentiu inseguro. Estava brigando com Tawan nos últimos dias e não queria fingir na frente dos amigos. Mas sabia que negar seria visto como suspeito pelo melhor amigo.

Então, Porsche enviou uma mensagem para Tawan perguntando o que ele achava e deixaria ele decidir o que fariam. Era mais fácil. E evitava discussões que Porsche não aguentava mais ter. Pelo menos assim ele esperava que a noite fosse mais branda.

Ele passou o dia na faculdade e no estágio, e, quando voltou para seu apartamento, encontrou a porta escancarada e o namorado sentado no sofá, o aguardando.

Tawan estava sentado, com as pernas cruzadas e os braços esticados sob o encosto do sofá. A televisão estava desligada e o único barulho dentro do apartamento vinha do corredor do prédio.

Porsche Pachara suspirou ao vê-lo e se preparou mentalmente para mais uma noite de muita discussão. Pelo menos, quando estão na presença dos amigos, Tawan controla suas palavras para o namorado, agindo como se fosse a pessoa mais carinhosa e gentil do mundo.

Completamente diferente dos momentos em que estavam sozinhos.

Porsche trancou a porta do seu apartamento e pensou que talvez devesse mudar a senha de acesso - ou, quem sabe, ele deveria se mudar para outro prédio. Para algum em que Tawan nunca o encontrasse.

Internamente, ele desejava terminar o namoro. Mas não conseguia coragem para isso. Ele tinha medo. E não sabia como lidar com esse medo. E ele já remoía isso em sua mente desde antes de completarem um ano de namoro - antes mesmo de toda a situação mudar.

- Demorou por quê? - Tawan questiona, sem mudar sua posição no sofá. Porsche não olha para o namorado quando vai até seu quarto para deixar a mochila em cima da cama e tirar a camiseta de trabalho. Sem camisa, ele volta para a sala e só então para de frente para o mais velho, para dar um beijo em sua bochecha.

- Eu tive que ficar até mais tarde para terminar um projeto - ele responde, mas sabe que o namorado não acredita em suas palavras. Nesse momento, tudo o que Porsche mais quer é mandar o namorado se fuder e expulsar ele do seu apartamento, mas ele só vira as costas para o outro e vai em direção à cozinha, onde prepara um sanduíche para si. Ele sabe que o namorado vai segui-lo, principalmente porque ele não tolera iniciar uma discussão e ser deixado falando sozinho.

Isso é algo que ele não tolera.

- Você não poderia me avisar? - Tawan se apoia contra o balcão da cozinha, inclinando seu corpo para ficar próximo do namorado. Ele passa sua mão pelo cabelo de Porsche, ajeitando os fios suados, como se fosse um gesto de carinho.

- Não. Porque eu não posso mexer no celular no horário de trabalho. Você sabe disso - Porsche repete o que já está cansado de falar. Sempre que discutem, ele repete sobre a proibição do uso do celular, mas Tawan não acredita nele. Tawan nunca acredita nele.

- Você acha que eu sou idiota? - Ele reage, sua mão apertando o punho do mais novo e apertando com força. Porsche o encara, assustado, e não diz nada. - Você não fez hora extra. Você foi para algum lugar depois que saiu daquela empresa de merda.

Enquanto falava, o aperto de sua mão ficava cada vez mais forte. Tawan puxou Porsche para que ele ficasse em pé, pressionando seu corpo contra a bancada e sua mão foi para o cabelo do namorado, o segurando com força.

- Não fiquei nem 40 minutos a mais na empresa, Tawan. Quer que eu te mande o meu registro de saída? Para ver se você para de ser tão sem noção controlador? - Porsche retruca, em tom alto e grosseiro. Isso faz com que o aperto em seu cabelo seja ainda mais forte.

Queen of the night || KinnporscheOnde histórias criam vida. Descubra agora